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O Esporte Alternativo

Por:   •  5/7/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.617 Palavras (7 Páginas)  •  198 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Com uma demanda educativa cada vez mais heterogênea, sair de um estado comum e buscar novas estratégias tem sido um dos caminhos a se percorrer para que educadores consigam desenvolver práticas educativas mais eficientes.

No campo da educação física escolar, historicamente alguns conteúdos se apresentam como tradicionais, descritos por alguns autores como, esportes institucionalizados, tais como: Futebol, Voleibol, Basquetebol e Handebol. Colocando esportes não tradicionais, ou pouco populares em nosso país, ou mesmo jogos não explorados no campo profissional e midiático, em um grupo de modalidades denominadas, esportes alternativos.

 Em 2010, cinco novas modalidades esportivas foram incluídas no currículo da rede estadual paulista de educação. São elas o rugby, o beisebol, o frisbee, o badminton e o tchoukball. Tal inovação teve a premissa de não mais restringir as experiências dos alunos às quatro modalidades esportivas tradicionais da Educação Física Escolar (futsal, handball, basquete e vôlei). O currículo ainda ressalva que estas modalidades devem ser abordadas nos campos conceituais, atitudinais e procedimentais (SEE- SP, 2010).

A secretaria da educação inclui em seu currículo tais esportes da seguinte forma, no ensino fundamental ao longo do terceiro bimestre do nono ano a disciplina educação física deve contemplar esportes como beisebol, rugby e frisbee. Já no ensino médio aparecem os esportes badminton e o tchoukball.

Os conteúdos acima descritos além de serem desenvolvidos de forma prática no decorrer das aulas almeja também que os aluno adquiram as seguintes habilidades: identificar objetivos (Rugby, beisebol, badminton, frisbee) e suas principais regras, reconhecendo-as na dinâmica do jogo; relacionar a introdução e a disseminação do esporte alternativo (Rugby, beisebol, badminton, frisbee) no Brasil com seu processo histórico de surgimento e consolidação; identificar e caracterizar a dinâmica básica do esporte, em termos de ataque/defesa e funções dos jogadores; identificar e reconhecer os princípios técnicos-táticos do esportes alternativo (Rugby, beisebol, badminton, frisbee), aplicando-os em situações reduzidas de jogo; aplicar os princípios do esporte alternativo (Rugby, beisebol, badminton, frisbee) em uma partida propriamente dita; organizar-se de modo autônomo para a realização das modalidades alternativas, desempenhando todas as funções necessárias para tal. A educação física escolar deve tratar pedagogicamente de conteúdos culturais relacionados ao movimentar-se humano, porque o ser humano, ao longo de sua evolução de milhões de anos foi construindo certos conhecimentos ligados ao uso do corpo e ao seu movimentar-se. A educação física deve ser repensada com a correspondente transformação em sua ação educativa. A transformação referida não pretende negar a tradição da área construída, mas ampliar e qualificar suas possibilidades de atuação (SEE, 2010).

DESENVOLVIMENTO

De acordo com o dicionário, alternativo é um adjetivo: 1. que se diz, faz ou ocorre com alternância. 2. que oferece possibilidade de escolha, de opção (DICIO, 2018). Não existe um consenso em educação física escolar sobre as modalidades que o conteúdo esportes alternativos deve englobar, esta pesquisa destaca o rugby, o beisebol, o frisbee, o badminton e o tchoukball, pois foram as modalidades incluídas pela proposta curricular da secretaria de educação do estado de São Paulo, porém outros autores descrevem modalidades diferentes para a temática esportes alternativos ou ainda os denomina como esportes não convencionais.

 Costa e Nascimento (2006) apontam dois tipos de esportes costumeiramente como conteúdo escolar: o esporte institucionalizado (basquetebol, voleibol, handebol, atletismo, futebol, futsal, ciclismo, outros) e os esportes alternativos (capoeira, escaladas, passeios, bets, malha, peteca, outros).

Os esportes Alternativos Escolares permitem aumentar ainda mais o leque de opções esportivas a serem oferecidas pelos professores (as) em suas aulas. Um estudo apontou que escolas públicas do Brasil alcançam resultados positivos com a inclusão de esportes alternativos e não convencionais, registrando um aumento da participação dos alunos nas aulas de educação física, principalmente pela inserção de esportes diferentes, como o tênis de mesa e o badminton (UNIPÊ, 2008).

Alterações curriculares, por si sós, parecem não ser capazes de contribuir para mudanças efetivas no cotidiano escolar. Qualquer proposta curricular encontra o problema prático de como intervir para provocar determinada forma de ser, aprender, sentir e agir (NEIRA & NUNES, 2009).

Perrenoud & Thurler, (1993) denomina essa faceta da prática docente como: Transposição didática, referente às transformações que recebem os saberes a fim de que se possam tornar ensináveis. A prática pedagógica é permeada por saberes do professor, sendo adquiridos não só em sua formação inicial, mas principalmente durante o exercício de sua profissão (Finck, 2011).

O esporte deve ser considerado, no contexto escolar, não somente em relação aos aspectos motores (procedimentais), mas também cognitivos (conceituais) aos afetivos e sociais (atitudinais), que não podem ser esquecidos. O “fazer’’ é muito importante, mas o “conhecer”, o “aprender” e o “ser” devem estar presentes no trato desse conhecimento na escola (FREIRE, 2009).

A ideia de levar para a escola modalidade como Rugby, beisebol, badminton, frisbee, totalmente alheias a cultura da educação física escolar, de início pode sugerir ser 4 impraticável e incabível no ambiente escolar. Questionamentos com espaço, material, riscos são corriqueiros em meio a comunidade escola, inclusive por parte dos próprios professores de educação física. Estudo feito por Silva & Veronez, (2015) ao entrevistar professores da rede pública de ensino da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, evidenciou como fatores limitantes do desenvolvimento das modalidades alternativas nas aulas de educação física apontados pelos próprios docentes estão: (78%) falta de estrutura física da escola, (64%) falta de materiais adequados, (42%) falta de conhecimento do professor, (35%) diz não ter tempo para se especializar na modalidade, (28%) falta de apoio do corpo diretivo da escola, (21%) apontam o desinteresse dos alunos, (14%) o desinteresse do próprio professor e (7%) a grande quantidade de alunos nas turmas. Um estudo a cerca de esportes não tradicionais na educação física escolar identificou que existem concepções equivocadas por parte dos alunos acerca de esportes como futebol americano e beisebol, pois os alunos relacionam tais esportes a violência e agressividade apenas, principalmente pela forma que são veiculados pela mídia (LOPES, et.al., 2016).

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