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JUNTA DE DILATAÇÃO EM REVESTIMENTO CERÂMICO - PATOLOGIAS CONCEITUAIS E ASPECTOS TÉCNICOS

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Por:   •  13/11/2014  •  4.303 Palavras (18 Páginas)  •  2.897 Visualizações

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RESUMO

Este Artigo apresenta uma abordagem histórica, conceitual e técnica sobre Juntas de Dilatação e algumas patologias inerentes ao Revestimento Cerâmico. Motivado por um interesse em se conhecer os processos que abrangem as tecnologias utilizadas quando da construção dos revestimentos cerâmicos, optou-se, a priori, por uma pesquisa bibliográfica, onde buscou-se de forma sintética porém objetiva as informações específicas sobre a execução das juntas de revestimentos cerâmicos. Reuniu-se informações de natureza histórica, conceitual e técnica sobre os revestimentos cerâmicos a partir de vasta consulta literária sobre o tema. Tornou-se possível, então, compreender que as devidas especificações técnicas sobre revestimentos cerâmicos e, por conseguinte juntas de dilatação, requer conhecimentos da engenharia estrutural e sofisticadas tecnologias de construção para que se minimizem suas patologias que não obstante acarretam riscos às edificações.

Palavras-chave: Juntas de Dilatação. Revestimento Cerâmico. Tecnologias de Construção.

ABSTRACT

This article presents a historical, conceptual and technical approach on expansion joints and some pathologies inherent in ceramic coating. Motivated by an interest in knowing the processes that span the technologies used in the construction of ceramic tiles, we decided a priori by a bibliographical research, where he sought from man-made form however objective specific information about the implementation of ceramic tile joints. Gathered information of historical, conceptual and technical nature on the ceramic tiles from vast literary consultation on the topic. It became possible, then, to understand that the appropriate technical specifications on ceramic tiles and, consequently expansion joints, requires knowledge of structural engineering and sophisticated building technologies to minimize their pathologies that nevertheless entail risks to buildings.

Keywords: Expansion Joints. Ceramic Coating. Construction Technologies.

1. INTRODUÇÃO

O campo da Engenharia Civil, por ser um dos mais ricos campos de investigação e inovação cientifica e tecnológica, propicia a todo seu estudante galgar degraus de descobertas e conhecimentos que leva o acadêmico a explorar todo seu potencial investigativo e hermenêutico ainda que seja através de uma simples investigação/pesquisa bibliográfico como o presente trabalho.

A sensação da descoberta e do compreensível instiga, motiva, move, impulsiona o querer saber mais acadêmico. Ao se estudar/investigar sobre as juntas de dilatação dos revestimentos cerâmicos, compreendeu-se que esse revestimento de fachada é complemento das funções de vedação vertical, cumprindo desse modo importantes funções de proteção contra os elementos de deterioração. Sendo pois um método de construção muito usado. Logo, buscou-se discorrer sobre as diversas caracterizações e especificidades dos revestimentos cerâmicos, elencando seus objetivos em face de suas especificidades.

Fez-se necessário uma rápida incursão histórica sobre as funções dos revestimentos cerâmicos o longo da trajetória de desenvolvimento das civilizações humanas e sobre como as variedades de produtos cerâmicos têm papel decisivo no mercado econômico da construção civil.

Para que de fato se compreenda os aspectos técnicos dos revestimentos cerâmicos sê pertinente conhecer as patologias especificas de tais revestimentos. Assim, este artigo enumera algumas patologias próprias dos revestimentos cerâmicos, suas causas e efeitos e sua natureza de comprometimento no conjunto de uma construção.

Junte-se nessa empreitada uma abordagem teórica sobre a caracterização e especificação das Juntas de Dilatação – foco de analise bibliográfica desse trabalho. Ainda que exista diversos tipos de juntas em conformidade com função a ser desempenhada, discorreu-se aqui sobre as juntas estruturais ou juntas de dilatação.

O campo de estudo temático é amplo, logo este trabalho configura-se como espaço singelo de investigação cientifica para a qual há muito o que se buscar para um entendimento técnico de maior profundidade. O que se propõe a seguir são apenas alguns apontamentos técnicos fundamentados por conceituada literatura.

2. Caracterização e Especificidade dos Revestimentos Cerâmicos

Os revestimentos cerâmicos têm sido objeto de intensos estudos e também de preocupação de muitas empresas construtoras, posto que são estes tidos como epicentro de manifestações patológicas em edifícios e outros prédios afins.

