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Trabalhos Corrida de Terra: Vila Albertina

Por:   •  4/1/2017  •  Ensaio  •  600 Palavras (3 Páginas)  •  560 Visualizações

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Corrida de Terra: Vila Albertina

  1. Introdução

        A cidade de Campos do Jordão, estado de São Paulo, apresenta com frequência consideravelmente alta acidentes de escorregamentos. As causas para tal estão intimamente ligadas ao quadro natural da região, o qual, associado aos aspectos geológicos, geomorfológicos, à pluviosidade e às intervenções humanas favorecem o acontecimento de movimentos de massa.

        No dia 18 de agosto de 1972 em Vila Albertina, situada cerca de 2 km a sudoeste da entrada principal de Campos do Jordão, município de São Paulo, às oito e quinze da manhã, uma terra negra e turva deu início à um movimento de massa com estimados 70.000 metros cúbicos de lama.

A lama começou a escorregar a partir do prédio do antigo Recanto Infantil Santa Marta, em direção à casa dos operários, as quais, em grande maioria, eram de madeira. O fluxo de lama causou o soterramento de 60 casas e a morte de 17 pessoas.

  1. Condições locais

Segundo Guidicini & Nieble (1978), a região do desastre está no trecho paulista do Planalto da Mantiqueira, em relevo de topos arredondados e clima frio. O local era formado por dois vales, com uma área central aplainada, constituída por argilas orgânicas com espessura aproximada de sete metros.

Os declives das elevações adjacentes ao local do acidente são fortes, cerca de 22°, com atenuação no topo. A encosta possuía vegetação arbustiva, que reduzia o processo de erosão no local.

Segundo relato dos moradores, a última chuva forte que poderia ocasionar o desastre ocorrera a seis dias, porém destaca-se a infiltração da água por três pontos no qual o fluído vertia da encosta para o interior do anfiteatro. Após a infiltração, a lama encharcada ficava por longos períodos em estado líquido, sendo sustentada apenas pela camada de solo seco, com vegetação de gramíneas, as quais também auxiliavam no processo de retirada de água através da evapotranspiração. Apesar de não haver estudos sobre o percentual de água infiltrada no solo, atribui-se a esta infiltração uma parcela considerável para a ocorrência do acidente, visto que a declividade da encosta era pequena.

Quanto à litografia do local, de acordo com Amaral & Fuck (1973), tratava-se de uma composição mineralógica de fração arenosa na parte do solo e quartzo, em grande maioria, na lama. A fração fina era formada pelo argilo-mineral do grupo da caulinita  e pelos minerais gibsita e quartzo.

Com relação à lama após o escorregamento, notou-se a presença de 80% de água livre, 5% de matéria orgânica e 10% de material sólido como areia fina, silte, argila  e restos silicosos de espículas de esponjas.

  1. Interpretação do fenômeno

A presença de um solo seco superficial encobria a lama aquosa existente, a qual submetida a qualquer esforço interno que rompesse a crosta superficial poderia extravasar como um líquido, criando túneis de lama.

Como a construção de um pequeno aterro, destinado a um campo de futebol para crianças do orfanato adjacente, não instigava a execução de furos de sondagem para verificar a estratigrafia do solo subjacente, iniciou-se a obra sem preocupações quanto à estabilidade do terreno. Dessa forma, ao associar o peso próprio do aterro, executado sobre argilas orgânicas saturadas, à vibração ocasionada pelo trator, desencadeou-se o deslizamento que resultou no soterramento de 60 casas ao longo da encosta e na morte de 17 pessoas.

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