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A Pré-História da Antropologia

Por:   •  17/1/2019  •  Resenha  •  605 Palavras (3 Páginas)  •  197 Visualizações

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A Pré-História da Antropologia

            O início da reflexão antropológica se dá no mesmo período da descoberta do Novo Mundo e o alvo dos estudos e discursos é a diferença dos indivíduos nativos para os nobres descobridores, inclusive questionando-se a humanidade dos primeiros. Começam a surgir duas correntes ideológicas que são opostas entre si; enquanto uma exalta a consciência dos nativos sobre si mesmos e seu povo, considerando sua organização social e estrutural, a outra sugere uma ignorância dos indivíduos sobre sua própria vida, o que denota uma natural necessidade dessa gente ser guiada (explorada) por uma nação superior e desenvolvida. O primeiro critério a ser utilizado para medir a humanidade dos povos recém-descobertos, era o critério religioso. Perguntas e respostas sobre a alma e o pecado dos nativos, eram estudadas. A diferença das sociedades humanas não foi vista como um fato, mas como algo extraordinário que necessita de explicação. Vários termos como: bárbaros, selvagens, primitivos e etc. foram utilizados para nomear os povos que se desviavam do perfil humano aceitável. Os demais critérios que classificavam os nativos como “exóticos” (fora da ótica) eram: a aparência física, pois estavam na maioria das vezes, nus ou vestidos com peles de animais; a dieta alimentar, de onde surge o imaginário do canibalismo; e a língua própria, ininteligível para os brancos. Todos esses aspectos trouxeram a ideia de que não se tratava de humanos, mas de animais selvagens, que não têm consciência e por isso devem ser subjugados. Para pesquisadores como Cornelius de Pauw e Hegel, os nativos são embrutecidos e petrificados, por aspectos da natureza, como o clima úmido, por exemplo; e, que nem mesmo a colonização e o ensino de “bons costumes”, poderiam mudar a trajetória desses povos. Para eles, a natureza dividira o novo do velho mundo, bem assim, os animais que vegetam (nativos) dos nobres humanos, respectivamente. No Rosseauísmo e no Romantismo, a ideia de que os nativos estão em desvantagem pelos seus costumes e características, é invertida, e o que antes era sinal de inferioridade, passa a ser admirado e até cobiçado pelos descobridores. Os primeiros viajantes já registravam sinais positivos dos povos nativos, enaltecendo tanto qualidades físicas, como comportamentais e de organização social. Mesmo no século XVI, já se observa um elogio à ingenuidade original dos povos naturais e uma crítica ao conceito de bárbaros, fomentando a discussão de que os brancos dominadores é que fazem jus ao termo. Os jesuítas também, por sua vez, testemunharam nos séculos XVII e XVIII, características positivas nas suas relações com os nativos. A filosofia também acolhe a ideia positiva do selvagem e em meados do século XVIII, espetáculos teatrais são montados com citações que enaltecem a relação dos selvagens com o dinheiro, com a criação (natureza), comunidade e com a vida. É possível até mesmo, enxergar influências positivas da maneira simples e primitiva de viver dos povos nativos sobre as culturas ocidentais altamente tecnológicas, mas com grande poder de autodestruição. Atualmente, percebe-se uma maior aceitação da visão romântica da vida consensual dos índios, no entanto, o pesquisador vivencia muito mais a sua própria cultura e por vezes tem na visão antropológica dos nativos, uma fuga da sua própria cultura. Diante do exposto, carregam-se dúvidas inevitáveis... O selvagem e sua cultura ensinam os brancos? Ou os brancos devem ensiná-los?

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