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O PAPEL DA BIBLIOTECA ESCOLAR NA FORMAÇÃO DO LEITOR

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Por:   •  22/7/2013  •  Tese  •  2.112 Palavras (9 Páginas)  •  588 Visualizações

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O PAPEL DA BIBLIOTECA ESCOLAR NA FORMAÇÃO DO LEITOR

Severino Farias de Santana Filho - UFRN

Como principal veiculadora de informações e fonte de conhecimento, a leitura deve ocupar um espaço privilegiado dentro do contexto sócio-histórico-cultural no qual o homem está inserido. Por essa razão, ela tem sido alvo de estudos e pesquisas que retratam sua importância e indispensabilidade na vida do ser humano.

A partir da década de 1970, os estudos sobre leitura, no Brasil, tomaram o caráter de investigação científica, impulsionados pelos avanços teóricos da Psicologia Cognitiva e das Ciências da linguagem. Desvendar os processos subjacentes à leitura e à escrita, como também explicar as variáveis históricas, socioculturais e metodológicas que as cercam passou a ser o objeto de vários pesquisadores em diferentes áreas do conhecimento.

Em 1995, resultados obtidos em pesquisas realizadas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB (2002), mostram a baixa qualidade atingida no desempenho dos alunos do ensino fundamental em relação à leitura.

É papel da escola, que tem a função de formar cidadãos conscientes, reverter essa realidade. Para tanto precisa incentivar o aluno a assumir e valorizar a cultura da sua própria comunidade e, ao mesmo tempo, buscar ultrapassar seus limites.

Assim, estará propiciando às crianças dos diferentes grupos sociais o acesso ao saber (leitura / informação / conhecimento), historicamente construído pela humanidade.

Nessa direção, são significativas as palavras de Fonseca (1992) quando diz que as bibliotecas escolares são mantidas pela escola e têm por objetivo fornecer livros e materiais didáticos tanto aos estudantes como aos professores, oferecendo, portanto, a infra-estrutura bibliográfica e audiovisual da pré-escola ao ensino médio.

Observa-se, porém que a escola não pode mais contentar-se em ser apenas transmissora de conhecimentos que provavelmente estarão defasados antes mesmo que o aluno termine sua educação formal; ela tem de promover oportunidades de aprendizagem que dêem ao estudante condições de aprender a aprender, permitindo-lhe educar-se durante a vida inteira.

Portanto, convém dizer ainda que a biblioteca escolar deve ser usada como um apoio didático pedagógico, formando parcerias com a equipe docente a fim de acompanhar os conteúdos aplicados em sala de aula, objetivando fornecer um maior suporte informacional.

Na sociedade atual, a importância da biblioteca escolar no processo educacional é inquestionável.

A escola, enquanto instituição produtora de conhecimento, deve investir na leitura como um ato verdadeiramente cultural. Com isso, não pode ignorar a importância da biblioteca, uma vez que a educação proposta pelos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (1997) exige que ela crie oportunidades para as crianças e jovens usarem a linguagem em suas diferentes modalidades.

A biblioteca escolar, enquanto espaço de aprendizagem e instrumentalizada com uma gama de recursos informacionais (livros, materiais especiais, computadores) e devidamente apropriada pela comunidade escolar (bibliotecários, professores, orientadores, pais, estudantes), poderá vir a ser um instrumento chave para o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e valores dos seus usuários a fim de torná-los aptos a viver, participar e desfrutar dos benefícios da sociedade da informação.

Como bem coloca Soares (2001, p.16) no Brasil, “quem aprende a ler e a escrever e passa a usar a leitura e a escrita, a envolver-se em práticas de leitura e de escrita, torna-se uma pessoa diferente, adquire um outro estado, uma outra condição”.

Observa-se que somente com a leitura efetiva, o aluno pode praticar o ato de ler de diferentes formas no seu cotidiano. No sentido de abordar questionamentos sobre a leitura, foram verificados algumas concepções. Kato (1985 apud CORACINI, 1995) entende a leitura como um processo de decodificação. A autora identifica duas formas de como se dá esse processo, baseando-se em duas posições teóricas de estudiosos das áreas de ciências da cognição e da inteligência artificial: a primeira estaria dependente do texto e a segunda do leitor. As ciências da cognição têm sua origem na visão estruturalista, enfatizando a sujeição do sentido à forma: palavras e frases. A construção do sentido se dá no texto e pelo texto, não considerando o sujeito e a situação de enunciação. A inteligência artificial, por sua vez, acredita que a fonte do sentido estaria no leitor, pois a partir dos dados do texto ele acionaria o seu conhecimento prévio. Kato (1985, op. cit) insere-se numa terceira posição, a interacionista, por acreditar que a leitura se processa na interação do texto-leitor ou autor-texto-leitor.

O “bom leitor” é aquele que é capaz de seguir as marcas deixadas pelo autor para

chegar a uma formulação de suas idéias e intenções, parecendo ser um sujeito ativo, pois ainda não pode fugir à posição de autoridade de sentido assumida pelo texto.

Uma quarta concepção, defendida pelo autor do presente trabalho, é da Análise do Discurso, que considera a leitura como um processo discursivo em que os sujeitos produtores do sentido são sócio-historicamente determinados e ideologicamente constituídos. O sentido do texto é constituído numa situação enunciativa, cabendo ao sujeito determinar tal construção.

Para que esse processo se efetive, o aluno, na realidade, tem de aprender a ler profundamente, observando não só as informações explícitas, mas também aquelas que estão subjacentes. Para que isto ocorra o dialogismo e a interação verbal são indispensáveis, pois o diálogo, no sentido estrito do termo, não constitui, é claro, senão uma das formas, é verdade que das mais importantes, da interação verbal. Mas pode-se compreender a palavra “diálogo” num sentido amplo, isto é, não apenas como a comunicação em voz alta, de pessoas colocadas face a face, mas toda comunicação verbal, de qualquer tipo que seja. O livro, isto é, o ato de fala impresso, constitui igualmente um elemento de comunicação verbal. Ele é o objeto de discussões ativas sob a forma de diálogo e, além disso, é feito para ser apreendido de maneira ativa, para ser estudada a fundo, comentando e criticando (...).

(BAKHTIM, 1995, p. 123). O diálogo bakhtiniano acontece quando

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