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A Prevalência de Inadequação do Consumo Alimentar e Estado Nutricional Relacionado a Doenças Crônicas Não Transmissíveis de Funcionários de uma Instituição Privada do Interior do Maranhão

Por:   •  22/9/2022  •  Artigo  •  1.475 Palavras (6 Páginas)  •  96 Visualizações

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Prevalência de Inadequação do Consumo Alimentar e Estado Nutricional Relacionado a Doenças Crônicas Não Transmissíveis de Funcionários de uma Instituição Privada do Interior do Maranhão

Nádila Suellen Marques Alves – suellenmarques81@gmail.com

Nutrição Clínica, Estética, Esportiva e Prescrição de Fitoterápicos

Instituto de Pós-Graduação – IPOG

São Luís – MA, 22 de maio de 2020

Resumo

O comportamento do trabalhador dentro e fora do ambiente de trabalho apresenta influência direta em sua qualidade de vida. Quando os hábitos de vida não incluem horários apropriados e prática de atividade física, o indivíduo se torna propício a alterações metabólicas e doenças crônicas. Portanto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de inadequação do consumo alimentar e estado nutricional, relacionando-os com o consumo alimentar dos funcionários de uma Instituição de Ensino Superior Privada. Estudo transversal, envolvendo 67 funcionários de ambos os sexos. A pesquisa foi realizada com funcionários de uma Instituição de Ensino Superior Privada de Bacabal-MA. Foram realizadas medidas do índice de massa corporal, circunferência da cintura, bem como avaliados o consumo alimentar. A análise do consumo alimentar foi realizada por meio de questionário de frequência alimentar validado, utilizando o software Dietsys versão 4.01. Os valores médios do índice de massa corporal foram superiores ao recomendado e houve elevado risco de sobrepeso. Os resultados mostram que os funcionários consomem mais de 2.000 calorias ao dia, sendo este valor superior ao recomendado a esses indivíduos, além de alto consumo dos macronutrientes. A partir dos resultados desse estudo, pode-se pressupor que o consumo elevado de alimentos calóricos parece contribuir para o estado nutricional elevado dos funcionários participantes do estudo contribuindo para o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e doenças crônicas não transmissíveis.

Palavras chaves: Doenças crônicas não transmissíveis. Consumo alimentar. Funcionários.

