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ANALISE GEOLÓGICA DO DEPOSITO DE VAZANTE EM MINAS GERAIS

Por:   •  26/8/2017  •  Seminário  •  4.035 Palavras (17 Páginas)  •  390 Visualizações

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ

FACULDADE DE ENGENHARIA DE MINAS E MEIO AMBIENTE

ANALISE GEOLÓGICA DO DEPOSITO DE VAZANTE EM MINAS GERAIS

Discente: Carlos Alexandre Carvalho Freire

Docente: Dennin Tomás Quispe Arapa

MARABÁ – PA

2016

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO:        2

2 CARACTERÍSTICAS GERAIS:        3

3 CONTEÚDO METÁLICO E DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL        4

4 IDADE:        4

5 AMBIENTE GEOTECTÔNICO        6

6 AMBIENTE GEOLOGICO ESTRUTURAL:        10

7 GRAU METAMÓRFICO        10

8 ALTERAÇÃO RELACIONADA COM A MINERALIZAÇÃO E MINERALOGIA        11

8.1 Alterações hidrotermais pré-mineralização Willemítica        11

8.2 Alterações Hidrotermais sin-mineralização Willemítica        13

8.3 Alterações Hidrotermais pós mineralização Willemítica:        13

9 MINERALIZAÇÃO        13

10 ANALISE GEOQUIMICA        13

11 REFERENCIAS:        15

  1. INTRODUÇÃO

        Situados a 45 quilômetros de Paracatu no noroeste do estado de Minas Gerais, os depósitos de zinco e chumbo de Vazante é considerado um dos maiores produtores de chumbo e zinco do Brasil da atualidade. A descoberta do referido deposito pode ser creditada a um fazendeiro local, em 1951, que observou galena e esfarelita em rochas carbonáticas da região. O detalhamento do deposito por trabalho de campo a 12.420 m de sondagem exploratória, permitiu o inicio da lavra em 1988 com reserva de 17,5 Mt a 5,02% Zn e 1,67% Pb. Os baixos teores do deposito e as grandes variações de preço fizeram com que a lavra fosse paralisada entre 1990 e 1995. Desde então o deposito de zinco vem sendo explorado em subsuperficie.

O depósito de zinco de vazante tem datações especificadas no tempo geológico do Neoproterozóico, está inserido em uma intensa faixa metapelitica-dolomitica de dimensões de 10 km de largura e 250 km de comprimento, muitos autores divergem sobre o modelo genético para a formação do deposito, mais muitos correlacionam ao MVT. Sua estrutura está encaixada em rochas dolomíticas acompanhas de falhamentos hipercolados com fluidos hidrotermais.  

O minério mais importante da Mina de Vazante é predominantemente silicático, sendo constituído por willemita (Zn2SiO4), dolomita, siderita, quartzo e hematita com clorita, franklinita, zincita, magnetita, smithsonita, gahnita, barita e apatita subordinados. Corpos de minério sulfetado, menores, cisalhados, constituídos por esfalerita, e galena, com calcocita, covellita e greenockita associados, são também reconhecidos ao longo da Falha de Vazante (Monteiro, 1997; Monteiro et al., 1999). Esta zona possui traço curvo, com direção N50E e mergulho 50-70 NW na Mina de Vazante e se estende por 10 km até o contato da Formação Serra do Poço Verde com a Formação Serra do Garrote na Mina Extremo Norte, assumindo direção N-S.

                   

                                           Figura 01: Mapa geológico esquemático da região do Vazante.

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  1. CARACTERÍSTICAS GERAIS

A história da zona de falha do Depósito de Vazante (Pinho, 1990; Pinho e Dardenne, 1989; Pinho et al. 1990) pode ser resumida em três etapas que se sucedem no tempo e no espaço: fase de falha normal com preenchimento pela mineralização original, acompanhada por fraturamento dos dolomitos encaixantes e formação dos veios de siderita/ ankerita; fase de falha inversa transcorrente (sinistral) associada à compressão do Evento Brasiliano provocando a lenticularização do minério e dos dolomitos, a silicificação das rochas encaixantes e o deslocamento dos veios verticalizados em função do deslizamento interestratal ocorrido; fase de falha normal coincidente com o relaxamento da compressão, associada ao preenchimento de fraturas por jaspe vermelho e por veios de sulfetos (esfalerita e galena).

  1. CONTEÚDO METÁLICO E DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL

        Depósitos distribuídos de Zn + Pb ocorrem ao redor do mundo, todavia os depósitos de classe mundial normalmente ocorrem como parte de um distrito que abarca também outros depósitos de menor expressão. Depositos de classe mundial de Zn-Pb são conhecidos na maioria das plataformas continentais (como Broken Hill, McArthur e Mount Isa-century na Austrália, Sullivan e Pine Point no Canadá, Mehdiabad no Iran) à exceção do continente sul-americano. No Brasil, apenas os depósitos de menor expressão são explorados (Misi, 1990). Por vezes, encontram-se dezenas a centenas de corpos mineralizados, os quais apresentam teores de Zn-Pb que raramente ultrapassam 10 -12% (Sangster, 1990), onde os teores de em Zn são, normalmente, maiores que os de Pb.

