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Desenvolvimento da Soja submetida a diferentes métodos de inoculação

Por:   •  3/6/2018  •  Projeto de pesquisa  •  2.070 Palavras (9 Páginas)  •  243 Visualizações

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Desenvolvimento Vegetativo da Soja (Glycine max [L.] Merr.) Submetida a Diferentes Métodos de Inoculação

José Filipe dos Santos Maciel (1); Maurício Rosa Magro (1); Camila Köche Wibbelt (1); Gustavo Benincá Rodrigues (1); Ana Rosa da Silva França (1) Sonia Purin da Cruz (2).

(1) Graduando do curso de Agronomia, Universidade Federal de Santa Catarina, Rodovia Ulysses Gaboardi km 3, Curitibanos-SC, 89520-000, josefilipedossantosmaciel@gmail.com.; (2) Docente do curso de Agronomia, Universidade Federal de Santa Catarina, Rodovia Ulysses Gaboardi km 3, Curitibanos-SC, 89520-000.

INTRODUÇÃO

A cultura da soja (Glycine max [L.] Merril) possui grande importância na economia brasileira, pois representa a maior fatia do Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário (CONAB, 2017).

Devido ao teor elevado de proteínas nos grãos, a cultura da soja demanda elevada quantidade de nitrogênio, estimada em cerca de 80 kg de N para cada 1000 kg de grãos produzidos. No entanto, todo este nitrogênio necessário pode ser obtido exclusivamente a partir da simbiose entre bactérias do gênero Bradyrhizobium, que após seu estabelecimento dentro dos nódulos nas raízes da soja são capazes de realizar o processo de fixação biológica do nitrogênio (FBN), e fornecer eficientemente este mineral a cultura e proporcionar elevadas produtividades (HUNGRIA et al. 2007).

A inoculação considerada padrão para a cultura da soja consiste em misturar o inoculante com a semente e realizar a semeadura em no máximo 24 horas (HUNGRIA et. al., 2001). Com base nisto, diferentes formas de aplicação vêm sendo estudadas para aumentar a nodulação, facilitar a operação, minimizar os efeitos de produtos tóxicos à bactéria, como alguns fungicidas e inseticidas e aumentar a produtividade (HUNGRIA et al., 2007; VIEIRA NETO et al., 2008).

Dentre elas, pode-se mencionar a inoculação pós-emergência, que é realizada após as plantas já estarem em seu período vegetativo, que se baseia em uma suspensão do inoculante com água que é pulverizada sobre a linha de semeadura onde as plantas emergiram. Esta técnica poderá ser uma alternativa, caso aconteça alguma falha na inoculação padrão e haja comprometimento da nodulação (ZILLI et. al, 2008). Outra prática alternativa para a inoculação das sementes é a aplicação das bactérias pulverizadas no sulco de semeadura, durante a distribuição da semente (ZHANG; SMITH, 1996). A aplicação no sulco pode ser indicada para condições adversas, como solos secos e quentes ou para sementes tratadas com produtos tóxicos à bactéria, como alguns fungicidas e inseticidas (RAMOS; RIBEIRO, 1993).

Este trabalho buscou estudar o efeito de diferentes formas de inoculação com Bradyrhizobium japonicum avaliando-se a nodulação e massa seca da parte aérea.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido de novembro de 2017 a março de 2018, na localidade do Salto Correntes, em Frei Rogério, SC. O solo da área é um Cambissolo Háplico de textura argilosa com os seguintes atributos: 40 g dm-3 de matéria orgânica; 5,7 de pH em H2O; 6,8 mg dm-3 de P; 76 mg dm-3 de K; 6,16 cmolc dm-3 de Ca; 2,26 cmolc dm-3 de Mg; e 66,21% de saturação por bases. A área do estudo, que compreendia lavoura de aveia consorciada com azevém destinado para o gado é antiga, com mais de 10 anos de produção sojícola.

Tratamentos e amostragens

O delineamento experimental foi de blocos casualizados (DBC), com cinco tratamentos e seis repetições.

As parcelas mediam 6,5 m de comprimento e 3,5 m de largura, totalizando 22,75 m2. A área útil das parcelas foi de 3,6m2. A cultivar utilizada foi a Nidera 5909 RR. A adubação de base constou da aplicação de uma mistura formulada (00-18-18), que foi aplicado na dose de 350 kg/ha no momento da semeadura. A semeadura foi realizada no dia 15/11/2016 e as sementes foram tratadas com o Standak®Top (100 mL/50 kg-1 de sementes). O controle de doenças, insetos-praga e plantas daninhas foi efetuado conforme as recomendações técnicas para a cultura.

O tratamento 1 foi a testemunha, sem aplicação de inoculantes e adubos nitrogenados. O tratamento 2 foi o controle nitrogenado com a aplicação de nitrogênio na forma de uréia com inibidor de urease (Super N®) em uma dose de 100 kg/ha na semeadura e 100kg/ha em cobertura, aplicados a lanço aos 31 DAE. O tratamento 3 foi o de inoculação padrão. Nele, foi realizada a aplicação do inoculante TotalNitro® (Bradyrhizobium japonicum) nas sementes no momento da semeadura, na dosagem de 2 mL/kg de semente. O tratamento 4 foi o de inoculação no sulco de semeadura. Nele, foi realizada a aplicação de TotalNitro® pulverizado no sulco no momento da semeadura, na dosagem de 300 mL/ha (diluídos em 150 L/ha de água). O tratamento 5 foi o de inoculação pós-emergência. Aplicou-se TotalNitro® pulverizado no sulco de semeadura no estádio V3 na dosagem de 1 L/ha (diluídos em 150 L/ha de água).

Avaliou-se, em seis plantas coletadas aleatoriamente da área útil aos 31 dias após a emergência (DAE), número de nódulos, número de nódulos maiores que 2 mm, número de nódulos viáveis, massa seca de nódulos e massa seca da parte aérea.

Análise estatística

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e as médias foram comparadas por meio do teste de “Scott-Knott (P<0,05)”, com auxílio do software Sisvar® (FERREIRA, D. F., 2011).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

        

O número de nódulos avaliados aos 31 DAE apresentou diferença estatística (Tabela 1) e teve uma queda no tratamento onde foi empregada a adubação nitrogenada de 83% em relação a testemunha, corroborando com os trabalhos descritos na literatura, que relatam uma grande diminuição da nodulação com a aplicação de adubos nitrogenados. Hungria et al. (2013), obtiveram baixa nodulação no tratamento nitrogenado nos quatro experimentos em locais diferentes do Brasil. Nestes trabalhos, a redução média do número de nódulos foi de 67%.

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