Os sistemas de revestimentos cerâmicos têm como objetivo embelezar e proteger a edificação das intempéries; evitar a degradação dos materiais de construção; promover a segurança e conforto dos usuários.

O Dicionário Aurélio (1999), define revestimento como sendo o conjunto de elementos ou materiais entre os quais se possa encontrar ou definir relação, ou ainda como sendo uma camada de material, como argamassa, pedra etc., que se coloca sobre uma parede ou piso para consolidar ou apresentar melhor aspecto. Apesar de alguns autores definirem como subsistema ou simplesmente revestimento cerâmico, considera-se, de modo geral, que esta nomenclatura é a mais adequada à complexidade e abrange melhor a ideia de consolidar o revestimento cerâmico como um conjunto de elementos.

O sistema de revestimento cerâmico de fachada pode ser considerado um dos mais diversos da edificação, por ser constituído por diferentes camadas e vários tipos de materiais. Envolve não só as placas cerâmicas, argamassas adesivas e argamassas de rejunte, mas os substratos de apoio (emboço e chapisco); e a base onde este conjunto de camadas esta aderido (alvenaria ou estrutura). Somam-se a isto as juntas de assentamento, juntas de movimentação e telas metálicas.

Denota-se que este é um dos sistemas da edificação que está mais exposto às ações externas, como movimentação estrutural, variação térmica, umidade e agentes de degradação. Estes fatores podem provocar a ocorrência de manifestações patológicas neste sistema.

É importante também ressaltar que os revestimentos cerâmicos em fachadas desempenham papel importante quanto aos aspectos globais dos edifícios, não só no que diz respeito à estética proporcionada, como também pelo aspecto de durabilidade, valorização do imóvel e eficiência destes. As placas cerâmicas são materiais, de formas e tamanhos variados usados na construção civil para revestimento de paredes, pisos, bancadas e piscinas de ambientes internos e externos. Segundo Dualibe (2005):

“O uso do revestimento cerâmico de fachada tem sido uma prática cada vez mais frequente no Brasil, principalmente nas regiões litorâneas. Além de ser bastante atrativo pela baixa manutenção requerida e pelo padrão de acabamento reconferido à edificação. No Nordeste, há uma valorização de natureza cultural aos edifícios com revestimento cerâmico.” (DUAILIBE, 2005,p.3).

Dualibe (2005), assevera que a beleza e a versatilidade das placas cerâmicas valorizam qualquer tipo de ambiente, proporcionando algumas vantagens em relação aos papéis de parede e carpetes, pois, não oferecem problemas de durabilidade, descascamento, manchas ou desgaste, e em fachadas são mais resistentes que qualquer tipo de pintura. Acrescente-se a isto o baixo custo de manutenção e à alta durabilidade, pois os revestimentos cerâmicos são resistentes ao fogo e antialérgicos. Aliadas à grande variedade de padrões, cores e texturas, essas características fazem com que pastilhas e cerâmicas sejam as opções mais lembradas quando o objetivo é buscar diferenciais estéticos de mercado para um empreendimento, melhorar a relação custo/benefício ou aumentar o valor agregado da construção.(DUALIBE,2005,p.8).

Entende-se que os revestimentos da fachada devem apresentar as propriedades para os fins a que se destinam, que é a proteção e vedação da edificação contra a ação de agentes externos agressivos, quanto ao efeito estético e de valorização patrimonial, compatíveis com a nobreza e custo do material. Para garantias dessas características, a Norma Brasileira de Regulação – NBR 13816 – Placas cerâmicas de revestimentos, cuja terminologia é dada pela ABNT (1997), define revestimento cerâmico como sendo um conjunto formado pelas placas cerâmicas, pela argamassa de assentamento e pelo rejunte. Essa definição se contrapõe a outra definição dada por uma norma anterior, a NBR 13755 (ABNT,1996), a qual determina como revestimento cerâmico ao conjunto de camadas superpostas e intimamente ligadas, constituído pela estrutura-suporte, alvenarias, camadas sucessivas de argamassas e revestimento final, cuja função é proteger a edificação da ação da chuva, umidade, agentes atmosféricos, desgaste mecânico oriundo da ação conjunta do vento e partículas sólidas, bem como dar acabamento estético.(SABBATINI,1998,p.28).

3. Caracterização histórica sobre as funções dos revestimentos cerâmicos

Segundo apontamentos históricos de Ceotto (2003) et alii, as alvenarias e os revestimentos argamassados são tecnologias de construção que datam seu uso desde a Idade Média. De inicio, as alvenarias eram utilizadas tanto como instrumento de vedação quanto como estrutura, e eram constituídas por tijolos de origem cerâmica, assentados e revestidos com argamassa oriundas da mistura de cal e areia.

