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O Concreto auto adensável

Por:   •  30/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.623 Palavras (7 Páginas)  •  257 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Com a grande demanda da construção civil, o mercado construtivo exige concretos com características especiais, um desses concretos é o Concreto Auto Adensável.

O CAA foi desenvolvido no Japão em 1986 devido à dificuldade de se executar estruturas com altas taxas de armaduras, sem prejuízo da qualidade e durabilidade do concreto.

Este concreto é obtido pela adição de fílers, aditivos químicos e superplastificantes, que proporcionam maior facilidade de bombeamento, excelente homogeneidade, resistência e durabilidade. Sua característica é de fluir com facilidade dentro das formas, passando pelas armaduras e preenchendo os espaços sob o efeito de seu próprio peso, sem o uso de equipamento de vibração.

Ele é indicado  para concretagens de peças densamente  armadas, estruturas pré-moldadas, fachadas em concreto aparente, painéis arquitetônicos, lajes, vigas, calçadas, etc.

         

Apesar de apresentar muitas vantagens, o CAA ainda é pouco utilizado no Brasil, devido ao custo dos aditivos bem como a falta de conhecimento de métodos de dosagem e produção do CAA, mas, gradativamente, o avanço tecnológico ocorrido no país, tem tornado o CAA cada vez mais uma excelente alternativa para a execução das estruturas e vem ganhando a confiança dos construtores.

  1. DEFINIÇÃO

O termo concreto auto adensável (CAA) identifica uma categoria de concreto que pode ser moldado em formas preenchendo cada espaço vazio  e o envolvendo as barras de aço, através de seu peso próprio e da ação da força gravitacional, não necessitando de qualquer tecnologia de adensamento ou vibração externa.

Para um concreto ser considerado auto adensável, deve apresentar três propriedades fundamentais: fluidez, coesão ou habilidade passante e resistência à segregação. Fluidez é definida como a capacidade do concreto auto adensável de fluir dentro e através da forma preenchendo todos os espaços. Coesão ou habilidade passante é a capacidade de escoamento pela forma, passando por entre as armaduras sem obstrução do fluxo ou segregação. Resistência à segregação é a propriedade que caracteriza a capacidade do concreto em se manter coeso.

  1. HISTÓRICO

O Concreto Auto Adensável começou a ser desenvolvido na Universidade de Tóquio, Japão, em 1986. O desenvolvimento dele se fez necessário devido à dificuldade de se executar estruturas com formas complexas e altas taxas de armaduras, sem prejuízo da qualidade e durabilidade do concreto.

Existia também a preocupação com a eliminação de parte da poluição sonora gerada pelos vibradores, além disso, o CAA traria redução de custo e de prazos de execução, que seria conseguida com a diminuição dos números de trabalhadores e melhor trabalhabilidade do concreto durante a aplicação.

Este concreto também foi desenvolvido para resolver o problema da baixa durabilidade de construções em concreto armado. Os estudos foram coordenados por Hajime Okamura. Primeiramente, Okamura pensou em adaptar para as estruturas convencionais os concretos resistentes à lixiviação, que já eram utilizados na época para resolver este problema. Mas este tipo de concreto não satisfez completamente às expectativas, basicamente por duas razões: a grande viscosidade impedia eliminações de bolhas de ar aprisionadas na massa do concreto e a compactação deste em áreas altamente reforçadas com armaduras era complicada.

Segundo Okamura, para o concreto fluir uniformemente através de barras de aço, a tensão de cisalhamento da argamassa deve ser pequena. Esta tensão surge na argamassa, devido ao deslocamento das partículas do agregado graúdo. Observando-se resultados experimentais, Okamura concluiu que a tensão de cisalhamento da argamassa dependeria da relação água/aglomerante (a/agl), e que existia uma relação a/agl ótima para a menor tensão.

Assim, surge um problema: aumentando a relação água/aglomerante, aumenta a fluidez do concreto, mas ao mesmo tempo, diminui sua viscosidade. Por isso é que para a produção de concretos auto adensável é praticamente obrigatório o uso de aditivos superplastificantes e recomendável o uso de modificadores de viscosidade, o primeiro para aumentar a fluidez e o segundo para aumentar a viscosidade do concreto. Após um estudo aprofundado de todas essas informações , em 1988, foi desenvolvido o primeiro concreto auto adensável.

  1. O CONCRETO AUTO ADENSÁVEL NO BRASIL

O concreto auto adensável é um material ainda pouco utilizado no Brasil. Por dispensar vibração e, consequentemente, proporcionar aumento de produtividade e redução de ruídos no ambiente, o produto ganhou espaço mais rapidamente nos galpões das fábricas de pré-moldados de concreto.

No Brasil, destacam-se algumas aplicações do CAA, na obra do Residencial Pateo São Paulo, da construtora BKO, pôde ser verificado que o tempo de lançamento foi reduzido pela metade utilizando o mesmo número de trabalhadores. O mesmo aconteceu na ampliação do Shopping Flamboyant, em Goiânia. Outra aplicação do CAA ocorreu no Metrô de São Paulo com uma laje de 8.000 m³ de volume, foram utilizados 600 m³ nas regiões de engaste da laje com as paredes dos poços. As razões da pequena utilização desta tecnologia, até o momento, estavam ligadas principalmente aos elevados custos dos aditivos utilizados, a falta de conhecimento de métodos de dosagem e produção do CAA.

Entretanto, o produto vem ganhando a confiança dos construtores, que dele se valem para viabilizar soluções técnicas em complexas estruturas moldadas in loco.

  1. MATERIAIS

O concreto auto adensável é constituído pelos mesmos materiais utilizados na produção de concretos convencionais: aglomerante (cimento), agregado (areia e brita) e água. É indispensável na sua produção o uso de aditivos químicos, a fim de que se obtenham as características esperadas do concreto no estado fresco.

O CAA apresenta geralmente em sua composição uma grande quantidade de finos, o que gera um alto volume de pasta e reduzido volume de agregado graúdo. No entanto, um grande volume de pasta necessita de uma grande quantidade de cimento, gerando assim alto custo e alto calor de hidratação no concreto. Para contornar tal situação, são utilizados fíleres e/ou pozolanas para substituir parte do cimento.

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