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O TRATAMENTO DE EFLUENTE LÍQUIDO DA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS

Por:   •  24/3/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.247 Palavras (9 Páginas)  •  105 Visualizações

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WHALLEF PINHEIRO MASCARENHAS

ÉRIKA SAMARA ALVES DE BRITO

TRATAMENTO DE EFLUENTE LÍQUIDO DA INDÚSTRIA DE COSMÉTICOS

        A indústria de cosméticos demanda uma quantidade elevada de água, pois esta é uma das principais matérias-primas, visto sua ampla utilização tanto nos processos de produção quanto nas operações de limpeza e lavagem de equipamentos e tanques. Além de ser a base de muitos produtos, é também usada como solvente de corantes, aditivos e outros. Uma grande quantidade de água potável é utilizada em sistemas de resfriamento, geração de vapor e, principalmente, nas operações de lavagem e sanitização de máquinas, equipamentos e utensílios. Entretanto, o consumo excessivo e o agravamento da escassez da água tem aumentado a importância do tratamento dos efluentes líquidos, de modo que possa ser feita a substituição, em processos de menor exigência, da água potável pela tratada. Tratar qualquer efluente industrial é fundamental para diminuir os impactos ambientais causados pelo homem, sendo a poluição hídrica um dos problemas mais críticos. Reutilizar, na medida do possível, os próprios efluentes gerados pela indústria após o tratamento adequado costuma ser financeiramente atrativo.

        Entre as matérias-primas e produtos auxiliares se destacam os emulsificantes, ésteres de ácidos graxos, polímeros (PEG), sais quaternários de amônio, corantes, fragrâncias, solventes orgânicos, conservantes (geralmente derivados de fenol), misturas de tensoativos e óleos essenciais. Várias dessas substâncias apresentam propriedades tóxicas, irritantes ou corrosivas, sendo que os efluentes provenientes dos processos de produção apresentam normalmente elevadas concentrações de demanda química de oxigênio (DQO), sólidos suspensos, gorduras e óleos e demais compostos orgânicos de baixa biodegradabilidade.

Óleos e graxas: a pequena solubilidade dos óleos e graxas na água prejudica sua degradação em estações de tratamento de efluentes por processos biológicos e, quando presentes em mananciais utilizados para abastecimento público, podem causar problemas no tratamento da água, além de impedir a transferência do oxigênio da atmosfera para o meio hídrico, trazendo problemas à vida aquática.

Sulfetos: normalmente resultantes de processos de produção de tinturas, apresentam odor desagradável e toxicidade.

Despejos amoniacais: são tóxicos e tendem a alcalinizar o meio líquido, necessitando de neutralização antes do lançamento no corpo receptor.

Tensoativos: apesar de não apresentarem alta toxicidade, são resistentes à biodegradação. Suas propriedades lipossolventes lhes conferem efeito bactericida, prejudicando processos biológicos importantes ao bom funcionamento dos ecossistemas aquáticos.

Fosfatos e Polifosfatos: podem, em altas concentrações, levar à proliferação de algas e plantas aquáticas e provocar o fenômeno da eutrofização dos corpos d’água, que causa desequilíbrio no pH do corpo aquoso, bem como grandes oscilações nas concentrações de oxigênio dissolvido, com maiores valores nos períodos de maior luminosidade, e valores eventualmente próximos de zero durante a noite.

        Assim, os sistemas de tratamento de efluentes buscam atender à legislação ambiental e em alguns casos ao reuso de águas. Para a indústria de cosméticos, onde os efluentes contém grandes quantidades de material inorgânico (corantes, componentes inorgânicos) e orgânico (essências, óleos e graxas), é comum um tratamento físico-químico para retirada desses compostos. Tem-se a adição de coagulantes/floculantes e correção de pH, seguido de separação dos flocos por decantação e posterior filtração. Após isso, o efluente industrial se junta ao efluente sanitário e passam por um tratamento biológico, sendo os mais utilizados os sistemas anaeróbios ou aeróbios.

        A redução da carga orgânica por processos biológicos convencionais não é uma opção viável, devido às baixas relações de DBO/DQO normalmente observadas. Além disso, a presença de surfactantes, óleos e graxas nesses efluentes aumenta a formação de organismos filamentosos e de espuma nos tanques de aeração de sistemas de lodos ativados. A elevada concentração de sólidos totais e turbidez é ocasionada devido ao efluente ser oriundo da lavagem dos tanques de produção de base líquida, sendo que este produto tem em sua composição uma grande quantidade de corante. Além disso, o grande volume de óleos e silicones orgânicos utilizados na formulação da base líquida provoca a elevada concentração de matéria orgânica.

        Portanto, um dos processos recomendados para o tratamento dos efluentes oriundos de indústrias de cosméticos é a flotação por ar dissolvido (FAD). No processo de flotação convencional há a geração de bolhas de gás (normalmente utiliza-se ar atmosférico) no interior do efluente. Estas colidem com as partículas em suspensão, sejam sólidas ou oleosas. Após a adesão das bolhas de gás nas partículas ocorre a ascensão dos agregados partículas/bolhas até a superfície, onde são removidas. Uma variação do processo convencional, no FAD o ar é dissolvido em água em um saturador sob pressão maior do que a atmosférica, através de uma válvula no tanque contendo o efluente que se deseja tratar. Quando a pressão no fluxo de água saturada é reduzida, o líquido fica supersaturado e o ar em excesso é liberado sob a forma de pequenas bolhas que aderem à fase em suspensão (partícula ou gotícula), flotando-as à superfície.

        É recomendado na prática industrial a utilização de agentes coagulantes e floculantes nos processos de FAD para melhorar a eficiência de separação, uma vez que a agregação aumenta a probabilidade de colisão bolha-partícula, incrementa a cinética de flotação e aumenta a eficiência da utilização do ar. Recomenda-se ainda para o tratamento de efluentes da indústria de cosméticos o pH 6,9 como valor ótimo para o processo de coagulação utilizando o sulfato de alumínio.

TRATAMENTO DE EFLUENTES DE INDÚSTRIAS DE CURTUME

        A maior parte do processo produtivo dentro de um curtume, altamente químico, se dá em meio aquoso e o resultado disso é a geração de um efluente nocivo ao meio ambiente, além de um alto consumo de água. Logo, há uma preocupação muito grande por parte do setor em minimizar os impactos ambientais, poluição da água, solo, ar e reduzir o uso de fontes não renováveis como a água. Além disso, nos últimos anos, houve endurecimento das exigências das autoridades e órgãos de controle nas indústrias de curtume a fim de fiscalizar e garantir que as leis e normas sejam cumpridas.        

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