Com a invenção do cimento tal qual se conhece hoje, as argamassas evoluíram, pois com a adição de cimento passaram a ter sua resistência aumentada e a aderência às bases onde eram aplicadas melhorou consideravelmente.

O advento do concreto armado provocou mudanças substanciais. As alvenarias deixaram de exercer sua função estrutural, sendo então utilizadas tão somente como elementos de vedação. Notadamente que o problemas de fissuras e destacamentos das argamassas tiveram inicio também nesta época, embora não tenham sidos detectados à época.

O revestimento cerâmico vem sendo usado desde a antiguidade para revestir pisos e paredes. Naquela época era utilizado apenas pela nobreza, que decorados preciosamente pelos artesões ceramistas e tinham como destino as paredes dos grandes palácios e construções nobres. A popularidade veio em meados do século XX, quando a produção em larga escala tornou o revestimento cerâmico acessível a bolsos menos abastados. A cerâmica pode ser feita em argila pura de massa vermelha, ou de uma mistura com cerca de nove minerais de tonalidade clara ou branca. No Brasil, a abundância dessa matéria prima, argila, estimulou o crescimento desse mercado recheado de opções, com características específicas para se adaptar ou compor diferentes ambientes.

Atualmente existe uma variedade de produtos cerâmicos para atender aos mais variados tipos de ambientes como: áreas comerciais ou industriais, residências, fachadas e piscinas, mantendo as características contemporâneas de durabilidade aliada à beleza estética.

Os revestimentos cerâmicos pela sua importância econômica ou em sua .participação no mercado ocupam uma posição de destaque na construção civil. Os revestimentos cerâmicos, juntamente com as pinturas, são a preferência do mercado consumidor em praticamente todos os segmentos imobiliários em todas as regiões do país.

Barros e Sabbatini (2004, p.18), assinalam que no Brasil, o sistema de revestimento de argamassa com acabamento em pintura ou com acabamento em placas cerâmicas continua sendo um método construtivo de amplo e continuo uso, bastante empregado na quase totalidade das fachadas dos edifícios, desde habitações de baixa renda até habitações de luxo, e em edifícios comerciais.

4. Patologias em revestimentos cerâmicos

A deterioração em parte ou de todo um sistema num revestimento cerâmico é o que caracteriza-se como manifestações patológicas. Lichtenstein (1985), define o termo patologia no âmbito da construção civil como sendo a ciência que estuda as origens, as causas, mecanismos de ocorrência, manifestações e consequências das situações nas quais os edifícios, ou suas partes não apresentem um desempenho mínimo preestabelecido. (LICHTENSTEIN,1985,p.13).

Segundo Casimir (1994), os problemas patológicos observados nas edificações, independente das suas formas de manifestação, podem ter origem em uma enorme gama de fatores, em função da grande complexidade dos vários subsistemas envolvidos, inerentes aos processos construtivos. Ele afirma que as falhas, geralmente, não ocorrem devido a um fator, mas provavelmente de uma combinação de fatores. Para Casimir (1994):

“Diversas manifestações patológicas atingem os sistemas de revestimento cerâmico de fachada. As causas e origens são variadas e classificadas diferentemente em cada estudo. Mesmo assim, existe uma correlação com o resultado de cada trabalho.”(CASIMIR, 1994,p.22).

Nesse sentido, Rodrigues (1997), assinala que as causas mais comuns para as patologias nos sistemas de revestimento cerâmico são a inexistência de juntas de movimentação, a deficiência no assentamento da cerâmica e a inequação do material empregado. Ele evidencia ainda que as patologias em revestimentos cerâmicos podem originar-se de diversas formas, seja na parte executiva ou até mesmo na fase de projeto e as classificas em:

Congênitas – que são aquelas originárias da fase de projeto, em função da não observância das Normas Técnicas, ou de erros e omissões dos profissionais, que resultam em falha no detalhamento e concepção inadequada dos revestimentos;

Construtivas – cuja origem está relacionada à fase de execução da obra, resultante do emprego de mão-de-obra despreparada, produtos não certificados e ausência de metodologia para assentamento das peças;

Adquiridas – aquelas que ocorrem durante a vida útil dos revestimentos, sendo resultado da exposição ao meio em que se inserem, podendo ser naturais, decorrentes da agressividade do meio, ou decorrentes da ação humana;

E acidentais - que são caracterizadas pela ocorrência de algum fenômeno atípico, resultado de uma solicitação incomum. Enfatiza também que dentre as patologias mais frequentes destacam-se: os destacamentos de placas; as trincas, gretamento e fissuras; as eflorescências, bolor e deterioração das juntas. (RODRIGUES,1997, p. 27-34). As fotos a seguir demonstram algumas dessas patologias:

Edifício da Secretaria de Registro de Imóveis Av.T.Segurado – Palmas – To.

