Planejamento orçamentário

Orçamento empresarial

Introdução

O atual cenário econômico mundial, tem exigido das organizações mecanismos de planejamento e controle de suas operações, pois o acirramento da concorrência, bem como, as mudanças tecnológicas tem exigido cada vez mais das organizações respostas rápidas para as mais variadas questões.

Para que as organizações possam prosperar neste cenário, elas deverão planejar e controlar cuidadosamente suas operações, para que assim seja possível alcançar suas metas e objetivos. O sucesso das organizações depende muito de um bom planejamento e controle das ações empresariais. Embora o planejamento faça parte do dia-a-dia dos gestores, este muitas vezes é feito informalmente tornando-se ineficaz, levando-os a ações e decisões empíricas. Essas decisões empíricas têm levado muitas empresas a mortalidade.

De acordo com Peleias (2002, p. 23) o propósito do planejamento é “O desenvolvimento de processos, mecanismos e atitudes administrativas, que torna possível avaliar as implicações futuras das decisões presentes em função dos objetivos da organização, e que possibilitarão a tomada de decisões no futuro, de modo mais rápido e eficiente”. Já para Ishisaki (2003, p. 19) “o planejamento no ponto de vista empresarial consiste no método de ordenar as atividades, definir objetivos para atingir um futuro desejado, além de minimizar os recursos necessários à consecução dos mencionados objetivos”.

Assim, o planejamento tem importante papel no momento em que se estabelece com antecedência às ações a serem executadas, estimando os recursos e definindo responsabilidades. O planejamento desempenha um papel de um mapa, mostrando a organização o caminho a ser percorrido para se alcançar as metas e objetivos pré-estabelecidos.

O controle está intimamente ligado ao processo de planejamento embora sejam conceitos distintos, o controle é exercido no momento em que se verifica se metas estabelecidas na etapa do planejamento estão ocorrendo conforme o plano, esta verificação possibilita que as organizações adotem medidas corretivas, caso estejam fora de rumo, assim, um bom planejamento sem um controle eficaz é desperdício de tempo. Neste sentido, Hoji (2008, p.418) comenta que “Controlar significa acompanhar a execução de atividade e comparar periodicamente o desempenho efetivo com o planejado”.

Por outro lado, a menos que os planos sejam estabelecidos com antecipação, não há objetivos para os quais dirigir o controle.

Muitas vezes os conceitos de planejamento e controle são tidos, erroneamente, como sinônimos, Garrison; Noreen; Brewer (2007, p. 314) afirmam que “Costuma haver confusão entre os termos planejamento e controle, e ocasionalmente eles são usados como se quisessem dizer a mesma coisa. O planejamento envolve a fixação de objetivos e a elaboração de vários orçamentos para alcançar esses objetivos. O controle envolve as medidas tomadas pela administração para aumentar a probabilidade de que os objetivos fixados na etapa de planejamento sejam atingidos, e que todas as partes da organização estejam trabalhando juntas na direção desses objetivos”.

A literatura aborda três tipos de planejamento, segundo Oliveira (2006, pg. 45); “Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, pode-se distinguir três tipos de planejamento: planejamento estratégico; planejamento tático e planejamento operacional”. Conforme Sanvicente e Santos (1995) se diferenciam os níveis de planejamento de acordo com o seu significado, alcance ou impacto sobre a natureza dos problemas que se pretende solucionar, e são três esses níveis de planejamento:

Planejamento estratégico: aquele no qual as decisões a serem tomadas dizem respeito principalmente a problemas externos da empresa.

Planejamento administrativo ou integrativo: aquele no qual a preocupação volta-se para a melhor estruturação possível dos recursos (humanos, físicos e financeiros).

Planejamento operacional: aquele em que atividades previstas buscam a utilização dos recursos da empresa da maneira mais eficiente possível em dado período.

A atividade de elaboração do orçamento é uma forma de planejamento operacional, conforme comentam Sanvicente e Santos (1995, p. 18) “[...] deve ficar claro ao leitor que a atividade de elaboração do orçamento de uma empresa para determinado ano é mais uma atividade operacional do que propriamente estratégica ou administrativa”.

Apesar de o orçamento estar inserido na etapa do planejamento operacional, ele está intimamente ligado tanto ao planejamento estratégico como ao planejamento administrativo, pois ele funciona como um elo de ligação entre estes dois tipos de planejamento mencionados. Assim, todas as metas e objetivos definidos no plano estratégico devem estar refletidos no orçamento, o mesmo ocorre com o plano administrativo, pois a melhor estruturação dos recursos tem como objetivo o alcance das metas pré-estabelecidas também estão refletidas no orçamento.

O planejamento formal é o suporte inicial para que uma organização seja capaz de sobreviver no mercado onde atua. Neste sentido, Horngren; Sundem; Stratton (2004, p. 230) comentam “[...] muitas empresas aparentemente saudáveis têm falido porque os gestores falharam em projetar, monitorar e ajustar os orçamentos para as condições mutantes”. Assim, o planejamento formal é um processo administrativo que define antecipadamente, metas, objetivos e cursos de ação de uma organização. Essas metas e ações devem garantir a continuidade da empresa e o lucro para seus acionistas e proprietários. Padoveze e Taranto (2009, p. 4) comentam que “o processo de gestão consiste no ciclo seqüencial das atividades administrativas de planejamento, execução e controle”. Dentro deste contexto, o orçamento empresarial é um excelente ferramental para o planejamento e controle das organizações, sua utilização vai além das entidades com fins lucrativos, ele também é utilizado de forma vasta pelas entidades que não possuem fins lucrativos, mas que necessitam planejar e controlar as suas operações.

Para a elaboração adequada do orçamento, deve ser levado em consideração fatores que têm por objetivo torná-lo eficiente, como exemplo destes fatores pode-se destacar o comprometimento de todos os colaboradores da organização, funções e responsabilidades bem definidas, sistema contábil por área de responsabilidade e flexibilidade para alterações.

De nada adianta a empresa gastar tempo e dinheiro elaborando um orçamento apenas por formalidade, é fundamental a participação e conscientização

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