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Resenha do livro Etnobiologia e Conservação

Por:   •  8/9/2018  •  Abstract  •  897 Palavras (4 Páginas)  •  315 Visualizações

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RESUMO

Título do livro: Etnobiologia e conservação

Autores: Ulysses Paulino de Albuquerque e Natália Hanazaki.

Ano: 2005

A introdução é iniciada com o conceito de etnobiologia, remetendo a uma união de competência que abarcam desde o cultural até o biológico, sendo definida como o estudo das interações das pessoas com ambiente que elas estão inseridas, como também o estudo dos conhecimentos e conceitos desenvolvidos por qualquer cultura sobre biologia.

O autor traz a etnobiologia dividida em dois enfoques, o cognitivo (o que estuda como determinadas culturas percebem e conhecem o mundo biológico) e o enfoque econômico (que considera como essas mesmas culturas convertem os recursos biológicos em produtos “úteis”). Dessa forma, entendesse que o objetivo da etnobiologia é associar os conhecimentos das ciências naturais e humanas para registrar toda a amplitude de conhecimento, classificação e uso dos recursos naturais oriundos das sociedades tradicionais.

A etnobiologia vem contribuindo com informações para a conservação da biodiversidade e seu uso sustentável. Um ponto interessante do livro é abordagem do autor sobre o conhecimento “tradicional”, geralmente esse conhecimento está associado ao conjunto de experiências e saberes acumulados por um grupo humano sobre os seus recursos naturais, mas muitas vezes os pesquisadores não consideram que o conhecimento é dinâmico e mutável, e aí, o termo remete a um sistema homogêneo de pensamento, encobrindo o fato de que os grupos sociais renovam seus conhecimentos constantemente em função de novas experiências e de novos desafios postos por circunstâncias históricas novas.

Outra questão que o autor traz é a da valorização desse conhecimento, uma vez que ele é de grande valia para a construção do conhecimento acadêmico. Ao término da introdução, o autor desenvolve duas ideias principais, a de que a etnobiologia pode ser uma ferramenta útil na atualidade e que as comunidades possuem conhecimentos e práticas orientadas ao manejo dos recursos naturais.

O segundo capítulo, fala como a etnobiologia é útil para a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. O autor afirma que o conhecimento dos ciclos biológicos permite as culturas a explorar os recursos de acordo com a capacidade de suporte da natureza, esse conhecimento dos ciclos permite a observação do comportamento de cada espécie animal ou vegetal, e assim, o uso do recurso respeitando a complexidade e delicadeza do ecossistema, geralmente utilizando técnicas e práticas ecologicamente sustentáveis. Essas informações são passadas para os pesquisadores, o que leva muitos a afirmar que a preservação das florestas tropicais requer a preservação das comunidades indígenas e do seu saber, é necessário considerar também que nem todas as populações conseguem fornecer bons modelos para preservação, algumas até conseguem exaurir os produtos florestais.

Ainda em reflexão sobre os métodos locais de manejo, eles podem apontar estratégias alternativas de utilização do ambiente e de desenvolvimento para novas investigações e estudos que visem a construção de um modelo de manejo sustentável nos ecossistemas tropicais. Por isso, o livro afirma que no desenvolvimento de uma política ambiental e até na formação de profissionais da área não devem ser desprezados os aspectos biológicos e culturais da relação entre as pessoas e os recursos naturais, ignorar esses aspectos é considerado ignorância cientifica.

Ao final do capítulo podemos concluir que a etnobiologia por meio de seus métodos de pesquisa e interpretações pode colaborar no desenvolvimento de sistemas de agricultura mais ecológicos e que integrem aspectos do conhecimento tradicional, podendo como resultado, diminuir os impactos locais sobre os recursos naturais e contribuir para construção de uma harmonia no binômio-homem-natureza.

O ponto subsequente traz dados referentes ao manejo dos recursos nas florestas tropicais, esse manejo obedece a dois tipos de manipulação: manipulação de comunidades e de espécies individuais. O manejo de comunidades reflete um padrão que envolve plantação, transplante, proteção de espécies e outras ações, visando o aproveitamento total dos recursos e compatibilizando aspectos temporais e espaciais. Mediante o manejo adequado das espécies vegetais e do solo, os ecossistemas são manipulados em sistema de rotatividade, garantindo o restabelecimento dos mesmos após período de uso.   A manipulação de espécies individuais corresponde a atenção especialmente devotada para determinadas plantas de grande interesse.

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