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.foto 1. Deterioração provocado por infiltração: Fonte: Autores

O edifício mostrado é de construção recente, no entanto, o revestimento cerâmico de sua base já apresenta fissuras, trinca e deterioração das juntas. Estas patologias aparecem por causa da perda de integridade da superfície da placa cerâmica, que pode ficar limitada a um defeito estético (no caso de gretamento), ou pode evoluir para um destacamento (no caso de trincas).

Segundo Thomaz (1989,p.19), as trincas são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços mecânicos, que causam a separação das placas em partes, com aberturas superiores a 1 milímetro. As fissuras são rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 milímetro e que não causam a ruptura total das placas. As fotos dos edifícios a seguir evidenciam mais uma patologia.

Câmara Municipal de Palmas – TO.

Foto 2. Patologia: fissuras e gretamentos. Fonte: Autores

Observa-se que as fissuras são caracterizadas por rompimentos nas placas cerâmicas, com aberturas inferiores a 1 milímetro e que não causam a ruptura total das placas. O gretamento é uma série de aberturas inferiores a 1 milímetro e que ocorrem na superfície esmaltada das placas, dando a ela uma aparência de teia de trilhas.

Thomaz (1989) adverte que as variações de temperatura também podem provocar o aparecimento de fissuras nos revestimentos, devidas às movimentações diferenciais que ocorrem entre esses e as bases. (THOMAZ, 1989.p.22).

Quanto a patologia eflorescência, o mesmo autor destaca que este é um problema evidenciado pelo surgimento na superfície no revestimento, de depósitos cristalinos de cor esbranquiçada, comprometendo a aparência do revestimento. Estes depósitos surgem quando os sais solúveis nas placas de cerâmicas, nos componentes na alvenaria, nas argamassas de emboço, de fixação ou de rejuntamento, são transportados pela água utilizada na construção, ou vinda de infiltrações, através dos poros dos componentes de revestimento (placas cerâmicas não esmaltadas, rejuntes).

Ressalta-se que dentre as patologias até então elencadas, consta na literatura outras diversas patologias tais como o choque térmico, as falhas de assentamento, a ausência de juntas de movimentação, desplacamento e o bolor ou mofo, para citar as mais comuns. Patologias que poderão servir de ponto de partida para análises posteriores.

5. Caracterização e Especificidade das Juntas de Dilatação

As juntas de dilatação servem para permitir que o sistema (base de concreto/regularização/argamassa/cerâmica) possa se movimentar dilatométricamente sem sofrer destacamento ou rachaduras da cerâmica e do substrato. Bento (2009), Essas juntas devem ser projetadas no perímetro da área revestida, onde há mudanças de materiais, no encontro de colunas e de pisos com azulejos. Elas devem ter 10 milímetros de largura, devem cortar a regularização ou emboço e ser preenchidas com materiais flexíveis, como os mastiques à base de poliuretano. Neste caso não se usa argamassa de rejuntamento ou outro tipo de rejunte, mas apenas produtos com maior flexibilidade.

Bento (2009), assevera que há que considerar os diversos tipos de juntas consoante as funções desempenhadas e que incluem: juntas estruturais ou juntas de dilatação; juntas periféricas; juntas intermédias, de esquartelamento ou fraccionamento; e juntas de assentamento. O autor caracteriza e descreve da seguinte forma os tipos de juntas:

“Juntas Estruturais ou juntas de dilatação – estão localizadas ou sobre as juntas existentes no suporte ou nas zonas de transição de diferentes materiais de suporte. A sua largura tem que obrigatoriamente de ser superior à largura das juntas existentes no suporte;

Juntas Periféricas – são juntas ao longo de todas as fronteiras confinadas do revestimento que impedem que os elementos adjacentes possam transmitir ou restringir as deformações dos revestimentos cerâmicos aderentes;

Juntas Intermédias, juntas de esquartelamento ou juntas de fraccionamento – têm o objetivo de evitar a fissuração e o descolamento devidos a tensões originadas por deformações de natureza higrotérmica do suporte, do material de assentamento e dos ladrilhos.” (BENTO,2009,46).

