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ATLETISMO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FISÍCA UMA NOVA OPÇÃO

Por:   •  20/10/2017  •  Projeto de pesquisa  •  4.715 Palavras (19 Páginas)  •  350 Visualizações

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REFERENCIAL  TEÓRICO

Este estudo foi desenvolvido através de autores, que relatam a ausência do atletismo como conteúdo na disciplina de educação física (EF), e o desinteresse dos alunos durante as aulas.

O atletismo é considerado um conteúdo clássico da Educação Física (EF) e precursor das demais modalidades esportivas, devido as suas habilidades que servem de base para outros esportes. No entanto, a literatura de um modo geral, denuncia que esse conteúdo é frequentemente negligenciado na Educação Física Escolar (EFE), por grande parte dos profissionais da área.

Apesar de diversos autores ressaltarem a importância desse conteúdo para a educação física, a grande maioria dos estudos relacionados à utilização do atletismo no meio escolar, aponta, dentre outras justificativas citadas anteriormente, a falta de materiais e espaço físico adequado nas escolas como os maiores obstáculos para a exploração desse conhecimento.

De acordo com Matthiesen (2005 e 2007), a falta de espaços físicos e materiais adequados, a formação profissional deficiente e o desinteresse de alunos e de professores pela modalidade, figuram como as principais justificativas para a pouca difusão desse esporte.

  1. ATLETISMO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FISÍCA UMA NOVA OPÇÃO.

Esporte de pouca popularidade no país, o atletismo tem esbarrado em muitos obstáculos para que se possa ter, em curto prazo, uma equipe brasileira de relevo no plano internacional. Alguns desses obstáculos são a falta de campos e pistas adequados, em especial no interior; o pouco preparo especializado de técnicos e treinadores; o regime imposto ao atleta, em geral amador sem condições de se dedicar em tempo integral aos exercícios; a falta de orientação nas escolas e universidades, onde nascem os grandes campeões de outros países; o reduzido apoio financeiro dos órgãos oficiais; a cobertura relativamente fria que a imprensa da às competições amadoras, e a própria estrutura socioeconômica do país, que impossibilita a formação de bons atletas e, em consequência disso, a falta de interesse do público pelo esporte (GONÇALVES, s/d).

Segundo o autor citado acima, o primeiro órgão a controlar o atletismo internacional, foi o próprio Comitê Olímpico Internacional, que elaborou e supervisionou todas as provas, tanto atléticas como de outros esportes, por ocasião dos jogos olímpicos de 1896. No Brasil, o atletismo é controlado pela (CBAT), Confederação Brasileira de Atletismo, filiada à (IAAF), Associação Internacional de Federações de Atletismo. Compete-lhe regulamentar o esporte no país e organizar as competições de caráter nacional, seja, o campeonato brasileiro, entre seleções estaduais, e o troféu Brasil, entre clubes. No âmbito regional, o atletismo brasileiro é dirigido por federações que organizam os seus próprios campeonatos.

Pouco difundido no âmbito das escolas e clubes brasileiros o Atletismo é, paradoxalmente, considerado como um dos conteúdos clássicos da Educação Física. Contudo, quando nos voltamos às aulas propriamente ditas que ocorrem nos diferentes ciclos de ensino, nos deparamos com uma triste realidade, ou seja, esta modalidade esportiva não faz parte do dia-a-dia escolar, ainda que as crianças corram, saltem e explorem o tempo todo a gama básica de movimentos que compõem o Atletismo (MATTHIESEN, 2005).

Matthiesen (2005) relata que;

[...] visando introduzir as crianças nesse universo de movimentos, o profissional de Educação Física deveria buscar, por meio de atividades recreativas que mesclem um conhecimento geral sobre as habilidades motoras e um conhecimento específico acerca das provas oficiais, o objetivo de aproximar as crianças do universo do atletismo, levando-as a vivenciá-lo por meio do próprio corpo (p. 16).

Segundo a autora, dificilmente encontramos professores que incluam o atletismo como conteúdo a ser desenvolvido nas aulas de Educação Física Escolar ou pessoas interessadas em desenvolver um programa desse esporte, contribuindo, inevitavelmente para que muitas crianças o conheçam. Ainda que a falta de interesse e divulgação seja o retrato mais comum do Atletismo no Brasil, em época de jogos Olímpicos ou Pan-americanos este certamente sofre modificações. De mero desconhecido da população brasileira, o Atletismo passa a divulgar nomes, provas, esforços físicos, conquistas e recordes, no que conta com o apoio dos meios de comunicação de massa, sobretudo da televisão, até mesmo em horários de grande audiência (MATTHIESEN, 2005).

Segundo Darido (2005), o esporte, como forma de educação, no nosso caso o Atletismo, democratiza e gera cultura pelo movimento de expressão do individuo em ação como manifestação social e de exercício crítico da cidadania evitando, assim, a exclusão e o excesso de competitividade. Ao usar o Atletismo, como conteúdo podemos levar os alunos a refletirem de forma crítica sobre os problemas da sociedade, o uso de drogas ilícitas para melhoria de rendimento a corrupção e a violência (ética), como também a geração de empregos (trabalho e consumo), desenvolvimento de pesquisas científicas, como na área médica (saúde). Não seria demais reforçar a importância que o Atletismo assume na formação da criança em qualquer faixa etária. Sem exigir materiais complexos, formados por regras fáceis e de aprendizagem rápida, o Atletismo é composto por movimentos que motivam todos aqueles que o praticam.

Contudo, a faceta do Atletismo realçada é aquela dos grandes nomes, marcas e recordes que, com o apoio da mídia, transformam os atletas em verdadeiros super-homens. Mas, será apenas esse o conhecimento a ser veiculado pelo atletismo? O trabalho com crianças, sobre tudo no campo escolar é um bom começo para o ensino desta modalidade que envolve habilidades motoras por elas utilizadas cotidianamente (MATTHIESEN e CALVO, 2004).

Para Costa (1992), o atletismo a ser utilizado na escola deve ser considerado como o "pré-atletismo", onde, numa primeira fase, faz-se através dos gestos motores básicos correr, saltar e lançar; e numa segunda fase, mantêm-se os da primeira, avançando-se para as tarefas que exigem uma maior codificação dos gestos motores básicos, aproximando progressivamente a criança do Atletismo.

Os exercícios de atletismo são um meio excepcional para aumentar a capacidade do rendimento físico geral. Com eles, desenvolvem-se e aperfeiçoam-se da melhor forma o sistema cardiorrespiratório e o sistema nervoso, assim como as qualidades físicas básicas: força, velocidade, resistência, flexibilidade e coordenação, proporcionando melhor o cumprimento das tarefas do cotidiano (FERNANDES, 2003; FRÓMETA e TAKAHASHI, 2004).

Para Bragada (2000), grande parte das escolas, em especial de rede pública, não possui sequer espaço para a prática de esportes como o atletismo. É interessante também notar que as modalidades esportivas de maior prestígio nacional são coletivas e têm como material principal a bola. Essa, como instrumento de comunicação entre várias pessoas, coloca a concepção do atletismo como esporte em “xeque” na cabeça do aluno iniciante. Tal concepção talvez ajude a explicar a sentença bem brasileira: "atletismo não tem bola!” (ORO, 1984).

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