Resumo do artigo: “Configuração Empreendedora ou Configurações Empreendedoras?

Resumo do artigo: “Configuração Empreendedora ou Configurações

Empreendedoras? Indo um pouco além de Mintzberg” de Fernando Antonio

Prado Gimenez, Jane Mendes Ferreira, Simone Cristina Ramos

O tema empreendedorismo é recorrente em pesquisas e atrai muitos

estudiosos que se interessam principalmente pelos valores individuais,

organizacionais e sociais que a sua prática agrega. O estudo da área começou

em princípios do século 20, porém presume-se que desde as grandes tarefas

coletivas da antiguidade havia ações de indivíduos empreendedores.

Conceituado inicialmente como “criação de empresas”, o

empreendedorismo pode assumir, atualmente, um significado bem mais amplo:

“manifestações humanas voltadas para a realização de novos projetos

organizacionais independentes ou vinculados a uma organização já existente”

(Gimenez, Ferreira, Ramos, 2008). O tema passou a ter várias abordagens

(indivíduos, equipes, organizações e sociedades) e a englobar conceitos de

diversas áreas como economia, psicologia, sociologia, administração e

engenharia.

William Gartner é citado no artigo como um dos estudiosos

interessados no tema e que identificou, em 1985, quatro dimensões que estão

associadas ao processo de criação de novas empresas: indivíduo(s), organizaç

ão, ambiente e processo. A partir disso, William reuniu os temas estudados

mais frequentes dentro de cada uma dessas dimensões criadas por ele. Na

dimensão “indivíduo” foram encontrados temas como satisfação do trabalhador

e risco que ele corre realizando a atividade; em “organização“, estratégia da

empresa, competição, clientes; em “ambiente”, mercado e as influências

governamentais; finalmente em “processos” foram obtidos temas como

respostas ao governo e à sociedade.

Para compreender o empreendedorismo o estudioso necessita

transitar por diversas áreas de conhecimento e fugir de receitas genéricas. É

necessário, também, que as interações humanas estejam sempre presentes e,

por isso, não existe verdade universal a respeito do tema. A atividade

empreendedora deve ser abrangente e unir as dimensões indivíduo,

empreendimento e o contexto em que se encontra.

Antes da formação do conceito de Configuração Empreendedora,

Mitzberg já comentava sobre as configurações organizacionais e apresentou

uma ideia de estrutura simples, tendo como exemplo uma empresa

empreendedora, onde o ambiente em que ela se encontra exige do

empreendedor uma atitude agressiva e inovadora, além de ser necessário

desenvolver um senso de missão que engloba todos na organização.

Segundo Gimenez, Ferreira e Ramos, o artigo tem como proposta ”

demonstrar que a noção de configuração empreendedora apresentada por

Mitzberg deve ser vista como plural” e se justifica através da proposição de um

modelo integrado de ação empreendedora.

Os estudos sobre empreendedorismo começaram no século 20, mas

se intensificaram durante a década de 80 através da publicação de artigos em

revistas acadêmicas e da realização de congressos. O tema apresenta várias á

reas de estudo e ainda não possui um consenso sobre o seu significado. A pró

xima etapa do artigo é apresentar rapidamente a visão de diversos autores

sobre empreendedorismo e depois se aprofundar nos estudos de três deles:

Schumpeter, McClelland e Drucker.

Os conceitos de empreendedorismo apresentados possuem foco

tanto em recursos, capacidades e produção quanto no comportamento

humano. Podem ser voltados para a produção de novas riquezas, percepção

de novas oportunidades e o uso de métodos inovadores e por fim três

correntes de pesquisa são comentadas: o resultado da ação dos

empreendedores (estudada basicamente por economistas), o motivo pelo qual

empreendem (área dos psicólogos e sociólogos) e como empreendem (foco de

estudiosos de diversas áreas).

Schumpeter é conhecido por seus estudos no desenvolvimento

econômico e acredita que o empreendedorismo é um fator importante para

alcançá-lo. Para o autor, a atividade empreendedora é considerada por

aspectos econômicos, cujo centro se dá pela inovação e é guiada pelo

interesse em aquisição de bens. Segundo Shumpeter, empreendedorismo se

dá através do desenvolvimento de novas formas de produção e não somente

pela criação de novas empresas, assim, é definido como “a realização de

novas combinações, sendo o empreendedor o indivíduo cuja função é realiza-

lo”. Essas