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Caso clínico de farmacologia

Por:   •  26/11/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.460 Palavras (6 Páginas)  •  1.620 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ – UESC

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

CURSO DE BIOMEDICINA

DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA

CASOS CLÍNICOS

Atividade avaliativa apresentada aos professores Alexandre e Eduardo da disciplina de farmacologia pelos alunos Arthur Bernard, Suseli Barbosa e Yasmine Souza como parte do crédito prático da disciplina.

 

ILHÉUS – BA

SETEMBRO/2014

Objetivos da Atividade:

  1. Identificar os alvos moleculares dos fármacos envolvidos.
  2. Analisar as prescrições quanto ao potencial das interações e propor recomendações.

Caso Clínico 1

  • A Sra. Joana Paciente tem problemas cardíacos e se encontra sob terapia com digoxina. Na prescrição médica constavam ainda comprimidos antiácidos de hidróxidos metálicos. Sofrendo de vez em quando de desconforto intestinal (diarreia), solicitou ao farmacêutico se poderia tomar carvão ativado.

A digoxina é um fármaco amplamente utilizado no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva e na fibrilação atrial, ela age aumentando a disponibilidade de cálcio junto às proteínas contráteis, desta forma há uma maior dissociação da tropomiosina e maior possibilidade de sítios de interação entre actina e miosina. Esta ação se dá principalmente pela inibição dos canais de sódio(Na+), potássio(K+) e ATPase, impedindo assim a saída de sódio(Na+) e a subsequente entrada de cálcio(Ca2+).

Os antiácidos hidróxidos metálicos (alumínio e magnésio) são fármacos utilizados como neutralizantes do pH gástrico, são utilizados para diminuir a acidez do suco gástrico presente no estômago.

O carvão ativado por sua vez é um adsorvente ou seja é uma superfície sólida onde moléculas presentes em uma solução irão se aderir.

A interação digoxina X antiácidos de hidróxidos metálicos possui risco moderado, o mecanismo da interação em si é desconhecido, porém acredita-se que os antiácidos de hidróxidos metálicos tenham efeito adsorvente, recomenda-se então neste caso que os medicamentos sejam administrados com no mínimo 2 horas de diferença ou que a dose da digoxina seja aumentada.

A interação digoxina X carvão ativado também possui um risco moderado já que as moléculas da digoxina podem se aderir ao carvão ativado, que tem ação adsorvente, diminuindo assim a absorção do fármaco e consequentemente sua concentração plasmática, diminuindo o efeito terapêutico. Neste tipo de interação a recomendação é que não seja feita a administração de carvão ativado ou qualquer outro adsorvente juntamente com a digoxina.

Caso Clínico 2

O Sr. João Paciente toma regularmente ácido acetilsalicílico, sofre já a quatro anos de diabetes senil, recebendo de seu médico uma receita contendo glibenclamida (Daonil) e um laxante contendo Plantaginis ovata e Cassia angustifolia (Agiolax).

  • A GLIBENCLAMIDA é um antidiabético oral pertencente ao grupo farmacológico das sulfoniluréias de segunda geração. O aumento da razão ATP/ADP decorrente do metabolismo da glicose leva os canais de KATP a se fecharem, despolarizando a membrana das células beta, levando à abertura de canais de cálcio-voltagem-dependentes permitindo o influxo de Ca2+. O aumento na concentração de cálcio intracelular nas células beta dispara a exocitose dos grânulos de insulina. A glibenclamida estimula a liberação de insulina por fechar diretamente os canais de KATP.

  • ACIDO ACETILSALICILICO é um fármaco do grupo dos anti-inflamatórios não-esteroides (AINE) utilizado como anti inflamatório, antipirético, analgésico e também como antiplaquetário. Ele acetila irreversivelmente a ciclooxigenase (COX) que é uma enzima da cascata do ácido araquidónico, pela qual este ácido araquidônico, um lipídio presente nas membranas das células, é transformado em mediadores prostanoides.

Há dois tipos, a COX-1, presente em quase todos os tecidos; e a COX-2 é induzida localmente por citocinas produzidas por leucócitos em resposta a danos ou invasão microbiana e tem papel importante na geração da inflamação produzindo prostaglandinas e leucotrienos. A inibição dessas enzimas pelo ácido acetilsalicílico constitui o mecanismo principal dos seus efeitos. A redução da febre ou efeito antipirético é causada pela inibição da formação de protaglandina E2 pelas COX.

  • AGIOLAX é usado em casos de constipação intestinal. Não deve ser usado em casos de doenças inflamatórias intestinais, o que deve ser observado neste caso, já que o paciente utiliza ácido acetilsalicílico, um anti-inflamatório.

GLIBENCLAMIDA x AGIOLAX

A absorção de drogas administradas concomitantemente a Agiolax pode ser prejudicada. Este medicamento não é indicado para pacientes portadores de diabetes mellitus de difícil controle e desidratação severa com perda de água e eletrólitos pois esse medicamento aumentará a perda desses elementos com seu efeito de aumento da evacuação intestinal. Esta interação teórica não obriga a uma correção de dose da glibenclamida. Porém, não deve haver uso prolongado do laxante para evitar a atenuação do efeito hipoglicemiante de Glibenclamida e consequente deterioração do controle da diabetes.

GLIBENCLAMIDA x ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

A interação entre glibenclamida e AAS pode gerar o risco do aumento da hipoglicemia e no mecanismo de interação, os salicilatos reduzem a glicemia e aumentam a secreção de insulina e também a inibição da síntese de prostaglandinas pode inibir de forma aguda a resposta da insulina à glicose. Ensaios in vitro mostraram que os salicilatos deslocam sulfoniluréias que se ligam fortemente às proteínas plasmáticas, assim, aumenta a concentração do fármaco livre, ativo, resultando no aumento da sua concentração e numa elevação do efeito promovendo a hipoglicemia. Assim sendo, deve reduzir a dose de um dos medicamentos. Para concentrações menores de ácido acetilsalicílico (0,5g/dia) não é de se esperar esta interação.

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