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FUNDAMENTOS TEÓRICOS ACERCA DO CUIDADO E A RELAÇÃO ENTRE ENFERMAGEM E O PROCESSO DE CUIDADO

Por:   •  17/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  6.871 Palavras (28 Páginas)  •  507 Visualizações

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FUNDAMENTOS TEÓRICOS ACERCA DO CUIDADO E A RELAÇÃO ENTRE ENFERMAGEM E O PROCESSO DE CUIDADO

Historicamente, os cuidados de enfermagem já existiam desde o início do homem, pois a sobrevivência era primordial. Contudo ao passar dos anos, os cuidados foram evoluindo cientificamente, porém, esse cuidar teórico se integrava com o cuidar caridoso, pois nada adiantaria o processo de cuidar com devidas técnicas sendo que a auto-estima pondera-se do homem para evolução do quadro clínico.

No século XVIII, os doentes eram acolhidos nos hospitais com o único objetivo de excluir o indivíduo da sociedade, com o intuito de não disseminar a doença, ou para esperar a morte, procurando para este fim instituições como as Irmandades Santas Casas de Misericórdia que eram dirigidas por religiosos inspirados na parábola do Bom Samaritano; estes acolhiam os doentes por amor a Deus, dedicavam-se ao cuidado e doação ao próximo, dando aos pacientes o cuidado básico e garantindo o mínimo de conforto e dignidade possível.

No século XIX, durante a Revolução Industrial e a tecnologia, os hospitais elaboraram estratégias para visar à promoção de saúde dos cidadãos, com objetivo de resolução dos agravos e cura. Os hospitais mudaram com o avanço da medicina, pois o médico tornou-se um profissional liberal e a enfermagem buscou a profissionalização, almejando o aperfeiçoamento com cursos.

Hoje, o profissional de enfermagem acumula várias responsabilidades, desde a chefia, liderança, supervisão da equipe de enfermagem local, inclusive processos administrativos, além da responsabilidade por inúmeras vidas diariamente. O objetivo de enfermagem é cuidar, oferecer conforto, atenção ao cliente proporcionando condições de enfrentar as mudanças no seu cotidiano para um viver saudável. Porém, o maior desafio está no aprender a escutar, acolher o outro, partilhar o momento, aprender com o outro, ser coerente, sorrir, criar harmonia, não rotular e ser solícito. Isso se dá no processo de interação terapêutica entre seres humanos, baseadas em conhecimento empírico, pessoal, ético, estético e político com a intenção de promover a saúde e a dignidade no processo de vida humana.

Humanização não se trata apenas de valores morais e princípios, mas sim de respeito à dignidade própria da pessoa e a garantia de seu direito fundamental à vida e à saúde, com o intuito de se humanizar as relações e de melhorar a assistência ao paciente, os governantes e gerentes da saúde, implementaram programas que visam à humanização, como por exemplo o PNH (Política Nacional de Humanização) ou o Humaniza SUS criado em 2003, com o objetivo de levar assistência humanizada aos usuários do Sistema Único de Saúde. Estados, municípios e serviços de saúde estão implantando práticas de humanização nas ações de atenção e gestão com bons resultados, o que contribui para a legitimação do SUS como política pública.

Entende-se que o cuidado não é apenas assistencial, científico, mas é arte de cuidar, colocar-se no lugar do cliente e aprender a ser responsável, também é conduzi-lo a enfrentar obstáculos da vida, proteger, promover e preservar a humanidade, ajudando pessoas a encontrarem significados nas doenças, sofrimento e dor. É ainda, auxiliar a obterem o autoconhecimento, controle e autocura, promovendo harmonia interna, segurança e confiança, ainda que em situações adversas, porque o hospital é um ambiente que demonstra ao cliente: receio, tristeza, solidão (afastamento do ambiente familiar), doenças e sem contar da privacidade exposta durante os exames e manipulações que desgastam o cliente. É também papel da enfermagem oferecer ao cliente um ambiente confortável e possibilitar uma recuperação significativa.

Pensar em exemplos de cuidar em enfermagem requer a compreensão do sentido e do significado desse cuidado, sua dimensão político-social e sua implicação sobre a vida dos cidadãos. Fundamental é o reconhecimento de sua finalidade para a vida humana. Ampliar a visão holisticamente e perceber que “o outro” não deve ser considerado apenas um número ou uma patologia a ser tratada, mas sim, um ser humano que necessita de cuidado e que pode/deve carregar consigo uma história de vida que, provavelmente, revela e traduz intrinsecamente seu estado físico.

Cuidado de enfermagem é respeito moral, orientação, solução de problemas, bem como manter o elo social e ético, valorizando a própria vida para respeitar a do outro, em sua complexidade, suas escolhas, inclusive a escolher a enfermagem como sua especialidade e profissão.

Pode, o profissional, prestar assistência e não “cuidar”, uma vez que “tratar” refere-se a prestação de cuidados técnicos e específicos que buscam somente a cura da patologia em si. Assim, o “cuidar” compreende a valorização do ser humano como um todo, respeitando o doente como ser bio-psico-social, de valor único e insubstituível, com suas crenças, dúvidas e sentimentos, realçando assim, o direito à sua dignidade.

Florence Nightingale, considerada heroína na história da enfermagem devido suas pesquisas sobre cuidados, deixou o seu legado e eternizou o seu conceito de cuidar com a frase: "A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!"

O cuidar, causa para quem o realiza, a sensação de reciprocidade de afetos e satisfação pelo ato concretizado, através das trocas mútuas de conhecimentos e sentimentos. Já diz o provérbio: “quem ama, cuida!”. Amar o ser humano como um todo, faz com que o cuidador valorize a sua vida bem como a do outro, logo, cuidando de alguém, na verdade, estará cuidando de si mesmo.


A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DA ATENÇÃO E GESTÃO DO SISTEMA

Em 1988, foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS). Afirmado com ele a universalidade, a integralidade e a equidade da atenção em saúde e à incorporação de novas tecnologias e especialização dos saberes. Sua concepção de saúde não se reduz à ausência de doença, mas a uma vida com qualidade.

Todo cidadão brasileiro tem direito de acesso ao SUS. Mas convém observar que tanto a comunidade como o governo são responsáveis pela coordenação de esforços para estruturar o SUS. A descentralização, através da regionalização e da municipalização da saúde, é a estratégia ideal para que todas as instâncias responsáveis pelo sistema de saúde possam se articular nesse esforço. Não há dúvida de que a municipalização garante a atenção básica de saúde, trazendo lógica, racionalidade e controle ao sistema.

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