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O cidadão participante das cidades inteligentes: Um olhar na mobilidade urbana e transporte público

Por:   •  24/1/2019  •  Artigo  •  5.753 Palavras (24 Páginas)  •  272 Visualizações

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O cidadão participante das cidades inteligentes:

Um olhar na mobilidade urbana e transporte público

Marlon Eduardo Klobukoski[1]

        

Resumo

O mundo tem visto um aumento na população urbana, principalmente de países em desenvolvimento, nos últimos anos. Esse aumento impacta principalmente a mobilidade das cidades, que sofrem cada vez mais para locomover seus cidadãos, vendo as pessoas optarem por meios de transporte não eficazes, como os carros. Isso além de prejuízos para as cidades, traz problemas também para o cidadão, que tem sua qualidade de vida comprometida. Nesse sentido, as cidades buscam por tecnologias capazes de ajudá-las a entender e resolver os diversos problemas da cidade, e a mobilidade é uma área que pode ter um impacto positivo no uso de tecnologias que permitam a locomoção dos cidadãos de maneira mais eficaz e sustentável. O cidadão por sua vez, não somente usufrui de um melhor serviço alcançado com o uso da tecnologia como também se torna peça chave na geração de dados por meio de tecnologias mobile que se transformam em informações realmente importantes na compreensão da cidade, neste caso em especial, dos problemas de mobilidade, permitindo melhorar os serviços prestados, melhorando assim a qualidade de vida do cidadão. Esse processo por sua vez deve contar com o incentivo constante dos responsáveis pela cidade para que seja possível alcançar o objetivo.

Palavras-chave: smart city, cidadão, mobilidade, qualidade de vida.

Introdução

Junto com a evolução da tecnologia, as cidades, em especial, as grandes cidades e aquelas em desenvolvimento, buscam acompanhar essa evolução, empregando o uso de variados tipos de tecnologias que lhes permitem obter dados que possam ser analisados e utilizados para melhorar a estrutura e gestão da cidade e a qualidade de vida do cidadão. Essa busca das cidades por soluções tecnologias dão início a era da smart city, que pode ser definido como “uma cidade criativa, sustentável, que utiliza tecnologia em seu processo de planejamento com a participação dos cidadãos” (FINGUERUT; FERNANDES, 2015, p.49).

O crescimento das cidades trouxeram alguns sérios problemas, como por exemplo, a mobilidade urbana, que foi drasticamente afetada negativamente nos últimos anos em grandes cidades, principalmente de países em desenvolvimento, devido ao crescimento da população e também da frota de veículos individuais. Isso tem tornado mais difícil que as pessoas possam se locomover para atender suas diversas necessidades como trabalho, laser, estudo, entre outras. Esses problemas trazem a tona a necessidade das cidades buscarem novas alternativas para a mobilidade que sejam eficazes e sustentáveis e atendam em sua plenitude a demanda da população. Segundo a CET (2017), uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo, em 2017, apontou que os tempos de retardamento no trânsito por semaforização e congestionamentos chegaram à 30% no período da manhã e 35% no período da tarde, esse número, em relação ao ano anterior, teve um crescimento de 20% no período da manhã e 13% no período da tarde.

As cidades podem ter o cidadão e a tecnologia como seus aliados diretos na identificação e solução dos problemas, em especial, os de mobilidade urbana, usando dos avanços da tecnologia que permitiram que cada pessoa tenha fácil acesso a um equipamento de GPS com grande capacidade de coleta de dados através de um aparelho smartphone e outras tecnologias mobile. O uso e análise dos dados gerados por esses equipamentos podem ajudar os gestores e departamentos de mobilidade da cidade identificar com grande precisão os problemas de locomoção no trânsito e as demandas de mobilidade e ajustá-los mais rapidamente para que a cidade tenha mais eficiência, melhorando a qualidade de vida do seu principal ativo, o cidadão.

O artigo em questão busca identificar como as cidades estão usando hoje a tecnologia para ajudar a melhorar a qualidade de mobilidade e também propõe o uso de tecnologias mobile que sejam capazes de coletar dados importantes para a cidade, em conjunto com o incentivo a participação e colaboração do cidadão para tonar essa tarefa possível a partir do uso do smartphone de cada indivíduo.

A busca do entendimento das cidades nunca será o suficiente para elucidar os problemas existentes nas mesmas, pois as mudanças ocorrem diariamente, assim como, as cidades podem estar crescendo diariamente. Portanto, quanto mais dados forem possíveis se coletar, mais análises, sejam elas do passado, preditivas, ou em tempo real, podem ser feitas a fim de ajudar a cidade a melhorar os seus serviços, impactando diretamente a vida do cidadão e sua qualidade de vida. Além do mais, por mais tecnológica que uma cidade possa ser, ela sempre deverá ter o cidadão no seu centro, pois a cidade existe para os cidadãos, e ninguém melhor do que eles para conhecer os problemas do seu dia a dia, assim como poder colaborar e se sentir parte importante da cidade.

Este trabalho realiza uma pesquisa exploratória de caráter quantitativo, reunindo informações a respeito dos problemas de trânsito e crescimento populacional das cidades na última década e propõe meios de melhorar a coleta de dados que possam ajudar na resolução dos problemas de mobilidade urbana, utilizando o cidadão como colaborador direto para a cidade.

A distribuição da população

Ao longo dos anos a população em todo o mundo tem migrado das áreas rurais para as áreas urbanas. Isso tem mudado completamente o cenário da população que era em sua maioria rural até meados do século passado.

Atualmente, de uma população mundial de pouco mais de 7 bilhões de pessoas, mais de 3 bilhões e meio (50%) já vivem em áreas urbanas, contra apenas 220 milhões em 1900. A previsão e que no ano de 2030 cerca de 5 bilhões de pessoas vivam em áreas urbanas (NOBRE, 2015, p.200).

        No Brasil, segundo o Censo do IBGE, esse crescimento é ainda mais expressivo. Estima-se que 84,3% das pessoas vivem nas cidades em 2010 contra 81,2% em 2000 (IBGE, online). Este alto crescimento em países em desenvolvimento tem trazido grandes problemas para as cidades, principalmente entre os mais pobres que acabam indo morar em favelas, efeito conhecido, de acordo com Reis (2015) como favelização, com condições extremamente precárias de vida, enorme dificuldade de movimentação para outras regiões, falta de assistência à saúde e com um sentimento de desamparo junto às lideranças da cidade. Este problema não afeta apenas a população nestas situações de dificuldade, mas também a liderança da cidade que não consegue resolver os problemas devido a vários fatores, principalmente os relacionados à disponibilidade de recursos suficientes.

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