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O PROFISSIONAL DOCENTE E SUAS CRISES: UMA PROBLEMATIZAÇÃO DAS DIFICULDADES E DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PROFESSORES

Por:   •  30/4/2017  •  Artigo  •  5.222 Palavras (21 Páginas)  •  419 Visualizações

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  1. O PROFISSIONAL DOCENTE E SUAS CRISES: UMA PROBLEMATIZAÇÃO DAS DIFICULDADES E DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS PROFESSORES

Renatha Rebouças de Oliveira

Letras – Língua Portuguesa e Literatura – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Pós-graduando em Formação de Leitores pela Faculdade Internacional Signorelli

renathareboucas@hotmail.com

Resumo

O presente trabalho visa problematizar e identificar a crise de identidade que sofrem os professores de língua portuguesa nas salas de aula no que tange a alfabetização e letramento.  Este artigo tem como questão de pesquisa identificar quais os desafios que enfrentam os professores da língua materna no processo de ensino nas salas de aula, bem como de, com embasamento teórico, mostrar os motivos que provocam uma crise de identidade nos professores de português. Tendo como base teóricos da educação, que problematizam as dificuldades enfrentadas pelos professores de língua materna nas salas de aula, especificamente durante o processo de alfabetização e letramento, o presente artigo constitui uma pesquisa de descritiva, que irá analisar como se dão os problemas do ensino da língua portuguesa descontextualizada nas salas de aula, suas causas e consequências para desencadear a crise de identidade docente. Baseado na análise linguística, esta pesquisa é de natureza qualitativa/interpretativista. Nessa perspectiva, ela procura compreender e interpretar os fenômenos e acontecimentos que se apresentaram no caso em questão, procurando identificar os elementos que denunciam as dificuldades apresentadas no ambiente escolar. A crise de identidade docente é identificada aqui como o momento em que o professor não consegue estabelecer uma unidade entre a teoria e a prática do ensino da língua.  A crise é também causada pela árdua tarefa de ser professor, em uma sociedade que não valoriza seus mestres e não contribuem para a elevação da auto estima da classe docente.

Palavras-chave: Professor. Crise. Identidade. Língua.

Abstract

This paper aims to discuss and identify the identity crisis suffered by Portuguese teachers in classrooms with respect to literacy and literacy. This article is the research question to identify what are the challenges facing teachers of the mother tongue in the teaching process in the classroom, as well as with theoretical background, show the reasons that cause an identity crisis in Portuguese teachers. With the theoretical basis of education, that question the difficulties faced by native teachers in classrooms, especially during the process of literacy and literacy, this paper is a descriptive study, which will examine how to give education problems decontextualized the Portuguese language in the classrooms, its causes and consequences to trigger the teaching identity crisis. Based on linguistic analysis, this research is qualitative / interpretive nature. From this perspective, it seeks to understand and interpret phenomena and events that are presented in this case, trying to identify the elements that denounce the difficulties presented in the school environment. The teacher identity crisis is identified here as the time when the teacher can not establish a unity of theory and practice of language teaching. The crisis is also caused by the difficult task of being a teacher in a society that does not value their masters and do not contribute to raising the self esteem of the teaching workforce.

Key-words: Teacher. Crisis. Identity. Language.

Introdução        

Alfabetizar é uma tarefa que exige bem mais do que apenas ensinar a ler e escrever. Alfabetizar significa compreender o mundo, em sua complexidade e seu contexto. Porém percebe-se que realidade que o professor de língua portuguesa vivencia nas salas de aula, principalmente no que tange as dificuldades no processo de alfabetização e letramento, é bem diferente do que dizem os teóricos da didática.        

Visando compreender o ambiente escolar como o espaço em que as pessoas passam o maior tempo de sua juventude, bem como o local onde elas começam a ter contato com os mais diversos tipos de conhecimentos, este artigo visa identificar os problemas que o professor vem sofrendo no ambiente escolar no processo de alfabetização e letramento, causado pelo ensino descontextualizado da língua, além de descrever as dificuldades e os motivos que levam muitos professores de português a entrarem em uma crise de identidade[1].  

Nos cursos de licenciatura, mais especificamente de Letras, vemos belíssimas teorias acerca da educação. Somos apresentados a autores fantásticos como Paulo Freire, Marcos Bagno, Michael Bakthin, dentre outros, que nos mostram as dificuldades de ser um professor, mas muito mais que isso eles nos mostram que é possível provocar mudanças em nossos alunos e em nossas posturas como educador. E é pensando na postura que o professor de língua portuguesa deve ter nas salas de aula, que buscaremos identificar por meio de teorias da educação, como o processo de alfabetização vem sendo tratado nas salas de aula e como os professores sofrem com as dificuldades de ensinar uma língua de maneira descontextualizada com a realidade dos seus alunos.

Portanto identificaremos adiante quais as dificuldades que sofrem os professores da língua materna no processo de ensino nas salas de aula, bem como de, com embasamento teórico, mostrar os motivos que provocam uma crise de identidade nos professores de português.

O profissional docente e sua crise de identidade

         Entendendo a língua como um fenômeno social, que depende da cultura de seus usuários, que assume um caráter político, histórico e sociocultural e não apenas como um conjunto de signos, é importante identificar que a não valorização desses elementos contextualizados pode causar sérias dificuldades para o indivíduo que está em fase de alfabetização.

        Nóvoa (1991, p. 17) diz que que “a identidade não é um dado adquirido, não é uma propriedade, não é um produto. A identidade é um lugar de lutas e conflitos, é um espaço de construção de maneiras de ser e estar na profissão”. Isto significa que o professor forma sua identidade com suas práticas, necessidades e com base também naquilo que não pratica. O contexto histórico, social e político também faz parte da formação da identidade do professor.

        É muito preocupante ver que muitos professores passam por uma crise de identidade. Guedes (2008) relata, porém, que esse problema não é atual, e tem origem nos primórdios da colonização portuguesa. Os jesuítas monopolizaram a educação e utilizando o manual de estudos, a Ratio Studiorum, faz dos professores um reprodutor, impossibilitando-o de produzir algum conhecimento. Na Ratio Studiorum, havia 467 regras, e recomendava que o professor nunca se afastasse em matéria filosófica de Aristóteles, e teológica de Santo Tomás de Aquino, isto significava que o professor teria que reproduzir estes conhecimentos. Hoje em dia não está muito diferente do início da colonização. A Ratio Studiorum foi substituída por livros didáticos e o professor continua reproduzindo o que consta nestes livros.  

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