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Diversidade de estratégia comportamental – altruísmo e egoísmo

Por:   •  3/5/2016  •  Ensaio  •  2.610 Palavras (11 Páginas)  •  406 Visualizações

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Aluno : Gabriel Pinheiro Leite da Silva

Faculdade : Universidade Federal do Espirito Santo

Curso : Biologia

Diversidade de estratégia comportamental – altruísmo e egoísmo

O comportamento animal, desde Darwin, já gerava uma forte especulação, o próprio no celebre livro “A origem das espécies” enfrentou um certo problema para distinção do comportamental de algumas populações de indivíduos, além disso, Charles Darwin não se ateve a nível de população e sim ao de indivíduo. Levou cerca de 71 anos, para que em 1930 fosse postulado algo a nível de população em relação a estratégias de comportamento, onde Konrad Lorenz, Niko Tinbergen e Karl von Frisch finalmente fundam o conceito de Etologia, inspirados de certa forma pela noção de teoria da evolução.

A etologia, nada mais é do que a ciência que estuda o comportamento. Mas antes de se trabalhar em cima desse conceito, precisa-se responder uma pergunta, “o que é comportamento? ”

É chamado de comportamento toda característica que determinado animal tem ao se relacionar com o ambiente e os indivíduos que o cercam, sendo isso influenciado por diversos fatores internos variáveis. Essas reações podem ser bruscas, como no caso do sapo da chuva, Breviceps namaquensis, que quando ameaçado infla seu corpo para parecer maior e emite um som que lembra um assovio, ou as belíssimas aves do paraíso com seus rituais de acasalamento. Algumas vezes as reações podem ser mais veladas, como no caso dos pássaros que diminuem sua produção de ovos nos momentos onde o alimento se encontrasse escasso.

Há cinco questões vitais que podem ser propostas sobre o comportamento. Qual sua causa? Qual sua função? Como se desenvolve o padrão comportamental? Como evoluiu? Quanto pode modificar-se no decorrer da vida do indivíduo? São essas questões facilmente correlacionadas com características morfológicas e há muitos paralelos possivelmente trilhados entre a evolução das características estruturais e das comportamentais. Pode-se observar que muitos padrões comportamentais são muito resistentes a alterações por fatores ambientais, mas é valido se notar que a experiência do animal pode resultar em uma mudança radical de certos tipos de comportamento em determinadas circunstâncias, devido ao processo de aprendizado.

Como prova clara dessa condição de alteração de comportamento ligada a aprendizagem, temos um estudo realizado na universidade de Kyoto no Japão, onde cinco chimpanzés foram postos em uma jaula com uma torre no meio repleta de bananas. O experimento se consistia da seguinte forma, quando um chimpanzé subia na torre para pegar as bananas os macacos que estivessem no chão levariam um jato de água gelada. Depois de certo tempo de experimento o macaco que ousasse subir na torre, era surrado pelos ensopados chimpanzés. Após algum tempo, nenhum dos macacos subia na torre mesmo com a oferta fácil das bananas.

O estudo resolveu se aprofundar ainda mais, e substituíram um dos cinco macacos por um novo chimpanzé, logicamente, este ao entrar na jaula já corria rapidamente para a torre no meio, o que resultou na rápida captura dele pelos outros chimpanzés, antes mesmo que os pesquisadores usassem o jato d’água. Depois de algumas surras, o novo integrante não mais se arriscava em ir atrás do cacho de banana.

O estudo prosseguiu com o segundo chimpanzé sendo substituído por um novo, que ao tentar ir ao cacho de banana foi surrado pelos outros, inclusive pelo novato. A situação se repetia com o terceiro, quarto e até que o quinto e último macaco a vivenciar os jatos de água ser substituído por um novo integrante. E mesmo sem nunca ter vivenciado um jato de água gelada, esses macacos atacavam furiosamente o integrante que tentasse chegar perto da torre.

Tendo a noção de comportamento já explicada, podemos tratar melhor do assunto etologia. A etologia se consiste de um ramo da ciência extremamente amplo, como visto anteriormente as diversas analises que podem ser feitas para se entender melhor determinado indivíduo. E é a partir da etologia, que podemos trabalhar o conceito de altruísmo e egoísmo.

O egoísmo: uma constante derrota para os bonzinhos?

Temos agora a apresentação de dois comportamentos distintos, tão distintos que são antagonistas um do outro. O altruísmo nada mais é que a ausência de egoísmo, ou, atitude que visa o bem-estar do próximo, não tendo em consideração os seus próprios interesses. Enquanto o egoísmo se define por comportamento no qual o indivíduo não tem consideração pelos interesses dos outros, ou, falta de altruísmo.

A partir dessa definição, temos algumas situações interessantes, suponha uma tribo hipotética, com o padrão de organização altruísta, onde as mulheres coletam frutas e raízes, enquanto os homens saem para a caça. Todo o alimento que eles coletam, são divididos igualitariamente, se um homem resolve ser egoísta e não trabalhar, e mesmo assim usufruir do trabalho dos demais, pode-se considerar que o mesmo possui agora uma vantagem em relação aos outros membros da tribo. Ele poderia até mesmo se tornar superior a alguns outros membros da tribo por não ter o gasto de energia que a caça pode causar. Com isso, podemos definir o egoísmo como um comportamento mais forte no meio do convívio com seu ambiente.

Não só o egoísmo é algo mais forte, como também é preferível mesmo em situações onde o altruísmo pode ser mais benéfico, colocamos aqui o conhecido “dilema do prisioneiro”, originalmente formulado por Merrill Flood e Melvin Dresher em 1950.

O dilema do prisioneiro se consiste de uma situação onde duas pessoas foram presas, A e B, que são colocados em salas distintas para o interrogatório os dois são parceiros de um mesmo crime. Os policiais não conseguindo provar se os dois são culpados ou não, dão três alternativas aos presos:

- Se somente A entregar B, B fica preso por 10 anos enquanto A é livre;

- Se A e B jogam a culpa um no outro, os dois pegam pena de 5 anos;

- Se A e B não jogarem a culpa um para o outro, os dois pegam pena de apenas seis meses

Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?

Dado que nenhum deles pode ter a certeza da cooperação do outro, o resultado final será que ambos irão optar por denunciar o colega. Desta forma têm a certeza que terão, na pior das hipóteses, uma pena

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