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O Que os Estudantes Consideram na Escolha do Curso de Graduação

Por:   •  14/7/2021  •  Artigo  •  3.247 Palavras (13 Páginas)  •  78 Visualizações

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O Que os Estudantes Consideram na Escolha do Curso de Graduação?[pic 2]

Maria Gabriela Cavalheiro1; Caroline Antonelli Mendes2*; Ana Paula Carvalho Corrêa1; Francielle Martins Ferreira1; Giédre Berretin-Felix2; Kelly Cristina Alves Silverio2

1Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais da Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo

2Programa de Pós-Graduação em Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo * Autora para correspondência: caroline.mendes@usp.br

RESUMO

O objetivo do presente estudo é conhecer o perfil dos estudantes com interesse de ingressar em um curso de graduação, quanto à idade, nível socioeconômico e preferências de áreas de estudo. Participaram do estudo 101 estudantes do ensino médio e cursinho pré-vestibular com idades entre 14 e 44 anos (média de 18 anos) pertencentes a duas instituições de ensino públicas e três particulares do município de Bauru, Estado de São Paulo, a maioria estudantes do 3º ano do ensino médio, com uma renda familiar entre dois e cinco salários mínimos e com preferência de estudo na área de Humanas. Os fatores que mais influenciam na escolha da profissão são: gostar da área de atuação, piso salarial e a afinidade com a disciplina no ensino médio. Na escolha do curso de graduação, os fatores que mais influenciam são: pertencer a uma instituição pública, se identificar com a área e o mercado de trabalho.

Palavras-Chave: Instituições Acadêmicas; Estudantes; Escolha da Profissão.

ABSTRACT

The objective of the present study is to know the profile of students interested in joining one undergraduate course, regarding age, socioeconomic level and preferences of study areas. A total of 101 high school and pre-college students aged 14-44 years (mean age 18 years) belonging to two public institutions and three private institutions in the city of Bauru, State of São Paulo, participated in the study, most of them students of the 3rd year of high school, with a family income between two and five minimum wages and with a preference of study in the area of Humanities. The factors that most influence the choice of the profession are: to like the area of action, salary floor and the affinity with the discipline at high school. In choosing the undergraduate course, the factors that most influence are: belonging to a public institution, identifying with the area and the job market.

Keywords: Schools, Language and Hearing Sciences; Students; Career Choice.

Introdução

Na literatura, encontra-se como definição de escolha profissional a decisão do que fazer, de quem ser e a que lugar pertencer no mundo por meio do trabalho (BARDAGI et al., 2003). Essa escolha está envolvida com mudanças, perdas e medos de fracasso e desvalorização profissional (SOARES et al., 2007). Ela pode depender de vários fatores, como os políticos, econômicos, sociais, educacionais, familiares (ALMEIDA & MELO-SILVA, 2011) e psicológicos. Os determinantes econômicos e sociais que influenciam as possibilidades de escolha profissional acabam por impossibilitar o indivíduo na sua busca do que seguir num curso universitário (VALORE & CAVALLET, 2012; BASTOS, 2005).

Em relação aos fatores psicológicos, os interesses são as principais variáveis que podem influenciar essa escolha, seguidos pelas habilidades, os traços de personalidade, os valores, as expectativas com relação ao futuro e a maturidade para a escolha profissional (NEIVA et al., 2005). Estudos citam a influência da personalidade na escolha da profissão, apontando que estudantes tendem a escolher profissões que se adéquam mais ao seu tipo de personalidade; por exemplo, estudantes que têm uma personalidade mais curiosa e investigativa tendem a escolher áreas da ciência (MIHYEON, 2009; PORTER & UMBACH, 2006). Muitos estudantes escolhem a profissão com base nas suas habilidades acadêmicas (BEGGS et al., 2008), outros a selecionam com base no retorno financeiro que a mesma proporciona, entretanto alguns estudantes ainda fazem a escolha profissional buscando realizar seus sonhos (MCGLYNN, 2007).

Conhecer e ter contato com profissionais da área de interesse podem também influenciar a escolha dos estudantes na escolha da profissão

(ADAMSON, COVIC, KENCH & LINCOLN, 2003; BRODSKY & COOKE, 2000). O fato de a família possuir um negócio próprio também constitui um fator decisivo na escolha da profissão, pois gera nos estudantes o sentimento de obrigação de dar continuidade ao negócio da família, seguindo assim a área do negócio familiar (ZODY et al., 2006).

No Brasil, no que diz respeito à escolha profissional pelo aluno do ensino médio da rede pública de ensino, a necessidade de trabalhar, a falta de recursos para pagar um cursinho pré-vestibular ou uma faculdade e a impossibilidade de concorrer em igualdade com alunos oriundos de classes economicamente favorecidas podem influenciar de maneira decisiva as escolhas (BARTALOTTI & MENEZES-FILHO, 2007; GUIGEN et al., 2014).

Até o ano de 2011, o Brasil possuía baixo índice de acesso à educação superior, quando comparado aos índices de outros países da América Latina (PAULA, 2011). Nesse contexto, foi aprovado o Plano Nacional de Educação (PNE), para vigorar entre 2011 e 2020, que prevê a ampliação do acesso a todos os níveis de educação, contando com o aumento de vagas e a democratização do acesso à educação em nível superior como algumas de suas metas (SCHNEIDER, 2012). Além da expansão das matrículas e da inclusão de jovens de baixa condição social, é imprescindível que lhes sejam assegurados os meios de permanência sustentável. Assim, acesso e permanência são aspectos essenciais do processo mais amplo de democratização da educação (DIAS SOBRINHO & BRITO, 2008).

Mesmo com políticas públicas a fim de facilitar o acesso e a permanência nos cursos de graduação, a taxa de evasão no ensino superior brasileiro chegou a 18,5% no ano de 2007, sendo 12,4% nas instituições públicas e 26% nas particulares (FRANCO, 2008).

Conhecer as motivações e o perfil dos alunos que irão ingressar no ensino superior se faz importante para favorecer a relação estabelecida entre  o estudante e a instituição de ensino, garantir a autonomia do aluno no envolvimento com atividades curriculares e extracurriculares da graduação e alcançar o sucesso no processo de ensino-aprendizagem na graduação.  

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