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OMonitoramento de Encostas - Inclinômetros

Por:   •  22/9/2020  •  Trabalho acadêmico  •  1.208 Palavras (5 Páginas)  •  94 Visualizações

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MONITORAMENTO E INSTRUMENTAÇÃO DE ENCOSTAS

O monitoramento de encostas é realizado com a finalidade de acompanhar tal maciço ao longo do tempo de forma a perceber possíveis mudanças e interpretá-las. Logo em seguida, tomar possíveis decisões sobre aquilo que se analisa. Este monitoramento pode ser realizado de forma visual, com inspeções rotineiras, com frequência definida através do entendimento do possível risco que a estrutura pode oferecer em situações de rompimento. Outra forma, mais analítica, é a utilização de instrumentos, de forma inteligente, para conseguir dados sobre a encosta através de leituras.

A inspeção visual é importante no monitoramento, porém ela se torna ineficaz para análises de movimentações que não se enxerga a olho nu, dentro do maciço, ficando limitada a uma análise superficial da estrutura in loco. Por outro lado, a instrumentação consegue fornecer informações mais refinadas para a supervisão de segurança de uma encosta acerca de deslocamentos, recalques, pressões d’água, tensões totais e vazões d’água.

Segundo Wilson e Mikkelsen (1978), citado por Rinaldo José Barbosa Pinheiro, a instrumentação tem tido um impacto marcante para Engenharia Geotécnica, principalmente, no estudo de movimentos de massa, que devido ao impacto social e econômico criaram uma demanda importante por uma instrumentação de melhor qualidade, pela sua aceitação e uso no meio geotécnico.

A leitura de instrumentação deve ser analisada para o bom entendimento do que ocorre na encosta ao longo do tempo. Para isso, é importante criar parâmetros bem definidos e comparar as leituras com auxílio de gráficos que possam mostrar possíveis alterações ao longo do tempo. E caso uma mudança abrupta aconteça, fora dos parâmetros definidos como normais, haja tempo de intervenção para zerar ou diminuir um possível impacto que está por vim.

Pinheiro (2000) defini as mais relevantes circunstâncias a serem investigadas em encostas e taludes a fim de que a instrumentação é aplicada: (a) determinação da profundidade e da forma da superfície de escorregamento; (b) determinação de movimentos verticais e laterais na massa escorregada; (c) determinação da velocidade do movimento (aceleração ou desaceleração); (d) monitoramento de estabilidade de taludes naturais e escavados devido a atividades de construção ou precipitação; (e) monitoramento de níveis d’água ou poro-pressões; (f) fornecer um sistema de alerta remoto contra possíveis desastres; e (g) monitoração e avaliação da eficácia das várias medidas de controle (drenagem, contenção, etc.).

O processo de ruptura de solo, em sua grande maioria, não se dá forma brusca ou casual. A instabilidade passa por um desenvolvimento, as vezes acelerado, as vezes não, devido a inúmeras possibilidades que possam ocorrer aquele solo (precipitação, intemperismo, escavação de taludes, etc.).  Por isso é importante a investigação ao longo dos anos por meio da instrumentação, podendo oferecer informações de grande valor para realizar a previsão de possíveis instabilidades ao logo dos anos.

Segundo Wilson e Mikkelsen (1978), citado por Cícero Nei Eisenberger, o plano para elaboração de um projeto de instrumentação de uma encosta deve passar por quatro estágios: (a) determinar que tipos de medidas são necessárias, (b) selecionar os tipos de instrumentos que melhor se enquadram nas medidas exigidas, (c) plano de locação, número e profundidade da instrumentação, e (d) desenvolvimento de técnicas de registro. Deste modo, a instrumentação de encostas de ser ligada à uma questão específica que se deseja investigar e logo revelar informações que sejam pertinentes para tomada de decisão sobre alguma circunstância. A instrumentação usada de forma aleatória e sem objetivo não trará nenhum benefício.

INCLINÔMETRO

Pinheiro (2000) comenta que quando objetivo for complementar os estudos e investigações visuais de superfícies, assim esclarecendo os mecanismos e modelos fenomenológicos de instabilidade de encostas deve-se realizar investigações de subsuperfície.

Segundo Dunniclif (1988), citado por Cícero Nei Eisenberger, quando as movimentações de massa são nas camadas internas do solo e se torna indetectável visualmente na em sua superfície, são requeridas medidas de deslocamentos subsuperficiais.  Estas medidas podem ser realizadas pelo instrumento denominado inclinômetro. O inclinômetro é um instrumento de alta precisão que deve ser instalado em regiões onde se suspeita ter deslocamento de massa. Pinheiro (2000) descreve que o inclinômetro permite a determinação da distribuição do movimento lateral em função da profundidade abaixo da superfície e em função do tempo. A Figura xxx demonstra o conjunto que constitui este instrumento: torpedo sensor de inclinação, cabo elétrico, a unidade leitura e o tubo guia ranhurado.

[pic 1]

Figura 1 – Torpedo, cabo elétrico, unidade de leitura e tubo guia ranhurado.

O tubo guia ranhurado, geralmente de pvc ou alumínio, é instalado em um furo de sondagem vertical com diâmetro mínimo de 100 milímetros e base estável. O tubo deve possuir certa flexibilidade para acompanhar movimentações que possam surgir no maciço e ter seu fundo fechado. No processo de instalação, o espaço entre o furo e o tubo é preenchido com uma mistura de calda de cimento e bentonita. As ranhuras do tubo devem ser apontadas para os principais eixos da encosta, sendo um deles para o mais provável sentido de rompimento do solo.

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