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Pragas (Insecta e Acari) em Produtos Alimentícios Comercializados em Supermercados e Feiras Livres de Itacoatiara-AM

Por:   •  11/9/2016  •  Projeto de pesquisa  •  10.845 Palavras (44 Páginas)  •  520 Visualizações

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Pragas (Insecta e Acari) em produtos alimentícios comercializados em supermercados e feiras livres de Itacoatiara-AM

Laiane Lima AZEVEDO1, Geraldo José Nascimento de VASCONCELOS2*

1Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET, Rua Eduardo Ribeiro, 4058, Jauary II, CEP.: 69.100-081, Itacoatiara, AM, Brasil, e-mail: laiane.azvdo@gmail.com.

2Universidade Federal do Amazonas - UFAM, Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia - ICET, Rua Nossa Senhora do Rosário, 3.863, Tiradentes, CEP.: 69.103-128, Itacoatiara, AM, Brasil, e-mail: gjnvasconcelos@yahoo.com.br.


Pragas (Insecta e Acari) em produtos alimentícios comercializados em supermercados e feiras livres de Itacoatiara-AM

RESUMO

No armazenamento, os produtos, bem como suas pragas, ficam em locais protegidos dos intemperes externos. Este fato, juntamente com a grande quantidade de produto armazenado, torna o ambiente do armazém externamente propício para organismos pragas, uma vez que estes ficarão protegidos dos intemperes e com uma fonte quase inesgotável de alimento. Desta forma, todos os produtos são susceptíveis ao ataque de pragas durante o armazenamento. Neste contexto tem maior relevância os grãos e seus derivados, pois são nestes produtos que se tem registradas as maiores perdas. O presente estudo objetiva identificar, caracterizar e registrar as espécies de insetos e ácaros que são pragas em produtos alimentícios armazenados, bem como levantar as informações bioecológicas e de controle para espécies pragas identificadas. O projeto foi desenvolvido na área urbana do município de Itacoatiara, Amazonas. Teve uma etapa de coleta, no qual foi feita a coleta de produtos alimentícios em um supermercado e uma feira livre. Posteriormente os materiais coletados foram levados para o Laboratório de Zoologia ICET. A maioria das espécies pragas que foram encontradas são da ordem Coleoptera Oryzaphilus surinamensis (L, 1758), Lasioderma serricorne (Fabr, 1792), Sitophilus oryzae (L., 1763.), Crypolestes ferrugineus (Stephens, 1831), Latheticus oryzae (Waterhouse, 1880), Zabrotes subfasciatus (Boh, 1833), Acanthoscelides obtectus (Say, 1831), Tribolium castaneum (Herbst, 1797), Rhyzopertha dominica (Fabr., 1792 ). Para Lepidoptera foi detectada Plodia interpunctella (Hubner, 1813). Da ordem Psocoptera foi coletado Liposcelis sp. E entre os ácaros Suidasia medanensis Oudemans, 1924 e o predador Cheyletus cf. malaccensis Oudemans, 1903. Conforme as espécies coletadas observou-se que existe uma grande variedade de insetos que atacam produtos alimentícios no município de Itacoatiara.

PALAVRAS-CHAVE: organismos pragas, intemperes, informações bioecológicas.

INTRODUÇÃO

Produtos armazenados são materiais diversos que o homem conserva durante determinado período para uso posterior, a exemplo de madeira, tecido, fumo, animais desidratados, ração e alimentos de origem agrícola, como grãos de cereais, oleaginosas e leguminosas e seus derivados (Gallo et al. 2002 e Pascual, 1997).

Os principais agentes responsáveis pela deterioração de produtos armazenados são artrópodes, aves, fungos e roedores (FAO, 1985). Dentre estes, os organismos mais adaptados ao ambiente de armazenamento são os artrópodes, principalmente insetos e ácaros (Pascual, 1997). Diversas espécies de insetos e ácaros atacam alimentos armazenados em todo o mundo. Estes ataques podem ocorrer nos armazéns em campo, nos depósitos comerciais, nas prateleiras ou bancas de comercialização e nas residências. No Brasil, devido à forma, muitas vezes, inapropriada de armazenar os produtos alimentícios, as perdas anuais são, em média, de 20%, sendo o dobro da média mundial (Gallo et al. 2002). Para os insetos que ocorrem em grão e sementes em armazéns, Gallo et al. (2002) classificam estes em três grupos. Os insetos primários, que são capazes de atacar grão íntegro e sadio. O segundo grupo são os insetos secundários, os quais não conseguem atacar os grãos íntegros, alimentando-se daqueles previamente infestados por insetos primários, acidentalmente quebrados, com defeito na casca ou com ataque de fungos. O terceiro grupo é chamado de insetos associados, neste estão insetos que se alimentam de detritos oriundos do processo de alimentação dos insetos dos grupos anteriores e de fungos ou insetos predadores e parasitas das pragas. A maioria das espécies pragas pertence às ordens Coleoptera e Lepidopetera, o que faz destas ordens as mais importantes em termo de insetos pragas em produtos armazenados (Hagstrum e Subramanyam, 2009). Entre os ácaros, aproximadamente 100 espécies, em 32 famílias tem sido relatadas em produtos armazenados (Olsen, 1983, Smiley, 1983, Zdarkova, 1991).

No Amazonas, o clima com alta temperatura e umidade, típico de regiões tropicais, favorece ainda mais a ocorrência de insetos e ácaros em produtos armazenados. No entanto, as informações sobre quais pragas ocorrem nos produtos armazenados nesse estado ainda são escarças. Tais informações são de extrema relevância para a realização de intervenções corretas, que possam reduzir os danos causados por essas pragas. Desta forma objetiva-se identificar as espécies e caracterizar os danos de insetos e ácaros que ocorrem em produtos alimentícios, armazenados e comercializados em supermercados e feiras livres de Itacoatiara-AM.

MATERIAIS E MÉTODOS

O projeto foi desenvolvido na área urbana de Itacoatiara, Amazonas. A etapa de coleta foi realizada em dois supermercados e duas feiras livres. As demais etapas foram realizadas no Laboratório de Zoologia do Instituto de Ciências Exaras e Tecnologia – ICET/Universidade Federal do Amazonas – UFAM.

A coleta dos produtos foi feita em um supermercado e uma feira livre, onde foram adquiridos produtos alimentícios (Tabela 1), oriundos de armazenamento, comercializados já embalados ou a granel. De acordo com a disponibilidade em cada local de coleta, foram amostrados produtos como grãos e derivados, farinhas, proteína animal seca, frutas cristalizadas, condimentos, e ração. Para os produtos já embalados foram adquiridas embalagens suficientes para garantir, no mínimo, 500 g de amostra. Para os produtos a granel foram adquiridos 500 g. As amostras foram identificadas com o local e data de coleta, tipo de produto (substrato) e coletor. As amostras assim identificadas foram transportadas para o laboratório.

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