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BIBLIOTECA DIGITAL COM ACESSIBILIDADE EM LIBRAS PARA USO COLETIVO DA UNIVERSIDADE

Por:   •  27/11/2018  •  Artigo  •  2.766 Palavras (12 Páginas)  •  239 Visualizações

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BIBLIOTECA DIGITAL COM ACESSIBILIDADE EM LIBRAS PARA USO COLETIVO DA UNIVERSIDADE

Calleb Malinoski de Cecco, Ísis Álvares, Steven Justen Tunnicliff

calleb.malinoski@gmail.com, isis_rodrigues@hotmail.com, vinadloko@gmail.com

Trabalho de Integração 1

Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Resumo: Este artigo apresenta a proposta da criação de uma biblioteca digital, para uso da universidade, com acessibilidade em libras, buscando fazer a inclusão dos surdos para dentro e fora da universidade, envolvendo não apenas os professores, mas também toda a comunidade de alunos. A ideia surgiu em função de necessidades de inclusão de alunos surdos na universidade, por conta da falta de recursos, de forma a auxiliar o acesso ao conteúdo das disciplinas de forma acessível. Utilizamos um programa de tradução chamado HandTalk agregado a um site para ver sua funcionalidade, e discutimos os pontos que devem ser abordados caso o projeto venha a ser desenvolvido.

Palavra-chave: surdo, acessibilidade, inclusão, integração, biblioteca, libras.

1.Introdução

Segundo Mantoan, os movimentos em favor da integração de crianças com deficiência surgiram nos Países Nórdicos, em 1969, quando se questionaram as práticas sociais e escolares de segregação (Mantoan 1977). Desde então, muito tem se discutido em torno da inclusão e integração de alunos com algum tipo de deficiência, seja ela cognitiva ou não.

Em 2017, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná disponibilizou vagas para pessoas com deficiência. O ensino a pessoas com necessidades especiais já é garantido por lei desde 1996, com a Lei 9394/96. E o objetivo dessas cotas é justamente facilitar que o aluno com deficiência possa ingressar na universidade. E criar um ambiente onde esses grupos de pessoas possam se integrar é dever da instituição, assegurada pela mesma lei citada acima.

Este grupo de pessoas, em grande maioria, possuem dificuldades quando se fala em comunicação dentro da sala de aula, palestras, conversas. Isso se dá por não ou por falta de intérpretes no local, que faz o papel do interlocutor entre o surdo e as outras pessoas, ou por falta de tecnologias assistivas que realizam essa função. O objetivo será sempre diminuir essa barreira, adaptando o nosso meio, para que o surdo possa estar de forma igual em relação a se comunicar com outras pessoas.

Dentro de uma série de abordagens diferentes, o foco do projeto se dará na área tecnológica, mostrando um quadro geral de como são as tecnologias assistivas dentro das universidades pelo mundo e propondo a implantação de uma delas para o contexto da universidade, seja ela softwares de tradução como o V-Libras ou o HandTalk, esse inclusive usado no site da universidade, utilização de videoconferências com tradutores, facilitando o trabalho do intérprete, ou a que abordaremos nesse projeto, a melhoria de uma biblioteca com material adaptado para alunos com surdez, seja um texto com opção em libras ou um vídeo com legenda.

A proposta, dentro desse quadro geral, é aprimorar o que já é usado dentro da universidade, dessa biblioteca, de forma que ela possa ser utilizada não só por alunos surdos, mas por toda a comunidade, criando um sistema colaborativo, de compartilhamento, como visto em diversas universidades nos Estados Unidos, como a Gallaudet University ou a Library Services for the Deaf & Hard of Hearing, localizada em Nashville.

2.Inclusão e integração

É importante primeiro entender que há uma diferença entre inclusão e integração para o objetivo desse projeto. Segundo Mantoan,

a integração escolar pode ser entendida como o “especial na educação”, ou seja, a justaposição do ensino especial ao regular, ocasionando um inchaço desta modalidade, pelo deslocamento de profissionais, recursos, métodos e técnicas da educação especial às escolas regulares(Mantoan, 1977, pg 16).

ou seja, é inserir o aluno especial dentro da escola, seja ela regular ou especial, utilizando os meios atuais cabíveis, entretanto, é um método segregável, pois são serviços segregados. Uma escola regular que possui integração para um surdo por exemplo, pode não ter recursos para atender a um aluno cego. Ao tentar integrar esse aluno cego, há riscos de não conseguir atendê-lo, causando evasão escolar do aluno, algo bastante comum em escolas que prezam apenas por integração do aluno. No final, a escola não se adapta ao aluno, obrigando o aluno com necessidade a se adaptar. E esse ponto de vista é o trabalhado pela inclusão.

Quanto à inclusão, esta questiona não somente as políticas e a organização da educação especial e da regular, mas também o próprio conceito de integração. Ela é incompatível com a integração, pois prevê a inserção escolar de forma radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceção, devem freqüentar as salas de aula do ensino regular(Mantoan, 1977, pg 16).

Para Mantoan, o foco da inclusão nas escolas, é criar um ambiente onde a escola se adapte à necessidade dos alunos com necessidades, de forma que ele possa estar incluso na vida escolar desde todo o começo. Não há apenas uma mudança de foco de que o aluno especial deve mudar sua forma de agir, mas o próprio ambiente escolar já está pronto para essa adaptação, de forma que o aluno não encontre dificuldades em comparação com outros alunos sem nenhuma necessidade.

3. O aluno surdo no contexto da universidade

Como já dito anteriormente, o surdo possui dificuldades em aprender a língua portuguesa, pois para ele, é como se fosse uma língua estrangeira, e a mesma dificuldade que nós temos para aprender inglês por exemplo, é a mesma encontra aqui, de forma ainda mais complexa por não haver o auxílio da audição e fala em alguns casos, duas coisas muito importantes para o aprendizado de uma nova linguagem. O surdo apresenta limitações nas interações sociais para aprendizagem, as quais tornam-se difíceis, não pela surdez, e sim, pela falta de língua comum entre locutor e interlocutor (GÓES, 2002). Entretanto, o surdo possui totais condições de aprendizado, pois a surdez não afeta sua capacidade intelectual. O surdo necessita ser participante de sua cultura para ter a possibilidade de construir sua subjetividade, ou seja, ele deverá ter interações interpessoais propícias, eficazes e produtivas, as quais proporcionem

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