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ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO EM UMA EMPRESA DE MANUTENÇÃO MECÂNICA NA REGIÃO DE SETE LAGOAS

Por:   •  12/3/2021  •  Artigo  •  4.799 Palavras (20 Páginas)  •  187 Visualizações

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ANÁLISE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO RUÍDO EM UMA EMPRESA DE

MANUTENÇÃO MECÂNICA NA REGIÃO DE SETE LAGOAS ¹

Ricardo Mendonça Pires Júnior ²

Alexandre Pinto da Silva³

RESUMO

Este trabalho visa analisar as causas e consequências da exposição dos trabalhadores de uma empresa de manutenção mecânica ao agente físico ruído. Trata-se de uma pesquisa descritiva e explicativa, com fins qualitativos.  A amostra é composta por um grupo de trabalhadores da referida empresa na região de Sete Lagoas-MG. Em relação aos instrumentos, foi utilizado um questionário com informações quanto aos efeitos do ruído percebido no ambiente, como também registros disponíveis no banco de dados da empresa. Os resultados encontrados possibilitaram avaliar o atual estágio da empresa em relação à capacitação dos empregados acerca do tema estudado. Outro aspecto considerável é que os trabalhadores que relataram apresentar alguns sintomas característicos da exposição ao ruído desconhecem os prejuízos que a falta de proteção adequada à exposição possam causar.

Palavras chave: Higiene Ocupacional. Ruído. Exposição.

  1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição sonora pode ser considerada um dos principais problemas ambientais que acometem a população das grandes cidades. O ruído excessivo pode ser prejudicial para a saúde do indivíduo, interferindo em atividades cotidianas como lazer, escola, trabalho, dentre outros. Diversos trabalhos científicos comprovam que a exposição excessiva ao ruído além de provocar perda auditiva, pode acarretar efeitos não auditivos, dentre estes se destacam, perda da atenção, dores de cabeça, fadiga, irritabilidade (OMS, 2001; MASCHEK, 1999 apud AMORIM  et al., 2012)

É importante destacar que o ruído dentre os vários agentes nocivos à saúde humana é o mais frequente no ambiente de trabalho. O desenvolvimento econômico das indústrias e o aumento no número de máquinas proporcionaram um melhor desempenho operacional, e com isso a perda de audição e os problemas não auditivos decorrentes da exposição aos ruídos passaram a ser alguns dos maiores problemas na saúde ocupacional. Nesse sentido, as empresas de manutenção mecânica destacam-se negativamente por produzirem um alto índice de ruído, prejudicando a saúde dos trabalhadores desses locais (CORRÊA, 2001 apud AMORIM et al., 2012).

[pic 1]

 Trabalho apresentado na conclusão do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, da Faculdade Pitágoras, 2014.

² Graduado em Engenharia Ambiental pela UNIFEMM. E-mail: ricardopiresjr@gmail.com

³  Engenheiro Eletricista – PUC/MG, Engenheiro de Segurança do Trabalho – FUMEC, Especialista em Sistema Elétrico de Potência – UFMG, Mestre em Sistema Elétrico de Potência – UFMG 2011. E-mail: alexandresilvaprofessor@gmail.com

É conveniente evidenciar que dentre todos os agentes físicos que o trabalhador de uma oficina mecânica possa estar imerso, o ruído constitui a exposição mais frequente, com efeitos tanto auditivos, estreitamente relacionados à dose equivalente, como extra-auditivos; menos influenciados pela dose.

Em algumas circunstâncias, os níveis de ruído podem atingir valores em torno de 110 dB, cabendo lembrar que, na dependência do tempo de exposição diária, níveis acima de 85 dB podem implicar dose potencialmente capaz de lesionar o aparelho auditivo. Assim, nota-se que não é por acaso que a poluição sonora e o estresse auditivo são a terceira maior incidência de doenças do trabalho (AMORIM et al., 2012).

Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo geral analisar as causas e as consequências da exposição ao ruído a que os trabalhadores de uma empresa de manutenção mecânica da região de Sete Lagoas estão submetidos em seu local de trabalho. E como objetivos específicos apresentar o contexto teórico da área de Higiene Ocupacional, caracterizar o agente físico ruído e realizar um estudo de caso a fim de identificar e analisar as causas/consequências da exposição ao ruído para o trabalhador bem como propor medidas para minimizar o impacto desse agente. Para tanto foi realizada uma revisão bibliográfica e posteriormente um estudo de caso.

Portanto, tem como questão norteadora: Quais as causas e consequências da exposição do trabalhador de uma empresa de manutenção mecânica na região de Sete Lagoas ao ruído ocupacional? A Segurança do Trabalho constitui papel importante na prevenção dos possíveis riscos de acidentes e doenças que possam existir nas empresas. Dentre as principais doenças decorrentes do ambiente laboral pode-se destacar as doenças ocasionadas pela exposição ao ruído, as quais ocorrem de forma gradativa. O ruído ocupacional pode ser considerado o agente físico mais comum dentro das empresas, sendo caracterizado como um dos principais causadores de doenças ocupacionais (PADOVANI  et al., 2004 apud LOPES et al., 2009).

Supõe-se que a exposição ao ruído ocupacional da atividade em questão, seja causado devido à falta de informação e treinamentos para os empregados, sobre o uso correto de equipamentos de proteção bem como uma elevada dose diária recebida pelos trabalhadores. E por consequência, essa exposição pode ocasionar vários problemas à saúde do profissional como a perda auditiva, além de outros problemas não auditivos.

Frente ao exposto, acredita-se que tal pesquisa poderá auxiliar os trabalhadores, profissionais da área, estudantes, empresas a lidarem de forma mais eficiente neste contexto, uma vez que serve de fonte de informação. Ainda nesta perspectiva, esta investigação é relevante para a comunidade científica, considerando que há escassez de estudos que englobam tal temática, o que pode ser considerado uma abertura para pesquisa e por consequência, haverá uma ampliação do conhecimento e valorização desse campo de atuação.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

  1. HIGIENE OCUPACIONAL

A higiene ocupacional é definida como a ciência e arte que tem como propósito a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o controle dos fatores ambientais e estresses, originados nos locais de trabalho. Esses podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou ao bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade (ACGHI, 2013).

As definições de higiene podem abranger uma ou outra variação conceitual, porém, todas elas, essencialmente, possuem o mesmo objetivo que é de proteção e promoção da saúde, do bem-estar dos trabalhadores bem como do meio ambiente em geral, através de ações preventivas no ambiente de trabalho (PEIXOTO; FERREIRA, 2012).

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