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Trabalho Bioética sem Formatações e Alterações

Por:   •  10/5/2020  •  Trabalho acadêmico  •  10.018 Palavras (41 Páginas)  •  220 Visualizações

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Ética é a ciência do estudo da moral e costumes, tendo relação com o certo e o errado, é uma relação cultural e crítica dos valores e posições em relevância no momento de atuar. A Bioética é a ciência do estudo dos problemas e implicações morais despertados pelas pesquisas científicas em biologia e medicina. A bioética abrange questões como a utilização de seres vivos em experimentos, a legitimidade moral do aborto ou da eutanásia, as implicações profundas da pesquisa e da prática no campo da genética etc. e da ética prática ou utilitarista.

Sendo responsável pelos bens da terra buscando não os explorar aleatoriamente, para preservá-los para as futuras gerações. Não é fácil pensar racionalmente quando a ciência envolve o uso de animais, pois existe muita emoção envolvida e cada pessoa reage diferente em relação aos animais dependendo de vários fatores, muitos dos quais remontam ao início de nossas vidas. As pessoas as quais temos contato nos influencia, conforme elas agem faz com que tenhamos uma atitude de sensibilidade ou não para com os animais. E na ciência não se faz diferente, havendo cientistas que valorizam a vida animal, considerando-os seres sensíveis e buscando diminuir seus sofrimentos sempre que possível, existem outros, os quais os animais têm o mesmo valor que um vidro de substância química usado em sua pesquisa.

Os primatas não humanos têm participado do desenvolvimento humano há pelo menos cinco mil anos, e podemos encontrar evidências nos hieróglifos do antigo Egito ou em monumentos de culturas indo-asiáticas. Também são usados como pet, enquanto sua utilização em pesquisas ganhou notoriedade somente em período mais recente. Galeno (130-200 d.C.) fez uso de primatas não humanos em estudos anatômicos e Vesalius (1514-1564) utilizou Macaca sylvanus em pesquisas sobre a circulação sangüínea. Existe ainda uma série de estudiosos da Antiguidade, como Hanno, Aristóteles, Plínio, o Velho, e Plínio, o Novo, que realizaram pesquisas com os antigos Pongídeos (Pongo, Gorilla e Pan), gêneros hoje colocados na família Hominidae (Groves, 2001). Segundo análise de Wilson e Reeder (1993), a fauna primatológica é rica, constituindo-se de mais de 270 espécies e numerosas subespécies, distribuídas pelas regiões tropicais, excetuando-se as espécies Macaca fuscata, no Japão, Macaca sylvanus, em Gibraltar, e Rhinopithecus roxellana, na região do Himalaia. O número pode variar conforme o autor e devido à descoberta de novas espécies de revisões anatômicas, genéticas ou taxonômicas. O primata como modelo teve pouco uso em pesquisas, mesmo com Pasteur, Chamberland e Roux no final do século XIX, havendo uma retomada por Landsteiner e Popper, cujos estudos indicaram a sua utilidade no apoio às pesquisas. No entanto, essas iniciativas não foram suficientes para impulsionar o desenvolvimento da primatologia naquela época. A valorização do primata como modelo experimental, somente teve início com as descobertas e o aprimoramento das vacinas contra a poliomielite, nas décadas de 1950/60, quando houve considerável expansão científica e uma motivação na criação de primatas em cativeiro e seu uso nas pesquisas.

Os primeiros centros de primatologia, onde  Held e Gay  e Lapin, apontam Mechnikow como o mentor da primatologia experimental na então União Soviética, em 1923. Sukhumi, no estado da Geórgia, foi escolhido para a implantação de um centro de criação de primatas, onde se montou um setor de quarentenário, manejo e reprodução para atender aos institutos médicos e biomédicos de pesquisas – cujas atividades tiveram início em 1927, com o recebimento das espécies Papio hamadryas e Pan troglodytes, da África, o desenvolvimento desse centro de criação proporcionou independência, embora recebessem o apoio da Academia de Ciências Médicas da União Soviética, em 1990 transformou-se no Instituto de Patologia Experimental e Terapia,  sua produção alcançava mais de sete mil animais dos gêneros Papio e Macaca, controlados por uma equipe de trabalho de aproximadamente mil profissionais. As principais linhas de pesquisas eram oncologia, fisiologia, bioquímica, doenças infecciosas e biologia de primatas não humanos. Sua produção animal fornecia suporte ao Instituto de Virologia de Moscou e também ao programa espacial soviético, além de manter conexões com pesquisadores norte-americanos e de todo o mundo. Durante o processo de independência das várias unidades republicanas da União Soviética, o centro em Sukhumi sofreu muitas ameaças, sendo forçado a ser transferido para a cidade de Adler, aproximadamente a 150 quilômetros de distância. Hoje permanece em atividade como Instituto de Primatologia Médica da Academia Russa de Ciências Médicas.

Nas Américas, a primatologia ganhou impulso em virtude do notável visionário e estudioso da psicologia comparada Robert Yerkes, que estabeleceu o Laboratório de Primatas no Instituto de Psicobiologia de Orange Park, na Flórida (EUA), em 1930, com recursos da Yale University e das fundações Carnegie e Rockefeller. A instituição Rockefeller mudou-se para Atlanta, na Geórgia, anos mais tarde. Fundando o Yerkes Regional Primate Research Center of Emory University. Carpenter (1934), discípulo de Yerkes, elaborou um projeto para estabelecer uma população de primatas do gênero Hylobates sp. (gibão) e da espécie Macaca mulatta (macaco rhesus) em uma ilha na América tropical, visando a estudos de comportamento e biomedicina. Com a obtenção de recursos, implementou em Cayo Santiago, ilha próxima à cidade de Porto Rico, uma criação seminatural. Ali, a manutenção e as próprias condições da ilha foram sempre difíceis, até que a Universidade de Porto Rico assumiu o compromisso de apoiar essa criação. Em plena Segunda Guerra Mundial, após intensa campanha, obtiveram-se recursos externos antes mesmo daqueles recebidos pelo governo, fato relevante para a manutenção dos primatas por longo período. Mesmo antes do estabelecimento de outros centros de primatas nos Estados Unidos, as pesquisas com doenças como raiva, varíola, febre amarela, poliomielite, herpes-vírus B, tuberculose e uma variedade de encefalites trouxeram conhecimento e, sobretudo, determinaram as bases para a necessidade do uso de primatas não humanos (Landsteiner & Popper, 1909; Paul & Trask, 1932; Salk et al., 1953; Kalter & Heberling, 1971; van Wagenen, 1972; Gerone, 1974; Lecornu & Rowan, 1979; Marten, 1981). Assim, de um uso relativamente baixo nos primórdios do século XX, a criação de primatas passou a mais de duzentos mil indivíduos anualmente na época em que Salk havia descoberto a vacina para combater a poliomielite (Sabin, 1985; Lecornu & Rowan, 1979). Outro fato marcante na história da primatologia foi o risco de contaminação do pessoal com agentes virais letais, como o ocorrido com o herpes-vírus B e o vírus Marburg (Kissling et al., 1968; Hull, 1973; Palmer, 1987) e o vírus da hepatite (Hillis, 1961), que provocaram perdas no pessoal que trabalhava com os primatas. Os episódios foram marcantes para o estabelecimento de normas rígidas de segurança para os funcionários que exercem suas funções em laboratórios, assim como para aqueles que mantêm qualquer tipo de contato com primatas ou com o material deles retirado.

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