INTRODUÇÃO

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são atualmente as principais causas de morte no Brasil e no mundo. Hábitos alimentares inadequados, dentre outros fatores, têm sido associados às DCNT, como as doenças cardiovasculares (DCV), sobrepeso e a obesidade (AQUINO et al., 2012). Dados da OMS comprovam que as DCNT se tornaram atualmente, um sério problema de saúde pública, depois de serem responsáveis por 63% dos óbitos no mundo, em 2008. Em 2013, no Brasil, as DCNT aumentaram o número de mortes para 72,6%, causando grandes preocupações e mostrando novos desafios para a gestão em saúde (SIM, 2015). Dessa forma, visto que a alimentação é fator relevante no surgimento dessas doenças, observou-se que o padrão alimentar da população brasileira tem sofrido mudanças, caracterizadas pelo aumento da ingestão de alimentos com alta densidade energética, pobres em fibras e ricos em gordura saturada, gordura trans e açúcares simples, associados à inatividade física, tabagismo e consumo excessivo de álcool, os quais têm sido identificados como preditores independentes dessas enfermidades (AZEVEDO et al., 2014). Em relação ao consumo alimentar, nas últimas décadas, houve um decréscimo acelerado no que diz respeito à incidência de desnutrição no Brasil, dando lugar ao aumento da ocorrência de sobrepeso e obesidade, caracterizando o que se chama de transição nutricional, cuja mesma é reflexo de mudanças no ecossistema de vida coletiva, como por exemplo, níveis de ocupação, renda, escolaridade, hábitos alimentares e aquisição de novos estilos de vida (SILVA et al., 2013). O resultado dessa mudança no perfil epidemiológico nutricional tem sido considerado como um dos principais fatores de risco para o surgimento de DCNT, pois o risco destas está diretamente relacionado ao grau de excesso de peso e acúmulo de gordura na região abdominal (POF 20082009).             Para os epidemiologistas está evidente que a obesidade limita a expectativa de vida da humanidade e causa danos ao bem estar dos indivíduos. A causa pode ser de origem genética ou ambiental, e está diretamente relacionado às diversas alterações no estilo de vida da população, entre eles, o aumento do consumo de alimentos com alto valor energético e a redução da prática de atividade física. A obesidade pode ser diagnosticada através da avaliação antropométrica (CARLUCCI et al., 2013).              No decorrer das décadas a obesidade passou a ser uma das maiores complicações para a saúde da humanidade, sendo que sua prevalência tem crescido absurdamente em todo o mundo (OLIVEIRA et al., 2013). De acordo com o aumento da sua ocorrência, têm-se realizado diversos esforços objetivando quantificar a variabilidade de peso individual e na população. Nesse contexto, a avaliação do estado nutricional consiste nos procedimentos de diagnóstico que faz possível a verificação das proporções corpóreas individuais, com identificação de grupos de risco (CORRÊA, et al, 2013).  O Ministério da Saúde (2011) demonstrou que, nos últimos seis anos, a proporção de pessoas acima do peso avançou de 42,7%, em 2006, para 48,5%, em 2011. No mesmo período, o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8%. Esse aumento atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso ideal. Atualmente, esses valores são de 52,6% e 44,7%, respectivamente. Estudos mostraram que a obesidade acomete um em cada cinco brasileiros de 18 anos ou mais em 2013 (20,8%), sendo que o percentual é mais alto entre as mulheres (24,4% contra 16,8% dos homens).  No intervalo de dez anos, a obesidade entre mulheres de 20 anos ou mais passou de 14,0% em 2003, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), para 25,2% em 2013, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Entre os homens, o crescimento foi menor, de 9,3% para 17,5%. O acúmulo de gordura abdominal também foi mais frequente no sexo feminino, atingindo 52,1% das mulheres e 21,8% dos homens. O contrário pode ser observado em relação às concentrações pressóricas, na qual a elevação foi mais comum entre os homens (25,3%) que entre as mulheres (19,5%), atingindo 22,3% da população no momento da entrevista, situação que também compromete a saúde e prevenção de DCNT (IBGE, 2015) Nessa abordagem, a crescente incidência das DCV no último século originou estudos que visassem esclarecer os fatores de risco (FR) relacionados ao seu desenvolvimento (FERREIRA, SIA, FERREIRA, G, 2012). Ainda que a genética e a idade tenham grande importância nesta evolução, os principais FR incluem gênero masculino, tabagismo, pressão sanguínea elevada, obesidade e sedentarismo (COZZOLINO, 2012). No que se refere à prevenção, a realização de ações preventivas com maior custo-efetividade, para o controle da prevalência de DCV, principalmente o comportamento, pode contribuir para redução da incidência dessas doenças. Entretanto, o padrão comportamental e os hábitos de vida estão diretamente associados com condições objetivas de oferta, procura, consumo e as representações da cultura e das relações sociais definidos na sociedade. Diante disso, é que, além da prevenção primária, a promoção da saúde tem se ajustado como escolha teórica e prática para o confronto global da ampla gama de causas que configuram o quadro epidemiológico atual das DCV (COTTA et al., 2012). Tonini et al. (2013), observou que diversos problemas causados à saúde têm ligação direta com a alimentação inadequada, assim como fatores que afetam o bom desempenho das atividades diárias, e assim, a aquisição de hábitos alimentares saudáveis, visando principalmente à reeducação alimentar, faz-se necessária para manutenção de peso corporal e prevenção de DCNT. Diante disto, Sonati et al., (2012) afirmaram que alimentação saudável é uma das estratégias para promoção de saúde, aspecto assegurado por estudos epidemiológicos que, durante pelo menos 20 anos, relacionou-se alimentação rica em frutas, vegetais e cereais à baixa incidência de DCNT e à uma maior qualidade de vida.               Ao observar-se a ligação direta de vários problemas causados à saúde com a inadequação alimentar, assim como há fatores que de qualquer forma acabam causando um mau desempenho de atividades diárias, é perceptível a importância da aquisição de hábitos alimentares saudáveis, tendo em vista primeiramente a reeducação alimentar. Dessa forma, diariamente, os cuidados básicos com a saúde ficam em segundo plano; a falta de tempo, ou de condições financeiras são os quesitos mais relatados como justificativa dos maus hábitos alimentares e descuido com a saúde de modo geral. (BROLL et al, 2013). Diante disto, a realização deste trabalho pode esclarecer a relação existente entre o consumo alimentar e a prevalência de alteração no estado nutricional como, sobrepeso e obesidade, bem como de Doenças Cardiovasculares (DCV). O estudo pode contribuir para ampliar os conhecimentos na área de nutrição sobre esse assunto e também realizar

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