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Resenha sobre o livro "O que é informática"

Por:   •  5/6/2018  •  Resenha  •  1.692 Palavras (7 Páginas)  •  504 Visualizações

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        O livro "O que é Informática", que será dissertado a seguir, do autor Angelo dos Santos Soares, busca trazer a tona aspectos da informática que até hoje ainda são ignorados. O escritor faz isso de forma concisa, separando seus argumentos pedaço por pedaço. Passando pela visão mágica do computador e as partes negativas do trabalho informático. Indo até as consequencias do machismo na informática e chegando até em como o computador funciona como arma política.

        O livro começa com a estranha relação do ser humano com as máquinas. Desde o século XVI, o ser humano tem essa mania de ''culto a máquina''. Na época, com a Máquina de Ler e o Órgão de Flores. E hoje em dia, com o computador. Só que o computador transcedeu essa ideia. Hoje, o computador tem uma imagem quase humana. Não é anormal você achar pessoas dizendo que o computador é como um amigo real. E outras frases como "O computador resolverá todos os nossos problemas". E é claro, que essa supervalorização do computador só poderia gerar mais problemas. Como a desvalorização do trabalho humano, que já acontecia antes, mas hoje acontece numa escala maior ainda.

        Mas vamos falar melhor dessa "visão mágica" do computador. Quem nunca teve acesso mais direto ao computador, costuma ter essa visão dele. Mas o que é essa "visão mágica"? É simples. Para essas pessoas, o cumputador é capaz de resolver problemas basicamente sozinho. Ele pode falar, desenhar, jogar, pensar e até mesmo, sentir. Como eu citei acima, o computador é visto quase como um ser humano. Mas com uma vantagem: Ele não erra. Essa visão mágica do computador é criada pela ignorância das pessoas em relação ao seu funcionamento. A falta de informação criou uma mistificação. O mito mostra uma realidade depurbada de como o computador funciona, ocultando os conflitos e os problemas que existem nessa realidade.

        Isso acontece porque a informação não chega nas pessoas. Ninguém aparece do nada explicando como o computador funciona. Há essa imagem supervalorizada, classificando-o sempre como um grande avanço tecnológico, como se ele não tivesse lados ruins. E a manuntenção dessa visão romantizada do computador é feita com a ajuda do cinema, literatura e entre outros. Mostrando o computador como um grande salvador e banalizando mais ainda toda a sua estrutura. Atribuindo ao ser humano somente os erros. O mito do computador cria então uma visão errada sobre o que é a informática. E o que se deve fazer em relação a isso, é tentar mudar essa visão. Tentando assim trazer a realidade mais pra perto da grande massa, de forma que ela possa entender de fato como ele funciona. E não criando mais barreiras. Como a linguística, por exemplo. E colocando o ser humano como centro de tudo isso. Lembrando-se sempre: Para funcionar, o computador precisa do ser humano.

        Mas o que acontece nos bastidores da informática? O que acontece com os que trabalham com o computador e o fazem funcionar? Bom, para o funcionamento dos computadores, necessita-se de operadores, analistas de sistemas, programadores e etc. O trabalho informatico é dividido em partes. Os cargos são divididos de forma hierárquica. Tendo os analistas no topo, seguido dos programadores e depois os operadores. O trabalho do programador, por exemplo, não é considerado "intelecutal". Pois com a programação modular e estruturada, aconteceu a eliminção da individualidade da programação, que foi transformada em um trabalho automático. A consequencia disso foi a desqualificação do trabalho dos programadores comparado ao de um analista, por exemplo. O que gera uma fragmentação do trabalho informático e assim, mudanças constantes de emprego, insastifação e estresse. Os salários são baixos e os que ficam com as funções ditas como "operacionais" são tratados como funcionários de segunda classe.

        Também é observavel um alto controle dos funcionários. Acontece toda uma violência para com os funcionários, mas quase invisivel. Justamente por causa dessa romatização do computador. Assim, a violência é mais eficiente, pois não tem resistência pela parte dos que a sofrem. E esse culto a informática gera quase uma escravidão. Pois os Analistas e programadores dedicam-se por dias e noites seguidos para conseguirem resolver os problemas. E esse funcionário quase sempre se culpa de sua condição. Mas fica ainda pior. A maior parte desse trabalho, acontece no Centro de Processamento de Dados. Locais onde a luz, temperatura e umidade são controlados artfiicalmente para cumprir exigências dos computadores. Gerando assim um ambiente não indicado para os humanos que ali trabalham. A temperatura e umidade nesses locais é muito baixa. O que gera doenças como Ritine, Amigdalites, infecções, doenças nos aparelhos respiratórios e entre outras.

        Mas isso não é tudo. Os CPD's são muito parecidos com manicônios, prisões e conventos. Locais onde as pessoas que ficam ali dentro se encontram isoladas da sociedade por um período de tempo. Levando uma vida fechada e controlada. O individuo que ali trabalha realiza todas as atividades em um unico local, sendo rigorosamente controlado. Existe uma divisão muito clara do controlado e da supervisão. E muitas vezes o funcionário perdde sua individualidade. Sendo indentifacado por números através de crachás e outros meios. Além disso, sua arquitetura é feita pensando somente nos cuidados para as máquinas. Os homens são esquecidos. Agora vamos falar sobre as consequências.

        Além das crises nervosas, que são comuns dentro dos CPD's (e você já deve conseguir imaginar o porquê). É comum, dentre os funcionários, o surgimento de doenças como a Tenossinovite. Uma doença de díficil detecção e sem cura. A tenossivite é uma inflamação nos tendões musculares das mãos e dos braços. Provocando dores e inchaços nas mãos, punhos e antebraços. Ela acontece devida a baixa temperatura, somada ao esforço feito com o trabalho de digitação. Realizados sem pausa e sob forte pressão. E aqui no Brasil, a situação é ainda mais dramática. Aqui, a tenossinovite só foi reconhecida como doença profissional no final dos anos oitenta. Sendo que esse reconhecimento não resolveu o problema. Porque esse reconhecimento não veio com medidas preventivas ou mudanças na organazação e estrutura de trabalho. Diferente do que é estabelicido nos padrões internacionais.

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