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TRABALHO DE CAMPO NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ALAGOINHAS

Por:   •  22/8/2022  •  Trabalho acadêmico  •  3.319 Palavras (14 Páginas)  •  114 Visualizações

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BRENO LEÃO SOUTO

 

PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DE INDIVÍDUOS ASSISTIDOS NO AMBULATÓRIO DE REFERÊNCIA EM GLAUCOMA ALIADO A AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E SUPORTE SOCIAL  NA MACRO REGIÃO DE ALAGOINHAS- BA.

TRABALHO DE CAMPO NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE ALAGOINHAS.

.Anteprojeto de pesquisa do Mestrado

Profissional de Tecnologias em Saúde da Escola

Bahiana de Medicina e Saúde Pública.

Orientador: Profa. Martha Moreira Cavalcante Castro

ALAGOINHAS, BAHIA

2022

  1. INTRODUÇÃO

        

        O Glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo1 resultando na baixa acuidade visual permanente em vários graus até a cegueira total. A acuidade visual (AV) pode ser definida como a quantificação da capacidade de discriminação de formas e contrastes, sendo um dos parâmetros que melhor representa o desempenho da função visual. Estimativas de deficiência visual baseadas na população mundial em 2015 apontam prevalência de 3,5% de deficiência visual relacionada ao glaucoma 1-2. A presença de deficiência visual tem impacto negativo em diversos aspectos da vida dos indivíduos. Estudos brasileiros mostraram a associação de baixa AV com baixo rendimento escolar em crianças. Além disso, estudos internacionais mostraram que esta condição também esteve associada a transtornos de ansiedade e ideação suicida3.O principal e mais desafiador objetivo do tratamento do glaucoma é manter a qualidade de vida (QDV) dos pacientes a um custo aceitável2. QDV é um conceito complexo e multidimensional, que inclui o estado de saúde do indivíduo, o bem-estar físico e psicológico, assim como uma boa capacidade de desempenho social e cognitivo2-5. Na área da medicina, a QDV está relacionada a diversas dimensões, desde a preocupação do indivíduo com a doença e suas consequências, passando pelo transtorno funcional causado pela doença, até os efeitos indesejáveis dos tratamentos. A QV do glaucomatoso e afetada por diferentes motivos como pela perda da função visual; medo e ansiedade relacionados com a doença, por ser uma patologia crônica com potencial de evolução para cegueira; dificuldade na rotina diária do tratamento; efeitos colaterais e custo da terapeutica1-2-5. O efeito da deficiência funcional na QV provocado pelo glaucoma e principalmente devido as dificuldades experimentadas pelos pacientes na realização de atividades da vida diária relacionadas a visão, como ler, dirigir, andar, subir e descer escadas, tarefas domesticas (costurar e cozinhar) e limitações nas relações sociais5. Usualmente, quanto mais avançada a patologia, pior a QV. As medicações antiglaucomatosas podem influenciar a qualidade de vida de diferentes maneiras: o uso diário das medicações relembra ao paciente de sua condição de portador de uma doença incurável; os colírios podem ser caros e difíceis de aplicar; os efeitos colaterais locais e sistêmicos, podem afetar sua visão e saúde geral; o esquema das doses, que pode interferir no seu cotidiano deixando os pacientes ansiosos (se estão usando corretamente as medicações)4-5.

Em 2001, foi criado o “25-Item National Eye Institute Visual Function Questionnaire” (NEIVFQ25) que é o questionário mais usado em pacientes com glaucoma. Uma versão validada em português foi produzida em 2008, sendo o único questionário de visão relatada válido no Brasil. Ele possui 25 perguntas referentes a percepção da função visual, divididas em 12 subescalas, incluindo cinco domínios não visuais (saúde geral, saúde mental, dependência, função social, dificuldades funcionais) e sete domínios visuais (visão geral, visão à distância, visão periférica, capacidade de dirigir, visão de perto, visão de cores e dores oculares)

Outro questionário é o Glaucoma Qualidade de Vida-15 (GQL-15) que possui fácil administração com 15 questões para entender o efeito da perda da visão funcional. Nota-se que quanto maior a gravidade do glaucoma e maior a duração da doença, menor a acuidade visual do paciente e, consequentemente, pontuações maiores no GQL-15, estimando a influência do glaucoma nas atividades diárias20, mas ainda não traduzido e validado para a realidade brasileira.6-7-8

 Desenvolvida para o Medical Outcome Study(Sherbourne & Stewart, 1991), a Escala de Apoio Social MOS-SSS (Social Support Scale) visa avaliar em que medida a pessoa conta com o apoio de outras para enfrentar diferentes situações em sua vida. Embora desenvolvida para aplicação em pacientes crônicos, seu uso se estendeu a diferentes populações devido a sua fácil aplicação (19 itens que são respondidos por meio de uma escala tipo Likert de cinco pontos),e boa qualidade psicométrica demonstrada em diferentes estudos com populações e contextos diversos (Gómez-Campelo et al, 2014; Pais-Ribeiro& Ponte, 2009). Em estudo de busca por evidências de validade, o instrumento original apresentou uma estrutura interna composta por cinco fatores, identificados como apoio social do tipo emocional, informacional, material, afetivo e de interação social positiva. Posteriormente esta escala foi traduzida e adaptada para uso no Brasil por Griep et al.(2005) , essa versão foi utilizada em diferentes

estudos nacionais. 9-10-11

        No Brasil, existem projetos e politicas públicas destinadas à implantação de serviços ambulatoriais destinados ao diagnóstico e acompanhamento dos pacientes portadores de glaucoma , garantindo aos usuários atendimento médico especializado com oftalmologistas, a realização de exames complementares diagnóstico e principalmente a distribuição de colírios hipotensores que compreendem a maior estratégica terapêutica  do glaucoma.  

        No Brasil, o último inquérito realizado pelo Ministério da Saúde em 2013 possibilitou conhecer o perfil de saúde, exposições e condições de risco da população. Assim como, avaliar o desempenho do sistema de saúde, acesso, utilização e grau de satisfação dos usuários, em conjunto com as características sociodemográficas. A pesquisa evidenciou que a maioria das pessoas (47,9%) procura a Unidade Básica de Saúde como o estabelecimento prioritário quando precisava de atendimento de saúde, o consultório particular ou clínica privada por 20,6% da população, unidade de pronto atendimento público ou emergência de hospital público 11,3% e o hospital público ou ambulatório cerca de 10,1%. A maior parcela da clientela eram mulheres (78,0%), de cor branca (74,8%), de idade entre 40-59 anos (73,5%) e acima de 60 anos (83,5%), pessoas de nível médio completo ou superior incompleto (71,3%) e superior completo (80,4%) (IBGE, 2015) 12.

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