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A Antropologia da Alimentação

Por:   •  30/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  2.430 Palavras (10 Páginas)  •  346 Visualizações

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Universidade Paulista – UNIP, São José do Rio Preto – SP

Nutrição – Noturno.

Relatório do livro História da Alimentação – Professor Pedro Domingues

São José do Rio Preto – SP

Abril/2019

RELATÓRIO DO CAPÍTULO 39: TRANSFORMAÇÕES DO CONSUMO ALIMENTAR

  • TRANSFORMAÇÕES NO CONSUMO ALIMENTAR

A expansão demográfica se divide em dois períodos que correspondem também ao da história alimentar: o aumento da variedade e do consumo de alimentos tradicionais, que é uma resposta da produção à pressão demográfica e o outro, a mudança do regime alimentar junto à mudança demográfica. O que difere entre esses dois períodos também foi a utilização dos alimentos, que enquanto se destacaram em um período, deixaram de ser consumidos em outras épocas.

Uma das principais respostas ao desenvolvimento demográfico foi o recurso de novas plantas alimentícias, com o milho e a batata. A revolução agrícola e a modernização dos transportes, que está relacionada a revolução industrial, tornaram a alimentação nesses dois períodos divergentes, fazendo a agricultura ser voltada para o mercado.[pic 2]

  • INFORMAÇÕES NUMÉRICAS

A evolução alimentar entre os séculos XIX e XX é dificultada pelas regiões, épocas, ou alimentos particulares. Além disso, leva em conta, frequentemente, a produção, comércio e preparação dos alimentos.

De acordo com a maior parte dos estudos, o ponto inicial da avaliação do consumo alimentar começa na produção agrícola. No caso de cereais por habitante, entretanto, é necessário separar o que é utilizado para a semeadura, alimentação do gado ou até mesmo fabricação de cerveja e álcool, além da perda devido aos roedores, entre outros motivos. Nesse cálculo também inclui a incerteza do número de cabeças de gado que serão alimentadas e da qualidade da carne, por outros nutrientes nela contidos.

Por fim, para resultados efetivos, é necessário a separação dos países para mostrar os índices corretos e reflexo da alimentação de cada população e sua cultura, colocados em uma série cronológica afim de apresentar as tendências da evolução do consumo alimentar nesses séculos, em particular, entre 1850 e 1975.

  • PRODUTOS RICOS EM FÉCULA

Apesar de atualmente o consumo de cereais não ser tão significante, na França, Inglaterra, Alemanha e Itália, o maior consumo desse alimento por pessoa se compreendeu no fim do século XIX. Na Alemanha esse produto apresentou o maior índice entre 1878 e 1903, na França, entre 1885 e 1894, na Inglaterra, mesmo que as batatas no início do século demonstraram concorrência com o pão, o consumo de cereais aumentou novamente depois de 1847. Já na Itália, o aumento do consumo foi tardio, no entanto, com altos índices, explicado pela elevação do salário e aumento de importações.

Na época industrial também foi muito comum perceber a diminuição na variação dos preços, que desenvolveu o comércio tanto nacional quanto internacional e gerou o rendimento da agricultura.

A produção do frumento, que é o melhor tipo de trigo, progrediu devido à produção de cereais vistos como “inferiores”. Por exemplo, na Itália o problema era o milho que causou epidemias, especificamente na Calábria, os pães de castanha e tremoço dão lugar ao frumento, e o consumo de polenta também diminui devido ao aumento do pão de frumento. Por outro lado, na França, o frumento representou 51% dos cereais consumidos. Na Alemanha, em 1975 o consumo de trigo chegou mesmo a triplicar o consumo do centeio.[pic 3]

Dentre outros cereais, o arroz é de relevante desenvolvimento entre 1850 e 1900 que, mesmo com a queda no consumo atualmente, permanece em altos níveis de consumo. No entanto, o consumo de cereais nativos ainda é maior.

As tradições alimentares desempenharam um papel: por exemplo, os consumidores da Alemanha do Norte se revelariam mais receptivos à batata do que os consumidores da Alemanha do Sul, na França eram consumidos uns 20 kg anuais por pessoa, ao longo de década de 1803-1812 quatro vezes mais em 1835-1844 e oito vezes mais em 1905-1913 (160 kg por pessoa). Esse nível de consumo permaneceu até 1939 e começou a recuar após a Segunda Guerra Mundial. Na Alemanha a batata foi adotada definitivamente após a grande crise agrícola do início do século XIX. As estatísticas mostram um consumo duplicado entre 1850-1900, depois uma redução de 50% no século XX, por volta de 1900 o consumo da batata dos alemães era duas vezes superior à dos franceses: 300 kg por pessoa anual. Dos anos 1934-1938 a França (479 g diárias) situava-se uma média razoável, atrás da Irlanda (535 g), Alemanha (508 g), e Finlândia (495 g) mais à frente da Grã-Bretanha (226 g), Áustria (264 g), Suíça (248 g), Holanda (317 g), e Dinamarca (330 g), etc. O sucesso em países como a Alemanha é devia também a uma elevada criação de porcos e ao consumo de álcool de batata. Em resumo a batata nunca perdeu sua imagem de alimento de pobre.

  • OS LEGUMES SECOS

Os legumes secos viram também seu consumo declinar no século XX. Na França, foi entre 1875 e 1914 que o consumo atingiu seu ponto máximo, oscilando de 8,5 a 9,9 kg anuais por pessoa, sendo que entre 1803-1812 era de 4,8 kg: e voltou a descer entre 3 e 4 kg em 1955-1964. Na Alemanha foi mais rápida a queda para um nível inferior: mais de 20 kg em 1850, o consumo passou para cerca de 6 kg entre 1880 e 1910, depois 2 kg entre 1920-1970 e menos de 1 kg em 1975.

  • FRUTAS E LEGUMES FRESCOS [pic 4]

Muitas vezes os estatísticos foram incapazes de fazer distinção entre legumes e frutas por eles serem cultivados em hortas. Apesar dessa provável subestimativa, o consumo de frutas e legumes teria sido de cerca de 50 kg anuais por pessoa, na França. Só duplicou em um século: 102 kg entre 1885-1894, e quase duplicou em menos de meio século passando para 203 kg entre 1935-1938, nessa época o consumo diário dos franceses teria ocupado o segundo lugar (555g), após o consumo dos americanos (571g), ficando à frente do consumo dos italianos, gregos, romenos, portugueses, entre outros. O consumo de legumes frescos na França diminuiu de 144 kg anuais por pessoa em 1935-1939 para 124 kg em 1955-1959, e 138 kg em 1960-1964 e o consumo de frutas aumentava de 29 para 47 e depois 72 kg. Na Alemanha o consumo de frutas aumentou de 13 kg em 1850 para cerca de 40 kg entre 1900-1913: depois 50 kg em 1930 e perto de 120 kg entre 1950-1970, por outro lado o consumo de legumes frescos a tendência é mais incerta: de 37 kg em 1850 para 64 kg em 1913 e depois 55 kg entre as duas guerras mundiais e até mesmo de 45 kg em 1950. Somente na Inglaterra esse consumo teria crescido mais ou menos no mesmo ritmo. É necessário sublinhar a diferença de consumo: 144 kg na França contra menos de 55 kg na Alemanha e 145 kg na Inglaterra, na mesma época. Se acrescentarmos que os países que consumem mais frutas e legumes frescos na sua maior parte são meridionais, e que os pequenos consumidores se encontram na Europa do norte e leste, seremos levados a concluir que os povos permaneceram confinados aos seus hábitos alimentares: países do Leste e do Norte consumem mais no inverno chucrute e batatas.

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