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A EPÍFISE (GLÂNDULA PINEAL)

Por:   •  14/8/2022  •  Trabalho acadêmico  •  4.090 Palavras (17 Páginas)  •  105 Visualizações

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EPÍFISE (GLÂNDULA PINEAL)

A epífise do cérebro (glândula pineal ou corpo pineal) é uma estrutura da linha média na face dorsocaudal do diencéfalo. Em peixes, anfíbios e alguns répteis, ela possui fotorreceptores, cuja função parece envolver o conjunto de ciclos biológicos diário e anual com base no fotoperíodo. Em mamíferos, incluindo o homem e os animais domésticos, a glândula pineal não possui fotorreceptores, e devido a sua localização profunda torna-se incapaz de detectar diretamente fotoperiodos. A epífise recebe informação sobre ciclos de iluminação e de escuridão indiretamente de um núcleo do hipotálamo (FRANDSON, 2005).

        A glândula pineal sofreu grandes modificações à medida que os vertebrados evoluíram de anfíbios para mamíferos. A glândula pineal dos anfíbios é um fotorreceptor que manda informações para o cérebro. A pineal dos mamíferos é um órgão endócrino que, apesar de sua derivação do teto diencefálico, não tem conexão direta com o sistema nervoso central. O metabolismo da pineal é controlado pela iluminação ambiente através de um trajeto envolvendo nervos simpáticos. Esse trajeto envolve o olho e o nervo óptico (HAFEZ, 1988).

        Em animais vertebrados superiores a epífise influencia o desenvolvimento sexual, desempenhando um papel especialmente importante sobre os processos reprodutivos através das condições de luminosidade. A extirpação precoce da epífise durante o período de crescimento estimula, em determinadas espécies de animais, o inicio precoce da maturação sexual (KOLB, 1987).

        As células da pineal, chamadas pinealócitos, produzem a serotonina e uma enzima que converte esse peptídeo em melatonina, um hormônio. A fabricação da melatonina exibe profundo ritmo diurno, com liberações no sangue atingindo o máximo durante a escuridão. Parece estar ligada à reprodução, visto que o início da puberdade está associada à profunda queda na produção de melatonina (FRANDSON, 2005).

        Há um ritmo de 24 horas no que diz respeito ao conteúdo de serotonina e melatonina na epífise. Durante o período de luz entre 7 e 19 horas encontra-se à tarde o mais alto nível de serotonina e o mais baixo nível de melatonina, enquanto que, por volta de meia-noite, ocorre o contrário. Quando a iluminação é constante ou, então, quando não há iluminação alguma, cessa imediatamente o ritmo de formação da melatonina. O ritmo de síntese de serotonina cessa igualmente por meio de uma iluminação constante, permanecendo ativo quando não há iluminação (KOLB, 1987).

        A epífise trabalha transformando os impulsos advindos da retina em um processo regulador da síntese de serotonina e melatonina. A epífise provavelmente também tem alguma importância no que se refere à estimulação do crescimento gonadal e do aumento da atividade reprodutiva com o aumento da intensidade e duração da ação da luz solar que ocorre na primavera (KOLB, 1987).

        

FOTOPERÍODO

        Muitos animais dependem de fotoperiodismo para induzir a sua época de acasalamento. As modificações estacionais devidas ao fotoperiodismo favorecem a reprodução dos animais. Os animais desenvolveram mecanismos pelos quais este ciclo, altamente regular, podia ser usado para indicar períodos de capacidade ou incapacidade reprodutiva. Não é suficiente para os animais simplesmente reconhecer uma determinada estação; eles devem na realidade antecipar as modificações das condições ambientais de modo que possam se acasalar em uma época que permita o nascimento das crias na primavera (HAFEZ, 1988).

        O fotoperíodo controla a ocorrência de ciclos reprodutivos em várias espécies domésticas, incluindo gatas, cabra, éguas e ovelhas. O resultado é que esses animais possuem um período anual no qual apresentam atividade ovariana contínua (cíclica) e outro período sem atividade ovariana; este último período é denominado anestro. As respostas ao fotoperíodo são diferentes entre estas espécies; gatas e éguas são positivamente afetadas pelo aumento de luz, e cabras e ovelhas são positivamente afetadas pelo fotoperíodo reduzido (CUNNIGHAM, 2004).  

Uma resposta positiva a uma alteração no fotoperíodo geralmente ocorre relativamente logo após a ocorrência do solstício de verão ou de inverno: ou seja, dentro de 1 a 2 meses. Uma resposta negativa a uma alteração no fotoperíodo geralmente requer uma duração mais longa para um efeito: isto é, 2 a 4 meses para suprimir a atividade ovariana após ocorrência do solstício em questão. O resultado final é que na ausência de gestação, a atividade ovariana cíclica geralmente ocupa mais de meio ano para estas quatro espécies de procriação sazonal (CUNNIGHAM, 2004).

Égua

A égua é um animal de comportamento poliéstrico estacional, ou seja, apresenta vários cios durante períodos do ano, e no período de 12 meses apresenta distintas fases quanto ao ciclo reprodutivo (GINTHER, 1974). Sabe-se que há variação sazonal do ciclo estral em éguas, mas que nem todas entram em anestro estacional no inverno (GINTHER, 1974; DOWSETT et al.,1993).

O início da puberdade na égua ocorre durante a estação de monta seguinte ao nascimento. Se o intervalo entre o nascimento e a subseqüente estação de monta é curto (por exemplo, nascimento de verão), a puberdade pode ser retardada por doze meses. Uma grande variação de idades para a puberdade é vista na égua, esta variação oscila de 12 a 18 meses (REECE, 1996).

A transição do anestro de inverno para o estro no final do inverno ou inicio da primavera é freqüentemente errática, onde os folículos se desenvolvem, mas não ovulam. Isto resulta em prolongados períodos de estro. Após a primeira ovulação o comprimento do ciclo estabiliza e a duração do estro é de cinco a seis dias. A ovulação ocorre cerca de 24h antes do final do estro e causa este final, o que torna uma boa indicação de que a ovulação tenha ocorrido. Os sinais de estro na égua são a elevação da cauda, posicionamento com os membros posteriores afastados, acocoramento e micção, e ereção rítmica do clitóris (REECE, 1996).

No eqüino, o ritmo circanual da reprodução é primariamente regulado pelas mudanças no fotoperíodo. Este sinal ambiental é traduzido para um sinal endócrino na glândula pineal que secreta melatonina durante a fase de escuridão. Na égua, dias curtos são associados à queda na secreção de gonadotrofinas e conseqüente diminuição na atividade ovariana. O mecanismo no qual gonadotrofinas e a secreção do GnRH diminuem durante o período de transição outonal e anestro não é totalmente entendido em éguas. A duração do anestro varia entre éguas e também na mesma égua entre os anos (DAELS, 2006).

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