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Figura 02: Distribuição dos Depósitos e distritos de plumbo no mundo, em destaque o deposito de Morro Agudo

  1. IDADE

        A idade de deposição do Grupo Vazante é bastante polêmica. Inferências iniciais sobre a idade do Grupo Vazante basearam-se no reconhecimento da presença de estromatólitos colunares, que seriam característicos principalmente do Mesoproterozóico (Conophyton cf. Cylindricus MASLOV, 1650 a 950 Ma, Moeri, 1972;  Conophyton metula Kirichenko, 1350 a 950 Ma, Cloud & Dardenne, 1973).  30  Datações Rb-Sr em filitos do Grupo Vazante indicaram idades de 600 + 50 Ma (Amaral & Kawashita, 1967) e 680 + 10 Ma (Couto et al., 1981), que podem representar apenas o último fechamento do sistema isotópico, ou seja, a idade do evento metamórfico Brasiliano que afetou os grupo.  Idades Pb-Pb em galena dos depósitos de Vazante e Morro Agudo distribuem-se entre 780 e 600 Ma (Amaral, 1966, 1968c; Cassedanne & Lasserre, 1969; Cassedanne et al., 1972; Iyer, 1984; Iyer et al., 1992, 1993; Misi et al., 1997; Cunha et al., 2001). Contudo, tais idades não referem-se necessariamente à idade de sedimentação, mas à separação do chumbo de sua fonte. Freitas-Silva & Dardenne (1997) aplicando o modelo da plumbotectônica aos dados de isótopos de chumbo em galena dos depósitos da região Vazante-Paracatu obtiveram uma idade concordante de 1200 Ma, interpretada como o tempo de separação do chumbo do embasamento ou como a idade da mineralização de Morro Agudo, considerada diagenética (Dardenne & Freitas–Silva, 1998). Idades de 680 Ma foram estimadas, pelo mesmo método, para o minério de Vazante, relacionado à orogenia Brasiliana (Dardenne & Freitas – Silva, 1998). Devido à dificuldade de datação direta das rochas metassedimentares do Grupo Vazante, Babinski et al. (2005) e Rodrigues (2008) realizaram estudos geocronológicos em diques máficos que interceptam as rochas da Formação Serra do Poço Verde na área da Mina de Vazante. Contudo, as idades U-Pb em zircão obtidas (2,1 a 2,4 Ga) sugerem que os cristais de zircão analisados representam xenocristais herdados do embasamento, principalmente em vista das idades modelo Sm-Nd TDM em 1,0 Ga obtidas para rocha total.          Estudos de proveniência dos sedimentos do Grupo Vazante apontaram, segundo Pimentel et al. (2001), fontes com idades modelo Sm-Nd (TDM) entre 2,1 a 1,7 Ga, que são valores intermediários entre os obtidos para o Grupo Paranoá (2,3 a 2,0 Ga) e Grupo Bambuí (1,9 a 1,3 Ga), levando os autores a sugerirem uma idade também intermediária para a deposição das rochas do Grupo Vazante. Rodrigues (2008) ao analisar cristais de zircão detríticos de diferentes unidades do grupo constatou a contribuição de fontes diversas (935 a 3520 Ma), com predominância de fontes paleoproterozóicas (~2,1 Ga) para a Formação Serra do Garrote e mesoproterozóicas (1,1 a 1,2 Ga) para as formações Morro do Calcário e Lapa. A população mais jovem de zircão (~ 935 Ma), contudo, foi identificada apenas nas unidades basais do Grupo Vazante, representadas pelas formações Santo Antônio do Bonito, Rocinha e Lagamar, sugerindo que esta fonte foi isolada ou recoberta durante a evolução da bacia (Rodrigues, 2008) ou, alternativamente, que seriam essas formações mais novas, como proposto por Misi (2010). Essa última hipótese implicaria na 31  colocação tectônica, a partir de cavalgamentos, de unidades mais antigas do Grupo Vazante sobre essas. Datações Re–Os em folhelhos da base da Formação Lapa (993 + 46 e 1100 + 77 Ma) realizadas por Azmy et al. (2008) resultaram em idades superiores às máximas (988 +15 Ma; U-Pb zircão detrítico) para essa unidade de acordo com os mesmos autores, ma s que foram interpretadas como indicativas de idade mesoproterozóica (ca. 1000 Ma) para o Grupo Vazante.

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