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Cronometria mental, uma ciência pouco conhecida¹.

Por:   •  2/11/2015  •  Artigo  •  1.845 Palavras (8 Páginas)  •  988 Visualizações

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Cronometria mental, uma ciência pouco conhecida¹.

Edmar de Sousa Braga Júnior²

¹Parte do trabalho de iniciação científica do primeiro autor.

²Graduando de Engenharia Mecânica – IFPI. E-mail: edmarbrjr@gmail.com

Resumo: O presente artigo tem por objetivo tratar do assunto Cronometria Mental, que é estudada usando as medidas de tempo de reação (RT). O tempo de reação é o tempo decorrido entre a apresentação de um estímulo sensorial e a resposta subsequente comportamental. É considerado um índice de velocidade de processamento. Ou seja, ele indica o quão rápido o pensador pode executar as operações mentais necessárias para uma tarefa qualquer. Por sua vez, a velocidade de processamento é considerada um índice de eficiência de processamento, a resposta comportamental é tipicamente uma prensa de botão, mas também pode ser um movimento do olho, uma resposta vocal, ou algum outro comportamento observável. A importância desse tema dá-se em razão da aplicação deste estudo de modo prático em diversas situações, como por exemplo, para determinar qual piloto tem o menor tempo de reação. Ou seja, podendo este ser um critério de seleção.

Palavras-Chave: cronometria mental, tempo de reação, velocidade de processamento.

Tempo de reação humana

O tempo de reação de um indivíduo tem início com uma mensagem enviada ao cérebro e termina quando o corpo executa uma resposta ou reação física. Por exemplo, quando o motorista avista um obstáculo (a mensagem), isso é registrado no cérebro e resulta numa reação ao perigo: numa freada, desvio do obstáculo ou outra manobra apropriada. Para que o cérebro receba a mensagem e diga ao corpo para executar uma ação leva tempo, o tempo de reação. Em outras palavras, o tempo de reação reflete o tempo de processamento de informações necessário para uma determinada resposta, que, por sua vez, permite fazer inferências sobre os mecanismos subjacentes que envolvem tal tarefa; em termos de desempenho quanto menor for o tempo de reação maior a eficiência dos mecanismos e processos centrais.

A média do tempo de reação em indivíduos com idade entre 18 e 25 anos é cerca de 160 milissegundos para detectar um estímulo auditivo, e cerca de 190 milissegundos para detectar o estímulo visual. O tempo de reação pode ser dividido em duas fases distintas.

Na primeira fase, chamada de pré-motora ou pré-tensão, ocorre A decodificação do estímulo até o registro das primeiras atividades elétricas no músculo, realizada pelo sistema nervoso periférico; na fase chamada de motora ou tensão, as células musculares iniciam o processo de contração muscular até os primeiros movimentos. A fase pré-motora é preparada pelo sistema nervoso central, pois em determinadas tarefas o TR está mais relacionado com fatores mentais do que com o sistema nervoso periférico. Portanto, além de ser um indicador de concentração e atenção, o TR é influenciável por fatores relacionados ao condicionamento físico, coordenação motora e também fatores genéticos e psicológicos.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), uma estimativa de tempo de reação/percepção é necessária para calcular distâncias seguras de paradas de veículos em semáforos e situações que antecedem acidentes.

Em Teresina, há a necessidade de estudos deste tipo feitos no campo da Engenharia de Tráfego, pois há um grande aumento do fluxo de carros em horários de pico e as principais ruas estão sendo levadas a um aumento relativo de velocidade por conta da redução de retornos que estão acontecendo na cidade, este estudo pode prever qual a distância segura para estarem dois carros quando em movimento nestas ruas. Vale lembrar que este fenômeno de trânsito não é isolado, pois está sendo observado em várias capitais do país.

O trabalho de iniciação cientifica financiado pelo IFPI tem em vista a elaboração de um equipamento capaz de calcular o tempo de reação de motoristas, tal equipamento servirá como instrumento de teste para motoristas e pilotos aferirem seu tempo de reação, de forma a perceberem onde se encontram suas limitações e podendo ser usado para descobrir bons pilotos de corridas (carro de corrida BAJA do IFPI) ou motoristas atentos ao trabalho, como por exemplo, motoristas de ônibus e caminhões.

A evolução e os precursores do estudo sobre cronometria mental

Os psicólogos têm desenvolvido e refinado a cronometria mental, ao longo dos últimos 100 anos. O persa cientista AbūRayhanal-Biruni (973-1048) foi a primeira pessoa a descrever o conceito de tempo de reação, mas Sir Francis Galton é geralmente creditado como o fundador da psicologia diferencial, que visa determinar e explicar as diferenças mentais entre os indivíduos. Ele foi o primeiro a usar testes rigorosos de tempo de reação com a expressa intenção de determinar médias e intervalos de tempo em humanos. Galton afirmou que diferenças na inteligência seriam refletidas na variação de discriminação sensorial e velocidade de resposta aos estímulos, e ele construiu diversas máquinas para testar diferentes medidas, incluindo o tempo de reação a estímulos visuais e auditivos. Seus testes envolveram uma seleção de mais de 10.000 homens, mulheres e crianças do público de Londres.

O primeiro cientista a medir o tempo de reação em laboratório foi Franciscus Donders (1869). Donders desenvolveu um método de subtração para analisar o tempo que levou as operações mentais. Subtraindo tempo de reação simples a partir de tempo de reação de escolha, por exemplo, é possível calcular a quantidade de tempo necessária para fazer a ligação entre tempo de reação e o tempo de reação de escolha. Este método fornece uma maneira de investigar os processos cognitivos subjacentes simples como tarefas perceptivo-motoras, e formou a base dos desenvolvimentos posteriores. Embora o trabalho de Donders, conduziu futuras pesquisas em testes de cronometragem mental, não foi sem suas desvantagens. O seu método de inserção baseou-se no pressuposto de que a inserção de um requisito particular complicado no paradigma “tempo de reação” não afetaria os outros componentes do teste. Esta hipótese não foi capaz de segurar os testes experimentais mais tarde, que mostraram que as inserções foram capazes de interagir com outras partes do paradigma “TR”. Apesar disso, suas idéias ainda são usadas em determinadas áreas da psicologia, que agora têm as ferramentas estatísticas para usá-las com mais precisão.

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