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REUTILIZAÇÃO DE EPS NA ELABORAÇÃO DA ARGAMASSA PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Por:   •  16/11/2021  •  Artigo  •  4.288 Palavras (18 Páginas)  •  74 Visualizações

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REUTILIZAÇÃO DE EPS NA ELABORAÇÃO DA ARGAMASSA PARA CONSTRUÇÃO CIVIL

Darlan Yuri da Costa[1]

Crisleine Zottis dos Reis[2]

Resumo

A presente pesquisa tem por objetivo estudar a viabilidade de utilização do Poliestireno expandido (EPS), como adição na argamassa de cimento Portland, visando reduzir a quantidade de resíduos sólidos no meio ambiente, através da sua incorporação na construção civil e garantir o desempenho das argamassas no atendimento às especificações técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Assim, foram feitos procedimentos de coleta do EPS nas obras de Chapecó -SC e região. Os EPS triturados foram utilizados para a elaboração de corpos de prova nas frações de 5%, 10%, 20%, 50% em relação ao volume do agregado miúdo. Seguindo as normas da ABNT foram realizadas análises de índice de consistência, teor de ar incorporado e densidade de massa para a argamassa no estado fresco, e testes de densidade da massa, porosidade aparente, absorção de água por capilaridade, coeficiente de capilaridade e resistência à tração na flexão e à compressão, com a argamassa no estado endurecido. Os resultados mostraram que é possível utilizar até 5% de flocos de EPS na argamassa sem comprometer significativamente a qualidade do produto final.

Palavras-Chave: Poliestireno expandido (EPS). Argamassa. Resíduo sólido.

  1. INTRODUÇÃO

O revestimento de argamassa de cimento é uma das técnicas mais antigas empregadas para revestir paredes, tetos e fachadas de edificações. Com o surgimento de novas técnicas e novos métodos de construção, ainda a utilização de argamassa não perde a sua importância e continua sendo muito utilizada em obras de construção civil (CARASEK, 2010).

O setor da construção civil tem desenvolvido cada vez mais materiais, realizando estudos e especificando seu uso e função. Da mesma maneira que as construtoras procuram por produtos que supram as suas necessidades e resolvam os seus principais problemas. Nesse sentido, hoje há uma infinidade de tipos de chapiscos, sejam industriais ou feitos em obra, com aditivo ou não.

Segundo o IBGE (2021), o contingente populacional brasileiro vem aumentando a cada ano, sendo mais de 210 milhões de habitantes no brasil, porém com uma queda no percentual de crescimento, que atualmente é de 0,79%, aumenta-se também, por consequência, os resíduos, sendo que os resíduos sólidos urbanos constituem uma preocupação ambiental. Esta preocupação está relacionada com o aumento gradativo da geração e destino correto desse material (QUERINO E PEREIRA, 2016).

Portanto a reciclagem e a reutilização de materiais são de suma importância na atualidade, e para Fonseca (2013), reciclar significa transformar materiais usados em novos produtos. Já a reutilização, que é o foco deste projeto, tem como primordial característica reinserir o material em algo novo ou utilizar-se dele para o mesmo fim que foi desenvolvido.

Segundo o Gouveia (2012), apenas 34,5% de todo EPS produzido no Brasil é reciclado, um número pequeno visando um material que é 100% reciclável. Um fator que auxilia a isto é que apenas 20% dos municípios brasileiros contam com sistemas de coleta seletiva, isso significa que esse número de renovação do EPS é bastante elevado, devido as dificuldades.

Segundo Balboe Tosta (2012), o EPS por si só não polui o meio ambiente tão pouco contamina o solo, porém leva cerca de 150 anos para se degradar, o que acaba gerando um grande problema ambiental. A norma ISO 14.000, que trata da qualidade ambiental, exige que todos os resíduos que saem de empresas tenham uma destinação correta. Porém esta norma geralmente não é seguida e em alguns lugares a queima da matéria é a opção adotada, o que agrava os problemas de aquecimento global e poluição do ar.

O emprego do EPS para elaboração de argamassa leve promove maior informação e conhecimento sobre o material, onde na construção civil a argamassa mais comum é a convencional. Sendo assim o emprego do EPS na argamassa é uma manobra viável a ser estudada antes do emprego do concreto convencional nas obras de construção civil (BOITA E BELLEI, 2019).

De acordo com Rodrigues e Ferreira (2010), a construção civil é um dos setores que possui maior potencial para reutilização de resíduos e subprodutos gerados por outros setores da indústria. A reutilização desses materiais no meio da construção civil tem sido uma alternativa bem sucedida em diversos casos. Gerando assim, muitos benefícios a sociedade, como a redução da extração de matéria prima, um destino ecológico para o produto, redução de energia gasta com a produção além da diminuição na emissão de poluentes na atmosfera.

Portanto é de suma importância que cada vez mais surjam estudos que visem a reutilização destes materiais que comumente não são reciclados, tendo em mente a redução dos impactos ambientais gerados por todos estes resíduos. O presente trabalho tratará da incorporação do EPS na argamassa, substituindo parcialmente o agregado miúdo (areia) pelas pérolas de EPS, com o intuito de reutilizar um resíduo que pouco é reaproveitado e causa muitos danos ambientais.

  1. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste tópico são apresentados os conceitos e definições sobre adição de EPS (poliestireno expandido) reciclado na argamassa, mostrando suas principais vantagens e desvantagens, com estudos correlatos referente ao tema abordado.

  1. POLIESTIRENO EXPANDIDO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo a Abrapex (2008), a norma DIN ISO-1043/78 define EPS como sendo a sigla internacional do Poliestireno expandido, ou popularmente conhecido como isopor, o qual foi descoberto pelos químicos Fritz Stasny e Karl Buchholz em 1949. É um plástico celular rígido, resultante da polimerização do estireno em água, sendo, o produto final uma pérola de até 3mm de diâmetro.

Ainda segundo a Abrapex (2017), o EPS já vem sendo utilizado nos últimos 35 anos, por suas características isolantes, leveza e custo reduzido. É comercializado em forma de placas e/ou partículas desagregadas (pérolas), destinadas a infinitas aplicações. Algumas aplicações são: embalagens industriais, artigos de consumo (caixas térmicas, pranchas, porta-gelo etc.) e até mesmo na agricultura. É na construção civil, porém, que sua utilização é mais difundida.

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