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FORMAÇÃO TÉCNICA EM SEGURANÇA DO TRABALHO: OS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS DOCENTES

Por:   •  1/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  4.370 Palavras (18 Páginas)  •  441 Visualizações

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REVISÃO DA LITERATURA

1. Educação Profissional

A educação profissional tem como objetivo central, por meio da criação de cursos voltados para o acesso ao mercado de trabalho, formar profissionais em um espaço de tempo relativamente curto, suprindo assim uma demanda regional no mercado de trabalho. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, um dos objetivos da educação profissional é a criação de cursos voltados para o acesso ao mercado de trabalho, tanto para estudantes quanto para profissionais que buscam ampliar suas qualificações.

A educação profissional atinge vários tipos de publico, abrangendo atualmente os alunos de ensino médio, antecipando ainda mais a entrada dos jovens no mercado de trabalho.

Com o Decreto Federal 2.208/97 ocorreu uma reformulação da Educação Profissional, com a separação entre a parte acadêmica e profissional. De acordo com Castro (1997), isto seria uma forma de eliminar a procura pelas escolas técnicas como meras encaminhadoras de seus egressos para o vestibular. Naquele período, o ensino técnico oferecido pelo sistema federal não atingia aos trabalhadores e possuía mais características propedêuticas do que profissionalizantes. Tinha como clientela a classe média que buscava, em seu ensino de qualidade, a preparação para o vestibular (MENDES, 2003). Além disso, com esta separação as escolas técnicas federais poderiam atender um maior número de alunos. Em 2004, o Decreto nº 5.154 possibilitou a reintegração entre os ensinos médio e técnico. Porém, permitiu a continuidade da oferta separada, de maneira que a maior parte das instituições optou por assim mantê-la. Verificou-se que o contingente de alunos que buscava o ensino técnico após concluir o médio predominava sobre o de alunos que cursavam ambos os ensinos. Esta constatação está de acordo com os dados do Censo da Educação Profissional Técnica de Nível Médio (INEP, 2006) que revelou reduções das matrículas de alunos mais jovens e aumento de matrículas para alunos com mais de 25 anos. O que se observa é o fenômeno do retorno de alunos com maior faixa etária às instituições de ensino de nível médio, geralmente em busca de promoções no cargo ou melhorias profissionais.

Com o passar dos anos a profissionalização tem se apresentado com o uma trajetória tanto para iniciantes no mercado de trabalho como também para aqueles que já se encontram empregados, mas que almejam melhor posição, cargo e/ou salário.

A educação profissional tem no seu objeto de estudo e intervenção sua primeira especificidade, a tecnologia. Esta, por sua vez, se configura como uma ciência transdisciplinar das atividades humanas de produção, do uso dos objetos técnicos e dos fatos tecnológicos. Do ponto de vista escolar, é disciplina que estuda o trabalho humano e suas relações com os processos técnicos. É próprio do ensinar-aprender tecnologia e, portanto, da docência na educação profissional tratar da intervenção humana na reorganização do mundo físico e social e das contradições inerentes a esses processos, exigindo discutir questões relacionadas às necessidades sociais e às alternativas tecnológicas.

2. Docentes de Cursos Profissionalizantes de Nível Técnico

Os docentes de cursos profissionalizantes devem estar atualizados com as técnicas docentes e com as demandas do mercado de trabalho. Sendo assim o processo de atualização e formação docente, não se restringe ao momento da formação inicial, pois ele se prolonga por todo o trajeto profissional do docente, mediante uma relação dialética, defendida por Freire (2008) como essencial na prática pedagógica, quando coloca que “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”.

Pedro Demo (2004) em uma reportagem para a revista Profissão Mestre, afirma que ser profissional da educação hoje é acima de tudo saber continuamente renovar sua profissão. Entende-se então que o professor enquanto profissional deve ser um eterno aprendiz e sendo capaz de refletir sobre sua prática diária, pois na verdade, não só no trabalho, mas em todos os aspectos da vida. Com isso constata-se que o professor nunca está pronto, acabado, mas, sempre em processo de (re) construção de saberes.

Souza (2005) indica duas concepções sobre a profissão do professor, uma em que são valorizados os conhecimentos formais, codificados e transmissíveis, atestados por títulos universitários, e outra em que a profissão é construída no processo de trabalho, experiência, qualidades pessoais, trabalho em grupo e solidariedade nas relações de trabalho. As duas dimensões resultam em formas indenitárias distintas com relação ao ser professor. A forma como o docente reconhece a profissão difere entre a própria categoria. Dito desta forma, o autor salienta que parece haver um consenso entre os docentes de que a profissionalização do professor é construída na articulação entre a experiência, a didática e a flexibilidade de transitar em diferentes assuntos de uma determinada área de conhecimento.

O professor que ministra disciplina especifica do curso técnico em segurança do Trabalho deverá ter conhecimento prévio do dia a dia da indústria, não sendo somente teórico, pois esse conhecimento prático é de suma importância para o desenvolvimento teórico pratico dos alunos. A vivência do professor colabora muito para exemplificar as atividades diárias de um técnico em segurança do trabalho. Ainda deve se considerar que as Normas Regulamentadoras, que são aquelas que regem a saúde e segurança dos trabalhadores são constantemente atualizadas. Ficando a cargo do profissional de segurança do trabalho a responsabilidade de atualizar se e informar a empresa sobre as necessidades de cumprimento legal. No caso dos docentes é importante que estejam sempre atualizados para que tenham condições de repassar aos alunos as exigências legais pertinentes.

O professor deve estar envolvido no processo, pois como destaca Villela (2006) o trabalho docente se torna mais intenso à medida que assume novos requisitos sobre as condições, a natureza e a organização do ensino, o que se caracteriza como um desafio para os professores.

Percebe-se que apesar dos professores que atuam no ensino superior possuírem uma formação especializada e conhecimentos específicos ─ engenheiros, matemáticos, químicos, dentre outros. ─ e serem de forma geral ótimos professores, não são conhecedores da complexibilidade da educação. O desempenho didático pedagógico deixa a desejar, visto que a atuação do docente se estabelece no desenvolvimento de suas práticas pedagógicas. Para Mello (2000) a importância da prática decorre do significado que se atribui à competência do professor para ensinar e fazer aprender. Estas competências são formadas pela experiência, portanto esse processo deve ocorrer necessariamente em situações concretas, contextualizadas.

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