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Por:   •  3/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  1.094 Palavras (5 Páginas)  •  402 Visualizações

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UNIP-UNIVERSIDADE PAULISTA

Campus de Ribeirão Preto

CURSO DE FARMÁCIA

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA

Teste de desencadeamento alimentar oral na confirmação diagnóstica da alergia à proteína do leite de vaca

Ribeirão Preto, 14 maio de 2017

1) Resumo

Este trabalho tem como objetivo verificar a prevalência de alergia à proteína do leite de vaca em crianças com sintomas atribuídos à ingestão do leite de vaca. Foram estudadas 65 crianças com sintomas atribuídos à ingestão do leite de vaca, A mediana de  idade foi de 5 meses no grupo caso e 7 meses no grupo comparação, o teste realizado não comprovou alergia à proteína do leite de vaca em 46,8% dos pacientes com sintomas atribuídos à ingestão de leite de vaca. Os dados obtidos comprovam a necessidade do teste de desencadeamento alimentar oral para determinar os pacientes que realmente têm alergia à proteína do leite de vaca que se beneficiarão com a dieta sem o leite de vaca.

2) Introdução

A alergia alimentar constituiu em um importante problema de saúde pública atingindo indivíduos de qualquer faixa etária. É definida como um efeito adverso resultante de uma resposta imunológica específica que ocorre de forma reprodutível após exposição a um dado alimento e que é distinto de outras respostas adversas como a intolerância alimentar (não imune mediada e que envolve reações enzimáticas) ou reações mediadas por toxinas

A prevalência da alergia à proteína do leite de vaca (APLV) é descrita entre 2 e 8%. A história natural da APVL difere da observada para outras proteínas alimentares, que tem como principio ocorrer em fases mais tardias.

Desta forma, é preciso levar em conta a baixa especificidade dos sintomas oriundos do diagnóstico de APLV, pois também podem indicar outras doenças, como doença do refluxo gastroesofágico, diarréia infecciosa, alterações anatômicas, etc.

A alergia às proteínas do leite de vaca (APLV) constitui a alergia alimentar mais frequente em crianças com idade inferior a três anos, todavia a APLV com manifestações gastrointestinais (GI) ocorre em qualquer idade.

O diagnóstico certo, baseado em provas de tolerância oral, é extremamente importante, evitando situações de sobre ou subdiagnóstico e tratamento desadequado.

Atualmente, observa-se dificuldade no diagnóstico da APLV, com incidência reduzida ou elevada, resultando em prejuízo para a nutrição da criança e para a qualidade de vida da família, especialmente nos diagnósticos errados. Enfim são necessários estudos que vão utilizar métodos mais apropriados e que possam auxiliar no diagnóstico da alergia.  

3) Desenvolvimento do Tema

Foram convidados a participar do estudo pais de 66 crianças, referenciadas ao ambulatório de Gastroenterologia Pediátrica do Hospital das Clínicas (HC), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife (PE), com sintomas adversos relacionados à ingestão do leite de vaca pela criança, ou pela mãe em amamentação ainda consumindo leite de vaca e derivados. Os sintomas relacionados eram cutâneos (dermatite atópica e urticária), respiratórios (tosse e dispnéia, rinites) e digestórios (regurgitação, vômitos, sangramento retal, constipação, diarréia e proctite). Constipação foi considerada quando a criança defecava duas ou menos vezes por semana, com fezes endurecidas e dor à defecação. O sangramento retal foi descrito pelos pais como presença de sangue em qualquer quantidade, antes ou depois da defecação ou junto com as fezes. Proctite foi considerada ao exame físico pela presença de edema e eritema, com ou sem fissura, na região perianal, ainda consumindo leite de vaca e seus derivados.

O teste de desencadeamento alimentar oral aberto foi realizado para definir o diagnóstico   de APLV: crianças e mães, quando ainda amamentando, foram orientadas para seguir uma dieta de exclusão do leite de vaca e derivados durante pelo menos 2 semanas, utilizando fórmula de proteína isolada de soja.

Os dados obtidos dos formulários e dos exames complementares de 65 pacientes foram armazenadas (codificando-se as variáveis categóricas) em arquivo de dados elaborado no programa de estatística Epi-Info, versão 3.3.2 for Windows, no qual foi realizada a análise estatística.

À admissão no estudo, a idade dos pacientes foi de 5 meses (P 25-75% 2-9 meses) no grupo APLV e de 7 meses (P 25-75% 4-11 meses) no grupo sem APLV (p = 0,05). Cerca de 50% dos pacientes com sintomas atribuídos à ingestão de leite de vaca não confirmaram APLV no teste de desencadeamento alimentar oral.

A IgE total foi elevada em 17/35 pacientes (33,8%) do grupo APLV e em 5/30 (16,7%) pacientes do grupo sem APLV, mas as IgE específicas foram elevadas apenas nos pacientes do grupo APLV: 3/35 (8,6%) para caseína, 3/35 (8,6%) para α-lactoalbumina e 5/35 (14,2%) para ß-lactoglobulina. Em quase metade (46,8%) das crianças com sintomas atribuídos à ingestão do leite de vaca, a APLV não foi confirmada pelo teste de desencadeamento alimentar oral. A APLV ocorre no organismo que não desenvolveu tolerância oral. Fatores envolvidos no estabelecimento da tolerância oral são genética, microbiota intestinal e idade do paciente, além de fatores associados aos antígenos17. A criança em aleitamento artificial, além de estar em contato contínuo com proteínas estranhas numa fase de permeabilidade intestinal vulnerável, perde o benefício dos agentes bioativos do leite materno para proteção contra APLV7.

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