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Patrimonio Historico

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Por:   •  21/9/2014  •  5.983 Palavras (24 Páginas)  •  916 Visualizações

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Resumo Livro: O que é Patrimônio Histórico? Carlos A. C. Lemos

O autor inicia o livro tratando do termo genérico 'Patrimônio Histórico' que hoje tem se popularizado através da mídia e jornais, mas que, porém tem uma abrangência maior, que é chamado Operação Cultural. Hugues de Varineboham, através de suas definições, sugere que o patrimônio cultural seja dividido em 3 categorias de elementos. O primeiro deles é pertencente à natureza e o meio ambiente, que nos fornece recursos naturais, no qual fazemos transformações, como acontece no caso das árvores que nos fornece madeira para construções e etc. O clima, a paisagem, os rios, condicionam, envolvem e direcionam o comportamento das pessoas. O segundo grupo de elementos são bens não tangíveis relacionados ao conhecimento e ao saber. Vai desde as técnicas de sobrevivência do homem, até as equações matemáticas apoiadas nos computadores de última geração. O terceiro e último grupo de elementos, é o mais importante de todos e engloba toda sorte de coisas. A palavra artefato é a que melhor define esse grupo e é o que mais interessa no texto. Numa primeira reflexão sobre o tema, podemos verificar que sempre devemos prestação atenção às relações que são necessárias, existentes entre o artefato e o homem, entre o homem e a natureza. É incalculável o número de bens que compõem o Patrimônio Cultural, e poucos escolhidos e eleitos como preserváveis à posteridade do Patrimônio Oficial. Os artefatos devem ser encarados segundo sua

utilidade imediata ou sua durabilidade e persistência. Existem artefatos que geram outros artefatos e existem também os que têm vida útil, no qual seu tempo pode variar incrivelmente. Uma comida elaborada em cozinha é um tipo de artefato de consumo imediato e um prato de comer que saiu da mesa de nossos avós e foi parar em uma parede de colecionador, transformou se em um artefato preservado. Existem construções que tiveram seus usos substituídos, com a função de abrigo sendo preservada. Em antigas casas é possível acompanhar modificações nos artefatos de uso prolongado, que vão sofrendo adaptações e facilidades de acordo com o tempo, até que chega um determinado momento em que a construção não pode mais oferecer o conforto exigido pelas novas concepções de bem morar de uma determinada classe social, até que chega o momento da demolição. Residências Burguesas transformadas em cortiços retratam bem a problemática dos bens culturais transformados pelos processos de aculturação. No caso do Brasil, temos casos interessantes de empréstimos de soluções construtivas, e materiais construtivos, como é o caso das experiências trazidas dos indígenas para as primeiras habitações feitas pelos portugueses. Analisando a gravura de Debret ' interior de casa pobre', é possível afirmar que 'somente equipada e vivida, é que a casa tem personalidade ou autenticidade documental'. Outro exemplo citado pelo autor é de uma residência na Rua Florêncio de Abreu, intocada, com seus objetos preservados por sua proprietária que cultuava a memória distante de seu pai falecido no final do século. A

casa guardava segmentos do Patrimônio Cultural, com objetos típicos de uma família de classe média alta, com quadros preferidos pela burguesia do tempo, móveis, louças e porcelanas, piano de cauda, entre outros objetos que

mantinham suas relações originais, tudo disperso pela indiferença, no qual não houve o mínimo de interesse na conservação desses conjuntos, tudo devido a falta de preocupação com esse tema. No fim, encerrou-se a fragmentação desses objetos em forma de leilão, configurando o culto ao objeto, como obra de arte autônoma, saindo do seu meio original, para começar a participar de outro contexto, com outras relações e outras funções. Na época da inauguração desse sobrado, os prédios vizinhos mantinham o mesmo relacionamento espacial, na linguagem neoclássica, substituindo as velhas casas térreas de taipa, do tempo da pobreza, e por aí vemos o artefato da cidade se renovando sobre si mesmo, os bens culturais da cidade sendo permanentemente alterado. Com os tempos modernos, os objetos deixaram de serem feitos à mão, é a época da produção em série, da uniformização e da padronização. Os artefatos sugerem outras reflexões quanto a sua classificação. Muitos participaram de uma série de bens repetidos à exaustão. Muitos objetos se diferenciam devido ao fato de terem participado de eventos que se convencionou chamar de históricos, passam a ter um respeito que os demais não possuem, baseado na credibilidade, mesmo não tendo comprovação ou afirmação que garantem sua importância. Hoje infelizmente, temos muitos museus baseados nesse tipo de acervo, onde a

crendice popular pode ser explorada. Portanto, como é descrito no livro até agora, o Patrimônio Cultural é bastante diversificado, não havendo critérios e interesses voltados à preservação, sendo selecionados sob qualquer ótica, sem a preocupação de registrar estágios culturais ultrapassados de toda uma comunidade. Nos últimos dois séculos a arqueologia tem se esforçado por recolher, identificar e estudar os restos e vestígios dos povos já desaparecidos, na tentativa de conhecer a vida dos povos remotos, seu o cotidiano, pensamento, e as crenças. A memória social tem sido tratada com seriedade somente agora nos tempos recentes, antes só haviam manifestações isoladas de estudiosos e colecionadores que promoviam a preservação dos chamados Patrimônios Históricos e Artísticos. E por que preservar? Essa pergunta tem um significado amplo e é bom fazer uma reflexão quanto a abrangência dela. Segundo o Aurélio, preservar é 'livrar de algum mal, manter livre de corrupção, perigo ou dano, conservar, livrar, defender e resguardar'. Tais aplicações deveriam estar sendo aplicadas aos elementos que compõe o Patrimônio Cultural, havendo um entrelaçamento, pois quando um deles não é guardado, o conjunto se desarmoniza e se desequilibra. Por isso deve ser dar atenção e prioridade aos elementos componentes dos recursos materiais e não tangíveis ligados ao conhecimento e à técnica. De uma determinada condição ambiental, só pode resultar um processo cultural, independente da mistura, é a definição de uma nacionalidade, transformada e evoluída ao longo dos tempos. No Brasil a cultura

dominante portuguesa define a nacionalidade, juntamente com a interação de outras migrações variadas, porém a atenção deve estar voltada às irreversíveis alterações da vida social ou sócio étnicas havidas ao longo da nossa história, provocadas por agentes de fora. Devemos preservar os recursos materiais, as condições ambientais, assim como o saber brasileiro, não permitindo

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