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INVESTIGAÇÃO DE PAVIMENTOS PELO MÉTODO DO GROUND PENETRATING RADAR (GPR)

Por:   •  30/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  6.396 Palavras (26 Páginas)  •  148 Visualizações

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INVESTIGAÇÃO DE PAVIMENTOS PELO MÉTODO DO GROUND PENETRATING RADAR (GPR)

Autor: Antônio Bonilla Mancuso (antonio.mancuso@pucrs.br) Orientador: Prof. Lélio Antônio Brito, Eng. PhD. (lélio.brito@pucrs.br)

RESUMO:

A proposta desse artigo é elucidar a funcionalidade do aparelho Ground Penetrating Radar (GPR) como ferramenta auxiliar na análise de pavimentos, através de um ensaio não destrutivo. O GPR tem uma variada gama de aplicações que são abordadas e discutidas neste trabalho, em específico, o estudo realizado investigou duas vias urbanas na cidade de Porto Alegre, com objetivos que comprovassem a eficácia desta ferramenta. Para o desenvolvimento da pesquisa utilizou-se o modelo SIR-System-3000 com antenas de 400 MHz do fabricante GSSI. Os resultados encontrados foram coerentes com o esperado, evidenciando que para os fins de identificação de tubulações no pavimento e armaduras em revestimentos a antena utilizada tem êxito, para outras investigações do pavimento faz-se necessário à utilização de antenas com frequências diferentes. É imprescindível que para a análise dos resultados esteja cercado com a maior quantidade possível de informações da seção examinada. O futuro recomenda uma maior atenção para este método de investigação, que fora do país já é mais difundido.

Palavras-chave: Ground Penetrating Radar (GPR), método não destrutivo, estrutura do pavimento.

  1. INTRODUÇÃO

O transporte no Brasil desempenha papel fundamental no desenvolvimento socioeconômico do país, haja visto que as atividades econômicas necessitam do deslocamento de insumos e pessoas em sua maior parte para sua realização. Segundo dados da  Confederação Nacional de Transportes (CNT), o transporte de passageiros é realizado 96% pelo modal rodoviário, o qual atualmente é responsável por aproximadamente 61,1% do transporte regional de cargas, com uma malha rodoviária possuindo extensão de 1.713.885km até o ano de 2013, números que acentuam a importância desse modal frente aos outros no país.

Devido ao descaso de administrações passadas com a conservação das vias, o elevado aumento da frota de veículos nos últimos anos e muitas estradas que antigamente foram construídas de maneira subdimensionada, para suportar a carga rodante atual, a vida útil dos pavimentos tornou-se menor, em razão do aumento de sua deterioração, fazendo assim necessária uma maior manutenção e restauração das vias. Para a recuperação da malha viária,


o DNIT1 possui atualmente uma gama de cinco projetos para restauração e recuperação de estradas – o que abrange quase 100 rodovias federais. Nesse contexto, o conhecimento da estrutura do pavimento para sua reabilitação é crucial, evitando gastos e uma melhor solução em termos de engenharia, por isso se requer uma avaliação estrutural da situação do pavimento. Aliado a isso, o conhecimento da estrutura do pavimento em meios urbanos onde a escavação de ruas é frequente para manutenção e implantação de novas redes faz-se vital, para afetar o menor trecho possível dos pavimentos.

De acordo com Balbo (2007, pg.404) “A avaliação estrutural permitirá a subdivisão de um trecho de rodovia em segmentos homogêneos, que apresentem características pouco variáveis, para fins de projeto.”, entretanto há de serem feitas ressalvas nessa avaliação, uma vez que nem sempre um mesmo segmento apresenta características iguais, devido a motivos como o recapeamento de revestimentos danificados e a mudança de perfis naturais do terreno. Ainda conforme Balbo (2007), em tese, seria possível a determinação de espessuras e camadas existentes de um pavimento com os dados de projetos originais, as built ou determinado dado do gênero, mas é extremamente difícil a obtenção deles, devido à falta de um acervo nas prefeituras com os projetos realizados.

Sabendo da importância que o transporte de passageiros representa – onde no meio urbano é tão importante quanto que no rodoviário, em Porto Alegre os chamados Bus Rapid Transit (BRTs2) começam a tomar forma. Nos corredores dos ônibus, o pavimento rígido foi escolhido como revestimento, por apresentar as melhores características para os fins necessários. Em pavimentos dessa natureza, ter acesso a estrutura do mesmo é fundamental para evitar aberturas e escavações, processo dispendioso e demorado nessas situações.

Apontada a presente necessidade de manutenções e investigações nos pavimentos no território do país, é imprescindível que ocorram suas investigações geotécnicas para uma análise criteriosa e pontual de cada trecho viário que será afetado. Os métodos de investigação geotécnicos são importantes para o conhecimento das condições e materiais constituintes do

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1 Antigo DNER ou Departamento nacional de estradas e rodagem , órgão do governo extinto. Em seu lugar assumiu o DNIT ou Departamento Nacional de Infraestruturas de Transporte, que é responsável pela manutenção, ampliação, construção, fiscalização, restauração, operação, adequação de capacidade e ampliação mediante construção de novas vias e terminais. <http://www.dnit.gov.br/acesso-a-informacao/institucional> Acesso em 29/08/14.

2 “O BRT (Bus Rapid Transit), ou Transporte Rápido por Ônibus, é um sistema de transporte coletivo de

passageiros que proporciona mobilidade urbana rápida, confortável, segura e eficiente por meio de infraestrutura segregada com prioridade de ultrapassagem, operação rápida e frequente.” Acesso em:

< http://www.brtbrasil.org.br/index.php/brt/oquebrt#.VDaMHVf9XBY > em 09/10/2014.


subleito, sub-base, base e revestimento das estruturas e podem ser separados em três grupos: diretos, semidiretos e indiretos.

Em situações pontuais, os métodos diretos tendem a ser mais atrativos por serem menos custosos, mas em casos em que se necessita a investigação de um trecho grande, os métodos indiretos podem surgir como mais vantajosos. Os métodos indiretos, também chamados de não destrutivos, no qual se insere no contexto o Ground Penetrating Radar (GPR3), são de grande importância no âmbito da engenharia de pavimentos e apresentam como vantagens, segundo Drosemeyer (2004), Gangavarapu (2003) e Najafi (2004) (apud DEZOTTI, 2008): Redução na perturbação do tráfego e áreas de trabalho; redução nos impactos sociais, econômicos e ambientais; minimização dos eventuais danos causados aos pavimentos; menor possibilidade de interferência em tubulações existentes e abandonadas, como principais benefícios.

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