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BEM-ESTAR ANIMAL NA AQUICULTURA

Por:   •  16/6/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.379 Palavras (6 Páginas)  •  315 Visualizações

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UNIVERSIDADE SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA Atividade avaliativa A3 Emanoela Freitas klettenberg; Julia Vinotti; Wanessa de Oliveira Ramos. BEM-ESTAR ANIMAL NA AQUICULTURA A produção de peixes no Brasil cresce em conjunto com a ascensão da produção de produtos animais para consumo (FAVERO, 2019), promovendo estudos sobre o bem-estar animal que demonstram que a densidade de lotação dos viveiros, o transporte e as técnicas de abate são os principais pontos críticos quando a pauta é os estudos relativos a senciência animal, esta que consiste em ter consciência em sensações e sentimentos (FREIRE; GONÇALVES, 2013). A capacidade de sentir é pré-requisito para a discussão de bem-estar. Para trabalhar com o bem-estar de peixes, é necessário entender como eles sentem dor, fome, conforto, desconforto, e como diferenciam “bom de ruim”, “prazeroso de desagradável” (PEDRAZZANI et al., 2007). A capacidade de sentir (senciência) é uma ciência necessária para a avaliação de bem-estar animais, uma vez que sensações como dor, fome, estresse, caracterizam a qualidade de vida destes durante sua produção (FAVERO, 2019). Assim como em outras espécies, há controvérsias sobre a interpretação das características sugestivas de consciência em peixes, já que não existe uma demonstração concreta do que um animal sente, todavia, a maior parte das evidências sugere a senciência em peixes (PEDRAZZANI et al., 2007). É importante determinar a rapidez do processo para avaliar se um método de insensibilização é satisfatório do ponto de vista de bem-estar animal (FREIRE; GONÇALVES, 2013) as informações que já existem sobre a anatomia, a fisiologia, o comportamento, a evolução e a ação de drogas nos peixes recomendam que estes animais são capazes de sentir dor como os demais vertebrados (PEDRAZZANI et al., 2007). Sendo a dor como uma das sensações mais importantes para avaliação do bem-estar animal e os peixes possuírem as mesmas complexas estruturas cerebrais (FAVERO, 2019). Quando um animal percebe num dado momento a respeito de sua situação imediata, prestando atenção às imagens ou representações de objetos e eventos, pode-se dizer que ele tem consciência, as representações podem ser situações com as quais o animal se deparou no presente, lembranças ou antecipações de situações futuras (PEDRAZZANI et al., 2007). Uma vez definida esta concepção sensorial de peixes, estes ainda demonstram reações de acordo com as situações em que estão inseridos, caracterizando quadros de estresse, reforçando sua sensibilidade com relação ao meio de produção (FAVERO, 2019). Um indicativo de que os peixes conservam a memória são os confrontos entre tilápias, onde um peixe pode repentinamente mudar a cor do seu corpo. O escurecimento da cor do corpo causa a redução da agressividade do oponente sobre o peixe escurecido, mostrando submissão (PEDRAZZANI et al., 2007). Considerando a senciência em peixes, sua qualidade de vida está diretamente ligada às sensações experimentadas (FAVERO, 2019). A asfixia em gelo e o choque térmico são métodos fortemente questionáveis do ponto de vista do bem-estar animal. Estudos realizados comprovam que a asfixia dos peixes em gelo anteriormente ao abate pode demorar mais de 15 minutos. A secção de medula seguida da sangria das brânquias poderia ser considerada um método alternativo, proporcionando perda de consciência mais imediata ao comparar com outras técnicas (FREIRE; GONÇALVES, 2013). O estresse pode ocorrer pelo manejo da produção, como pela densidade de estocagem, pelo transporte e pelo abate. A severidade, duração e velocidade do estressor são fatores que influenciam na qualidade da carne, afeta diretamente na redução do tempo de rigor mortis, proporcionando principalmente diminuição da vida de prateleira, também muitos peixes apresentam hábitos ativos podendo debater-se bastante antes do abate, prejudicando a qualidade da carne (FREIRE; GONÇALVES, 2013). A diferença na qualidade dos produtos produzidos em cativeiro em relação aos que são capturados no ambiente natural consiste na garantia de que os produtos gerados serão entregues vivos aos beneficiadores, englobando o sistema de captura, que vai da despesca e transporte de peixes vivos até o abatedouro (FREIRE; GONÇALVES, 2013).O Manejo pode causar estresse agudos podendo minimizar esse impacto negativo, associando alimento à captura e ao transporte. A alimentação equilibrada é fundamental para manter o funcionamento orgânico normal e a resistência a doenças. Embora os períodos de privação alimentar possam