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O Envelhecimento

Por:   •  13/8/2018  •  Projeto de pesquisa  •  2.623 Palavras (11 Páginas)  •  163 Visualizações

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1. Introdução

 

            O envelhecimento é um processo biológico progressivo caracterizado pelos efeitos ou consequências da passagem do tempo no organismo o qual é variável de indivíduo para indivíduo a depender de fatores como: estilo de vida, condições socioeconômicas e doenças crônicas. Pode ser entendido também em várias perspectivas, como em termos biológicos, cronológicos, sociais, intelectuais, econômicos e funcionais. É uma fase em que, ponderando sobre a própria existência, o indivíduo idoso conclui que alcançou muitos objetivos, mas também sofreu muitas perdas, das quais a saúde destaca-se como um dos aspectos mais afetados (MENDES, 2000; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

Em cinquenta anos, a contar da década de 70, espera-se um crescimento mundial de 223% (em torno de 694 milhões) no número de pessoas mais velhas. Por estimativa, em 2025 existirá um total de aproximadamente 1,2 bilhões de pessoas com mais de 60 anos e até 2050 um total de dois bilhões, sendo 80% destes nos países em desenvolvimento (AGUIAR, 2012).

No envelhecimento populacional, uma área que tem recebido bastante atenção é a "feminização da velhice”. O contingente feminino de mais de sessenta anos de idade passou de 0,9 milhões em 1940 para 8 milhões em 2000, ou seja, quase decuplicou em sessenta anos. Em termos proporcionais, as mulheres idosas respondiam por 2,2% do total da população brasileira em 1940, passando a ser responsáveis por 4,7% em 2000. A proporção comparável para a população masculina em 2000 foi de 3,8%. (CUNHA, 2015; CAMARANO, 2015).

A predominância da população feminina entre os idosos tem como um dos resultados a maior mortalidade masculina. Em 1980, a esperança de vida feminina foi de 65 anos, 6,4% mais alta do que a masculina. Os estudos demográficos sobre envelhecimento afirmam, frequentemente, que as disparidades entre os sexos são importantes: as mulheres constituem a maior parte da população idosa. (FIGUEIREDO, et al., 2006).

As pesquisas de Lobato (2005), ressalta que no Brasil vive-se em média até os 65 anos de idade e esse aumento da expectativa de vida, exige melhores condições de vida para toda a população, pois em terras brasileiras as desigualdades sociais são expressivas, principalmente com a implementação de políticas de ajuste neoliberal, que reduzem os gastos públicos, gerando cortes significativos no financiamento das políticas sociais e taxas de desemprego alarmante.

Com o envelhecimento, as mulheres são afetadas diferentemente de homens, tornando-as mais vulneráveis não apenas aos problemas de saúde, mais também ao isolamento social e a transtornos emocionais que podem estar relacionados à aposentadoria, a viuvez, as alterações fisiológicas e outros tantos problemas. (BUENO; LIMA, 2009).

A preocupação com a questão do envelhecimento populacional e, em especial, com o feminino, se torna maior decorrente do fato de se encarar esse contingente como dependente e vulnerável não só do ponto de vista econômico, como também de debilidades físicas, o que pode acarretar perda de autonomia e incapacidade para lidar com as atividades do cotidiano. (CAMARANO, 2015).

Dentre as doenças que acometem as idosas, a depressão se destaca e sua presença pode levar à incapacidade funcional. A mesma pode estar associada a diversas perdas, tais como: limitação do acesso àquelas atividades que promovem satisfação e bem-estar, além do aumento do risco para o aparecimento e o agravamento de doenças crônicas. O sedentarismo, a obesidade, assim como hábitos de vida prejudiciais à saúde, são fatores de risco para essa população (MEURER et al., 2012; PIANI et al., 2016; SIQUEIRA et al., 2015). 

           Já sobre a prevalência da depressão ao longo da vida, os dados estão entre 14,9 e 16,8 % e tende a ser o dobro no sexo feminino. No Brasil, mais de 10% da população idosa apresenta quadros depressivos, sendo esse um dos maiores problemas de saúde pública do mundo (KESSLER et al.,1996; MAZO et al., 2012).

          A maioria das dificuldades relacionadas ao sexo, incluindo as disfunções sexuais cresce com o envelhecimento e na mulher há um agravamento dessa situação desde o início do climatério, mantendo-se aproximadamente a mesma após os 55 anos. Quase 20% das mulheres brasileiras acima de 60 anos se ressentem da falta de interesse sexual. (LAUMANN; WAITE, 2008; ABDO, 2004).

A incontinência urinaria (IU) é um problema que acomete principalmente as mulheres, de várias faixas etárias, mas com maior prevalência em idosas, podendo variar de 26,2% a 37,9%, enquanto que estudos mostram que apenas 6,2% a 15,5% do sexo masculino sofre do mesmo mal. Esta patologia pode ser classificada em três tipos principais: de esforço, de urgência e mista. Dependendo das condições de saúde, tipo e estágio o tratamento pode ser cirúrgico, medicamentoso, fisioterápico ou comportamental (CALDAS et al., 2010; TAMANINI et al., 2009).

            Dentre os canceres mais letais mundialmente, o câncer de mama se destaca, a qual consiste em uma neoplasia maligna, hereditária ou não desenvolvida no tecido mamário. É a neoplasia maligna que mais acomete as mulheres idosas, sendo uma das principais causas de morte, fato que está relacionado a 60% dos casos serem descobertos tardiamente e à alta incidência dessa neoplasia com o avançar da idade. A mortalidade por câncer, entre mulheres idosas, elevou-se de 10,5% em 1980 para 13,2% em 2000 (MARTINS, 2009; FILHO et al., 2005; CAMARANO et al., 2004).

          Por fim, a osteoporose é uma enfermidade crônica e multifatorial relacionada ao envelhecimento principalmente feminino devido as baixas concentrações hormonais durante o climatério e a menopausa; elas tendem a ter o enfraquecimento dos ossos de forma intensa, devido à perda de estrogênio, o que evolui para baixa massa óssea e deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, conduzindo ao aumento da fragilidade dos ossos e, consequentemente, à elevação do risco de fraturas (PINTO NETO et al., 2002; MELLO et al., 2010).

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