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Diagnóstico da Doença de Chagas

Por:   •  10/5/2016  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.516 Palavras (7 Páginas)  •  371 Visualizações

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UNEB - Universidade do Estado da Bahia

Departamento de Ciências da Vida - DCV

Curso de Bacharelado em Nutrição

LAÍS MARIA VAZ RAMOS SANTOS

 

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA:

Diagnóstico da Doença de Chagas

Salvador – BA

2015

LAÍS MARIA VAZ RAMOS SANTOS

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA:

Diagnóstico da Doença de Chagas

Relatório desenvolvido a Universidade do Estado da Bahia - UNEB, para disciplina Parasitologia, orientado pela docente Maria de Fátima Brazil.

Salvador – BA

2015

 Doença de Chagas

A tripanossomíase humana encontrada nas Américas é conhecida por doença de Chagas, e tem por agente causal o Trypanosoma cruzi, flagelado que determina no homem quadros clínicos com características e consequências muito diversas.

A infecção apresenta uma fase aguda, com lesões localizadas, e outra fase, crônica, que pode produzir quadros clínicos variados e incuráveis. Destacam-se, por sua gravidade, a cardiopatia chagásica que ocorre em 27% dos casos, as dilatações de órgãos cavitários, que afetam principalmente o aparelho digestivo (megaesôfago, megacólon, etc.) em 6% dos infectados, e distúrbios neurológicos em 3%. As lesões cardíacas são responsáveis por elevada mortalidade, especialmente na fase crônica da doença, que pode sobrevir mesmo 10 a 20 anos depois do processo agudo.

  • Diagnóstico clínico

Elementos importantes para suspeita da etiologia chagásica são: a região de procedência do paciente ou fato de ter vivido ou pernoitado em casas onde havia triatomíneos. Outro antecedente a levar em conta é o fato de o paciente ter recebido transfusões sanguíneas, mesmo fora das áreas endêmicas, pois nem todos os bancos de sangue comprem as normas para uma triagem rigorosa dos doadores. Durante a fase aguda, o diagnóstico facilitado quando está presente o sinal de Romanã.

Em pacientes de áreas endêmicas, deve-se pensar na tripanossomíase americana sempre que crianças apresentarem febre, com poliadenite, aumento do fígado e do baço e sintomas cardíacos. Noutros casos, as arritmias e a insuficiência circulatória em adultos jovens chamam, muito, a atenção.

Devida à inespecificidade e diversidade das manifestações clínicas, os métodos de laboratório devem ser utilizados sempre que se queira confirmar ou afastar o diagnóstico de tripanossomíase.

No período agudo recomenda-se principalmente o exame parasitoscópico do sangue, a punção-biópsia de linfonodo, a imunofluorescência, a hemaglutinação, etc. Na fase crônica, são mais indicadas as provas imunológicas: o xenodiagnóstico e a cultura ou a inoculação em animais de laboratório.

  • Diagnóstico parasitológico

Pesquisa de parasitos no sangue. Os tripanossomos são abundantes nos primeiros dias ou semanas de infecção e podem ser encontrados em exames de uma gota de sangue fresco entre lâmina e lamínula. Nos casos de transmissão congênita, a parasitemia é geralmente alta. A rápido movimentação dos flagelados, deslocando as hemácias em torno, facilita sua visualização.

Utilizam-se também esfregaços corados pelo Giemsa ou pelos Leishman. Se o exame for negativo, deve ser repetido em dias subsequentes.

Quando diminui a parasitemia (6 a 8 semanas depois), convém mais a pesquisa em gota espessa, desemoglobinizada e corada, ou a busca no “creme leucocitário” de uma amostra de sangue centrifugada com anticoagulante. A centrifugação em tubo capilar é outra forma de buscar os flagelados na interface soro/eritrócitos.

Durante os exames deve-se distinguir T. cruzi de T. rangeli, que é encontrado no sangue humano em algumas regiões endêmicas da América Central e norte da América do Sul.

Função-biópsia de linfonodo. Especialmente quando há adenite satélite do chagoma de inoculação, pode-se encontrar T. cruzi em macrófagos ou no exsudato inflamatório. As formas intracelulares assemelham-se, por sua morfologia, aos amastigotas de gênero Leishmania, mas distinguem-se de Toxoplasma gondii pela ausência de cinetoplasto nos trofozoítos deste último.

Hemocultura. Com finalidade diagnóstica, utilizam-se principalmente os meios difásicos, com base de ágar-sangue, ou o meio de Warren para cultura de parasitos.

Em que pese à existência de grande variedade de meios de cultura onde o T. cruzi cresce fácil e abundantemente, a hemocultura, como processo diagnóstico desta tripanossomíase, tem sido decepcionante na fase crônica. O inoculo deve ser grande; a incubação a (28ºC) longa, com exames aos 30, 45 e 60 dias, por exemplo; e o número de testes deve multiplicar-se no tempo.

Mais da metade dos casos escapam ao diagnóstico com um só teste. Quando repetida em série, a hemocultura pode revelar mais de 80 ou 90% dos casos positivos.

Xenodiagnóstico. Alguns exemplares de triatomíneos, criados no laboratório e alimentados com sangue de aves (e, portanto, limpos de qualquer infecção), depois de mantidos em jejum por 3 a 4 semanas, são postos a sugar o sangue do paciente suspeito. Quando há tripanossomos, os insetos se infectam e, alguns dias ou semanas mais tarde, passam a eliminar parasitos em suas fezes.

As espécies mais utilizadas no laboratório, para o xenodiagnóstico são Triatoma infestans, T. sordida, T. pseudomaculata e Panstrongylus megistus.

 A probabilidade de êxito da prova depende do nível de parasitemia, do volume de sangue ingerido pelos insetos e do número de triatomíneos empregado.

Quando negativa, a prova não exclui a possibilidade de tratar-se de infecção por T. cruzi. Ela é mais eficiente nos casos agudos, quando o resultado pode ser lido após 7 a 10 dias.

Xenodiagnóstico artificial é o que se faz in vitro, para evitar contato dos insetos com paciente (sobretudo se ele apresentar sensibilidade à saliva dos triatomíneos, ou recusar ser picado por estes). Punciona-se uma veia do paciente e coloca-se o sangue dentro de um preservativo estéril (não lubrificado), depois de adicionar-lhe um anticoagulante. O preservativo com sangue é preso internamente à borda de um recipiente adequado (cristalizador, por exemplo) onde vários insetos são colocados e passam a sugar o sangue através da membrana, mesmo em temperatura de laboratório.

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