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O que é enfermagem (Dimensões Culturais)

Por:   •  19/4/2015  •  Seminário  •  2.016 Palavras (9 Páginas)  •  527 Visualizações

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O que é enfermagem.

DIMENSÕES CULTURAIS

Gênero humano:

O conhecimento teórico da enfermagem exige que, se incorpore a perspectiva de gênero, para que seja possível conceitualmente se visualizar, criticar e discutir as implicações politicas que afetam uma profissão majoritariamente feminina.

        Está no imaginário erudito e popular da cultura patriarcal a ideia de que existe uma relação entre ocupação e gênero, que associa a sexualidade biológica com algumas atividades humanas. Assim algumas ocupações são geralmente associadas ao sexo feminino, entre elas as atividades de enfermagem.

        Essa associação se explica em parte porque a enfermagem realiza no mundo público inúmeras atividades equivalentes às que as mulheres desempenham no espaço privado, como, por exemplo, alimentar, limpar, lavar e entre outras.

        Enquanto um varão na sua juventude exercita sua identidade profissional diretamente no mundo público, a mulher tem de optar por permanecer no espaço doméstico, casando-se, tendo filhos, ir para o mercado de trabalho exercitar uma profissão ou ocupação, ou julgar seus interesses atuando tanto no espaço privado quanto no público, continuam se identificando com os valores da esfera materno-familiar. Regem-se no trabalho pelas leis do espaço familiar, se ocupam dos fetos, criticam ou apoiam os vínculos e as alianças do seu grupo imediato, desenvolvem  suas atividades por amor e não são movidas por nenhum projeto pessoal e profissional autônomo.

        O conflito gerado por esse posicionamento subjetivo, no que se refere a escolha da conduta própria para cada espaço, traz como resultado a existência de enfermeiras estereotipadas. Tanto se encontram profissionais muito rígidas que amedrontam a todos no serviço, quanto outras tão frágeis que não conseguem nem coordenar o desempenho de suas atividades.

Saberes:

As escolas em sua maioria não dispõem de instalações adequadas, os laboratórios experimentais quase não existem, as verbas para a manutenção dos edifícios e equipamentos e para aperfeiçoamento do corpo docente são irrisórias. Apesar de todas essas dificuldades, constata-se pelo país afora que existe presente em muitos segmentos da profissão o desejo de prestar melhores serviços à sociedade.

O ensino teórico-prático necessita ser revitalizado e, portanto, deve incorporar outras dimensões – tais como as que envolvem o estudo de subjetividade como estimulante da sensibilidade criativa, sensorial e utópica.

Racismo:

        O racismo no processo seletivo era multiforme, e atualmente continua entranhado nesse processo.

        Os negros eram impedidos de cursar as escolas, devido atitudes racistas veladas ou declaradas. Por exemplo, na seleção de candidatas das primeiras escolas exigia-se boa aparência, o que na prática significava “não ser negra”.

        Nos escritos de Florence não se encontram referencias a postura racista de sua parte na organização da enfermagem.

        A questão do racismo na enfermagem só poderá ser compreendida quando os(as) profissionais negros as elaborarem pesquisas sobre essa questão, que até hoje causa constrangimento, vergonha e até manipulação de fatos históricos quando o assunto é abordado.

Classe social:

As primeiras escolas pretendiam recrutar preferencialmente mulheres das classes dominantes, privilegiando na seleção pessoas brancas, da classe burguesa e conservadora, para construir as raízes nacionais da categoria. Muitas responderam a esse apelo, mas logo se deram conta de que exercer enfermagem significava manter contato com corpos deformados, problemas humanos insolúveis e fluídos orgânicos desagradáveis. Tomaram consciência , então de que não seria executando esses cuidados que alcançariam o tão almejado status social no espaço público.

        A solução política encontrada foi desmembramento do exercício profissional em três níveis de complexidade: universitário, técnico e auxiliar.

        Para entender os valores de classe no interior da enfermagem é preciso compreender a correlação  existente entre as lutas das mulheres que organizaram a profissão , conquistando espaço na vida pública, e o vínculo que elas estabeleceram com os(as) auxiliares, geralmente originários(as) do proletariado ou do meio rural.

        Desse modo, a maioria dos(as) enfermeiros(as) de nível universitário interiorizou a ideia de que seu papel profissional é exercer todo o poder e autoridade sobre o pessoal de nível médio. Esse poder se expressa pela subordinação de técnicos e auxiliares a escalas de serviço desumanas, com numero excessivo de enfermos para um(a) único(a) auxiliar prestar cuidados, em um contexto de direitos sociais reduzidos, uniformes de trabalho insuficientes, além de conforto, alimentação, higiene e alojamento precários, o que gera insatisfação, oculta ou evidente, entre os segmentos da profissão.

        Acrescida a essa insatisfação soma-se a falta de diálogo entre os(as) agentes de nível médio e os(as) enfermeiros(as), o que tem mobilizados os primeiros a denunciar a pressão de que são vítimas nos ambientes terapêuticos.

Sexismo:

        Depois da entrada de homens, nas escolas e na vida profissional, houve uma inversão no tratamento genérico da categoria, identificada nas comunicações diárias, nos discursos descritos e falados pelo tratamento no masculino. Enfermeiras se autodenominam enfermeiros, e alunas se autodenominam alunos. Pouco a pouco, a identidade profissional feminina foi transferida para o gênero masculino.

        A enfermagem é exercida atualmente pelos dois sexos, portanto são duas óticas de expressão de interesses.

        O sexismo se caracteriza por atitudes cotidianas assumidas por pessoas que privilegiam um sexo (quase sempre o masculino) em detrimento do outro (quase sempre feminino). O primeiro passo para se compreender e ultrapassar a desvantagem social representada pelo sexismo e pelo androcentrismo conciste em esclarecer que o sexo é um traço inatodos seres humanos, assim como a cor da pele.

A questão religiosa:

        O entendimento do que é enfermagem no Brasil só será completo quando estudiosos(as) do assunto desvendarem o significado dos postulados da enfermagem cristã, transmitidos a diversas gerações de enfermeiros(as) e aprovados pela sociedade em especial pelos médicos.

        A introdução da enfermagem nightingaleana no Brasil forteceu por muito tempo a prevalência das escolas de orientação religiosa sobre as instituições leigas.

        Foi sob a orientação de freiras católicas que Florence desenvolveuseus dons psra organização, pesquisa e tomada de decisões em um estabelecimento hospitalar e depois na enfermagem.

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