não ter tanto impacto no equilíbrio dos peixes, a consideração da sua “vontade” de se alimentar é essencial na preservação do bem-estar (PEDRAZZANI et al., 2007). Triptofano suplementado nas dietas apresentam melhora no relacionamento dos animais criados em grupo, dadas as características terapêuticas deste aminoácido, que modula a atividade serotoninérgica (FAVERO, 2019). Outros fatores considerados são a qualidade da água, densidade de lotação, transporte e abate (PEDRAZZANI et al., 2007). ABATE O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, que aprova o regulamento técnico de métodos de insensibilização para o abate humanitário de animais de açougue, na sua Instrução Normativa nº 3, de 17 de janeiro de 2000, inclui somente mamíferos, aves domésticas e animais silvestres criados em cativeiro, não fazendo nenhuma menção aos peixes (PEDRAZZANI et al., 2007). O abate ideal deve ser fácil, rápido, higiênico, causando o menor prejuízo possível à integridade da carne. O grau de frescor constitui atributo expressivo de qualidade do pescado, pois apresenta importante relevância nos critérios de aceitação do produto (FREIRE; GONÇALVES, 2013). São diversos os métodos de insensibilização existentes no mercado e passando por analise dos seus resultados no produto final, uso de faca afiada para atingir a medula deixa o peixe com maior insensibilidade a dor muito embora, parte da população acredite na senciência dos animais durante o abate (FREIRE; GONÇALVES, 2013). Em peixes, os atordoamentos elétricos são aplicados apenas na cabeça, esse parece causar menos perturbação ao animal. O método de abate por sangria é realizado por perfuração das brânquias, seguido de submerso em água gelada. Para a garantia do bem-estar animal, este método é realizado em conjunto com prévia insensibilização, com CO2, estimulação elétrica, e hipotermia. Entretanto, diversas indústrias utilizam a sangria sem nenhuma insensibilização, inclusive no Brasil (FREIRE; GONÇALVES, 2013). Entretanto o estresse causado durante a insensibilização por CO2 antecipa o início e término da fase de rigor, acelerando o amaciamento do tecido muscular post mortem e, consequentemente, o processo de decomposição da carne, quando comparado com os outros tratamentos (FREIRE; GONÇALVES, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS Para os parâmetros zootécnicos, de bem-estar e qualidade da carne, o uso de enriquecimento ambiental e alimentar como triptofano, por exemplo, são benéficos. As escolhas dos métodos de abate constituem importante fator para a qualidade do pescado consumido, tornando-se cada vez mais humanizados, passando por processos de sensibilização, devido às pressões da sociedade para que os animais não sofram estresse excessivo. Os estudos denotam que técnicas de abate humanitário efetivamente garantem melhora na qualidade do produto que chega ao consumidor, estes, também demonstram interesse em consumir carne oriunda de produções que levam em consideração a qualidade de vida dos animais e a sustentabilidade. Todo o processo deve estar em sinergia, visto que se ocorrer estresse no préabate, ultima fase, pode comprometer a qualidade final do produto que chega as mesas. Dentre os métodos a termonarcose, apresentou melhor desempenho em relação à qualidade do pescado. Já para o bem-estar considerando a senciência animal, a secção da medula e o corte das brânquias demonstraram menor tempo para abate, levando o animal a menor sofrimento. São considerados senciêntes do ponto de vista lógico e ético todos os animais vertebrados. A conduta do consumidor é dinâmica ao longo do tempo e conseguimos presumir que, da mesma forma que ocorre com os outros animais, o consumidor instituirá considerações sobre o bem-estar também peixes. A saúde e o bem-estar desses animais ocupam uma relevância gradativa nas técnicas de produção escolhidas são fatores consideráveis na produção de peixes, podendo interferir no seu grau de bem-estar e qualidade do produto final.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FAVERO, João. PARÂMETROS DE CRIAÇÃO DE TILÁPIA DO NILO (Oreochromis niloticus) COM FOCO EM BEM-ESTAR ANIMAL. Orientador: Profª. Drª. Adjunta Percilia Cardoso Giaquinto. 2019. 60 f. Dissertação (Pósgraduação) - UNESP - CAUNESP, Jaboticabal, São Paulo, 2019. FREIRE, Carlos Eduardo Campos; GONÇALVES, Alex Augusto. DIFERENTES MÉTODOS DE ABATE DO PESCADO PRODUZIDO EM AQUICULTURA, QUALIDADE DA CARNE E BEM ESTAR DO ANIMAL. 6. ed. Mossoró, Rio Grande do Norte.: HOLOS, 2013. 10 p. v. 6. DOI DOI: 10.15628/holos.2013.992. Disponível em: DOI: 10.15628/holos.2013.992. Acesso em: 14 abr. 2021. PEDRAZZANI, Ana Silvia et al. SENCIÊNCIA E BEM-ESTAR DE PEIXES: UMA VISÃO DE FUTURO DO MERCADO CONSUMIDOR, 2007. 24-29 p

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