O autor além de caracterizar os tipos de juntas, especifica os dimensionamentos de tais juntas de acordo com as propriedades determinadas das argamassas. Segundo ele, muitas das propriedades das argamassas são determinadas pelo tipo de ligante utilizado e pela sua composição química. Estas argamassas destinam-se a aplicações de refecho de juntas em revestimentos interiores e exteriores, com a exceção de juntas de construção. Ainda segundo o autor, denomina-se Camada de fixação a designação genérica da argamassa ou cola que tem por função fazer aderência da placa ao substrato. A argamassa pode ser fabricada na obra ou industrializada. De acordo com o material de fixação a ser empregado, algumas recomendações devem ser seguidas quanto à espessura da camada, necessidade de molhagem, etc.

Genericamente as Juntas são espaços (frestas) regulares deixados entre placas adjacentes, a serem preenchidos pelo rejunte (nas juntas de assentamento), ou pelo selante (nas juntas de dilatação).

Junta de Assentamento – Também conhecida como junta entre componentes, a junta de assentamento é o espaço deixado entre placas cerâmicas adjacentes, tanto na vertical quanto na horizontal. Essa é a junta que será preenchida com o rejunte. Sua função é absorver a variação dimensional entre as placas, permitindo um alinhamento perfeito e com boa aparência e reduzir o módulo de deformação do paramento, a fim de que ele possa absorver os inevitáveis deslocamentos e tensões. Notadamente, a largura da junta entre peças depende do tamanho das peças. O que torna-se recomendável sempre seguir a orientação do fornecedor). (BENTO, 2009,48-51).

As chamadas Juntas de Dilatação – também conhecida como junta de movimentação ou de trabalho.

Segundo Bento (2009), a junta de dilatação tem as funções de delimitar painéis compostos de várias placas, de maneira a dissipar as tensões induzidas pelas deformações do próprio revestimento ou do substrato e funcionar como região indutora de fissuração. O autor explica ainda que a junta de dilatação é preenchida com selante, que é um material elastomérico . Ao contrário do rejunte – que tem a mesma espessura da placa cerâmica -, o tratamento atravessa o substrato (emboço) e atinge a alvenaria – ou concreto (em pisos). O espaço é primeiramente preenchido com o material de enchimento (borracha alveolar, espuma de poliuretano, manta de algodão, cortiça, aglomerado de madeira, etc.), sendo por fim vedado com um selante elastomérico (silicone, poliuretano, acrílico ou polissulfeto). Esse tipo de junta é indicado no encontro de tipos diferentes de revestimento, no encontro com pilares ou saliências em lajes sujeitas a grandes deformações.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do presente estudo constatou-se que os revestimentos cerâmicos são uteis não somente por seu embelezamento, mas, também para proteger as edificações das intempéries, pois evita a degradação dos materiais de construção e promove a segurança e o conforto dos usuários.

Para um perfeito acabamento de um revestimento cerâmico é crucial os cuidados de exigência e escolha da argamassa a ser empregada, sobretudo na execução dos serviços de assentamento final.

O estudo corrobora também para o entendimento da importância de se conhecer as patologias que se apresentam nos revestimentos cerâmicos. Pois são as detecções precoces dessas patologias que permitirão sanar possíveis problemas no interior da edificação, tais como o aumento de permeabilidade, fissuração os revestimentos, queda de pastilhas e placas cerâmicas. Os principais fatores patológicos dos revestimentos cerâmicos caracterizam-se por falta de planejamento técnico e projeto especifico, ausência de detalhamento das interferências, engretamento, eflorescências, trincas – que se apresentam pela falta de uniformidade do substrato e também problemas relacionados com as juntas de dilatação. Logo, não se trata apenas de um problema meramente estético.

Uma abordagem mais abrangente sobre essa temática no presente trabalho seria possível não fosse à limitação dos conhecimentos técnicos específicos dos autores. Todavia, a caminhada apenas inicia-se e espera-se que as criticas recebidas sirvam como estímulos para prosseguimento.

REFERENCIAS

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CEOTTO, L.H.; FRIGIERI,V.; NAKAKURA, E.H. Case INPAR: a implantação de uma inovação. In: V Simposio Brasileiro de Tecnologia das Argamassas. Anais. P.119 – 128. São Paulo, 2003.

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SABBATINI, F.H.; BARROS, M.M.S.B. Recomendações para a produção de revestimentos cerâmicos para paredes de vedação em alvenaria. Escola Politécnica da USP, PCC. São Paulo. 1990.

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