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As Dietas Restritivas E Seus Efeitos Nocivos No Comportamento Alimentar

Por:   •  8/4/2023  •  Trabalho acadêmico  •  1.920 Palavras (8 Páginas)  •  123 Visualizações

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DIETAS RESTRITIVAS E SEUS EFEITOS NOCIVOS NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR

Priscila dos Santos Pavione¹

Renata Pellegrini Vieira¹

Veluma Nunes de Oliveira¹

Juliana Malkowski²

RESUMO

No mundo contemporâneo, as mídias de comunicação social, exercem grande influência nos valores e padrões estéticos incorporados pela sociedade. Ideais relacionados ao corpo, muitas vezes inalcançáveis, são fortemente difundidos. Nos deparamos com uma vasta variedade de dietas com foco em emagrecimento, dietas com grandes restrições que acabam por influenciar negativamente na saúde física e mental dos seus seguidores. Esta pesquisa faz uma revisão bibliográfica de livros sobre o assunto, a fim de nos aprofundarmos e assim, podermos contribuir com a formação de profissionais de nutrição; alertando para nocividade de tais práticas que não contribuem em nada com a saúde, visto que dietas restritivas não funcionam a médio e longo prazo.

Palavras-chave: Dieta restritiva. Nutrição. Comportamento Alimentar.

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  1. INTRODUÇÃO

A obesidade pode ser compreendida como um agravo de caráter multifatorial decorrente de balanço energético positivo que favorece o acúmulo de gordura, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O Guia Alimentar Para a População Brasileira do Ministério da Saúde, publicado no final de 2014, nos traz o conceito de que todo mundo tem direito ao prazer de comer; o comer é um prazer essencial da vida.

A ciência explica os diversos motivos para que os resultados de perda de peso obtidos com dietas restritivas não sejam sustentáveis em longo prazo. Compreendendo aqui que dietas restritivas são aquelas que incentivam a diminuição da ingestão de calorias ou a eliminação de grupos alimentares com intencionalidade de emagrecer. Pesquisas apontam que 95% das pessoas que emagrecem rapidamente com uma dieta restritiva voltam ao peso inicial ou ganham ainda mais peso.

Conhecer, compreender e entender os motivos pelos quais pacientes não conseguem sustentar dietas restritivas e manter a perda de peso em médio e longo prazo é importante para profissionais de nutrição para que tenham uma atuação adequada. O nutricionista é fundamental, principalmente no que diz respeito a propagar com compromisso e ética informações de qualidade relacionadas a uma alimentação de qualidade voltada para saúde do paciente como um todo.

Hoje, o Brasil e os demais países do mundo foram acometidos por epidemias de transtornos alimentares. O contexto atual não promove mudança de comportamento e não torna as pessoas mais saudáveis – o aumento dos índices de doenças crônicas, transtornos alimentares e obesidade vem de encontro a essa afirmação.

Este trabalho tem como objetivo apresentar os efeitos nocivos das dietas com foco em emagrecimento, tanto na saúde mental como no reganho de peso e na construção de uma relação ruim com o alimento e sinais de fome e saciedade. É importante que pesquisas como essa sejam feitas afim de amenizar tais impactos na saúde de pacientes que estão em busca de uma melhora na qualidade de vide e perda de peso.

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Alvarenga et al. (2019) relatam que idealizaram a Nutrição comportamental, com base em uma abordagem científica e inovadora. E que esta abordagem inclui os aspectos fisiológicos, sociais e emocionais da alimentação, promovendo mudanças no relacionamento e na comunicação do nutricionista com seu paciente e com a mídia.

Mesmo com o visível avanço da ciência da Nutrição é possível perceber que o olhar restrito para os alimentos categorizando – os como “proibidos ou permitidos”, tem se mostrado ineficaz na busca por emagrecimento e saúde:

É fácil percebermos que, embora os temas Nutrição e alimentação estejam cada vez mais em pauta, as informações estejam, mais acessíveis e a ciência em constante evolução, ainda persiste uma visão restrita e dicotômica do “saudável e não saudável”, dos alimentos categorizados pelos seus nutrientes e como sendo “bons ou ruins”, na qual o prazer em comer é muitas vezes associado à culpa. (ALVARENGA et al., 2019, P.39)

Deram (2018) afirma que para ajudar as pessoas a lidarem com a comida de forma saudável, é preciso entender de comportamento humano, e não só de nutrientes, calorias etc. Afirma ainda que o cálculo de calorias não é suficiente para explicar o ganho de peso e muito menos para possibilitar a perda.

Em contrariedade ao que diz a ciência da Nutrição atualmente:

[...] nós acreditamos que o acesso às informações nutricionais dos alimentos não determina que você faça escolhas equilibradas e perfeitas. Ao invés de melhorar o seu relacionamento com a comida, seus conhecimentos sobre comida “saudável” tornam suas refeições momentos permeados por culpa, ansiedade, sensação de fracasso e, até mesmo, pela crença de que você está intoxicando seu corpo ao ingerir os alimentos considerados ruins, proibidos ou fora da dieta. (PETRY; BRAGUNCI, 2018, P.130).

Estudos comprovam que fazer dietas restritivas com foco em emagrecimento é prejudicial:

[...] A restrição e a proibição de alimentos estão associadas à obsessão pelos alimentos privados, aumento no consumo destes alimentos e quadros de compulsão alimentar, além de serrem fortes gatilhos para o desenvolvimento de transtornos alimentares como anorexia nervosa e bulimia. (BERNARDI ET AL, 2005; CADENA-SCHLAM E LÓPEZ-GUIMERÀ, 2015; RACINE ET AL, 2011 apud PETRY; BRAGUNCI, 2018, P.128).

Petry e Bragunci (2018) declaram que se o organismo não está recebendo combustível o suficiente, ele aumentará seus sinais de fome por meio da ativação de cascatas [...] o que tornará ávido por comida, fazendo com que você acabe comendo de maneira exagerada ou até mesmo compulsiva. 

Segundo Alvarenga et al. (2019), quem vive em restrição, em vez de ser conduzido pela fome e saciedade, estabelece uma “fronteira de dieta” em uma zona de indiferença biológica, que consiste em regras dietéticas específicas visando a perda de peso e como consequência o comportamento alimentar fica desregulado e tornando menos sensível aos sinais corporais de fome e saciedade. Com isso, o indivíduo passa a fazer uma divisão entre alimentos permitidos vs. proibidos, tornando cade vez mais depende de direção cognitiva severa para se controlar, fazendo com que qualquer situação que quebre esse controle, possa vir gerar compulsão ou exageros, e a própria frustração e estresse da dieta quebram o autocontrole.

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