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ESTUDO SOBRE O CRESCENTE USO DE EXPLOSIVOS EM ARROMBAMENTOS BANCÁRIOS E A ATUAÇÃO DO AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA DIANTE DESTA RECENTE MODALIDADE CRIMINOSA

Por:   •  12/5/2017  •  Artigo  •  5.918 Palavras (24 Páginas)  •  486 Visualizações

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ESTUDO SOBRE O CRESCENTE USO DE EXPLOSIVOS EM ARROMBAMENTOS BANCÁRIOS E A ATUAÇÃO DO AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA DIANTE DESTA RECENTE MODALIDADE CRIMINOSA

Luís Paulo Penha Costa1

RESUMO

Este trabalho aborda eventos concretos do uso inadequado de artefatos explosivos por quadrilhas especializadas em arrombamentos bancários. Acrescente onda de violência deste tipo abre um questionamento sobre a preparação da Força de Segurança Pública e a desmistificação do assunto dentro da corporação. O objetivo pretendido é de cunho informativo e genérico, pois para uma abrangência técnica não atingiria o alvo principal, o agente de segurança comum. É sabido, porém que o assunto ainda é bem ignorado por autoridades, mas a alta dos índices chama atenção para uma urgente reestruturação de procedimentos operacionais em caso de possíveis ocorrência. Será abordado neste trabalho ainda tipos, usos e levantamentos de dados sobre explosivos no Estado do Maranhão, como também, o correto manuseio e as consequências em caso de má utilização.

Palavras-chave: Explosivos. Dinamite. Arrombamento. Onda de Choque.

1 INTRODUÇÃO

Diante dos fatos atuais envolvendo arrombamento a estabelecimentos bancários ou de valores com o uso de explosivos, a busca pela atualização no método de abordagem policial com agregação de novos conhecimentos sobre a matéria é de extrema necessidade, tendo em vista que o número desse tipo de ocorrência tem aumentado pondo populações inteiras de cidades pequenas em puro terror e afrontando o poder público em proporcionar segurança.

Este artigo tem como finalidade trazer um informativo sobre EXPLOSIVOS, suas propriedades e principais utilizações. No meio policial militar não há muita empregabilidade porque a PM não trabalha com detonações em suas operações, ao menos não é usual. Mesmo não tendo emprego policial militar, quadrilhas vem, nos últimos anos, empregando o uso de EXPLOSIVOS em arrombamentos bancários ou a empresas de valores, com pouco conhecimento, ponto em risco a própria segurança e a das instalações.

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1 Graduando do segundo período do Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar em convênio com a Universidade Estadual do Maranhão.

A falta de conhecimento por parte dos policiais poderá pôr em risco a segurança da guarnição durante o manuseio de artefatos falhados ou nos deixados para trás pelos bandidos.

Forças de segurança, como os Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, possuem um corpo estruturado para ações antibomba, visto a necessidade crescente de tais conhecimentos frente ao uso indiscriminado por bandidos. A motivação principal desses Estados vem da forma como quadrilhas conseguem EXPLOSIVOS e as empregam em arrombamentos, muitas vezes deixando para trás artefatos falhados. Por enquanto o Estado do Maranhão não possui um esquadrão antibomba, enquanto que o uso de EXPLOSIVOS a assaltos a bancos cresceu, e a corporação necessita de uma reestruturação do seu corpo especializado no trato dessa nova modalidade criminosa.

2 SURGIMENTO DOS EXPLOSIVOS

Para iniciar este artigo, definamos alguma curiosidade acerca dos EXPLOSIVOS, pois apesar de ter milênios de sua descoberta, para fins diversos, hoje eles tomam uma terrível fama devido à sua utilização deturpada como arma para o crime. Como esta modalidade criminosa tem apenas algumas décadas e ganhar cunho nacional, as forças de segurança ainda detém pouco conhecimento sobre o assunto.

O conhecimento sobre EXPLOSIVOS ainda não é tão difuso nas forças policiais do Brasil, devido ao pouco (ou nenhum) uso pratico nas atividades policiais, e ao uso ser voltado praticamente às questões comerciais. Porém nas últimas décadas, quadrilhas especializadas em assaltos a bancos ou a empresa de valores, tem utilizado com certa frequência o uso de EXPLOSIVOS em suas atividades criminosas. Como a pratica é recente, ainda não existem dados profundos sobre o modo de agir destes criminosos, o que existem são pesquisas isoladas, a níveis regionais, de mídias jornalísticas ou da polícia civil.

Para falarmos sobre EXPLOSIVOS, voltemos à China do ano de 1000 d.C. com a descoberta da pólvora: uma mistura de carvão, enxofre e nitrato de potássio, muito utilizada em artifícios pirotécnicos. Agora como material bélico foi o frade alemão Berthold Schwarz, no século XIV, com a primeira arma de fogo. Este material ainda seria utilizado por mais 500 anos como fonte de propulsão até que o químico italiano Ascanio Sobrero, descobre a nitroglicerina, que segundo os químicos, é altamente instável.

Em 1867, o químico sueco Alfred Nobel, inventa a DINAMITE, explosivo largamente usado em diversas atividades, e a mais famosa entre os arrombadores de bancos. Partindo da mistura da nitroglicerina com uma terra rica em fosseis, que a deu mais estabilidade, estes detonantes são muitos usados em demolições e escavações, por exemplo.

Ainda no século XIX era descoberto o TNT (trinitrotolueno), explosivo principalmente usado por militares na fabricação de minas e granadas. Isto devido à sua maior segurança pois só é detonado em reação a duas outras substancias: azida de chumbo e fulminato de mercúrio.

Outro poderoso explosivo é o óleo combustível nitrato de amônio, criado em 1950, decorre da reação do vapor desse óleo com o gás do nitrato de amônio e sua principal utilização é na mineração e na construção civil.

3 O QUE SÃO EXPLOSIVOS E O QUE ELES CONTÊM?

Segunda reportagem publicada na revista SUPER INTERESSANTE, Edição 180ª de setembro de 2002, fala que “são substanciais inflamáveis que, uma vez incendiadas, liberam gases de alta temperatura com uma pressão violenta”, em outras palavras é uma violenta reação química devido à instabilidade molecular de suas substancias. Para explicar melhor sobre esta reação química, o Maj Eng Cabral Gomes, professor de Química de EXPLOSIVOS da Academia Militar, em seu artigo NOVAS TECNOLOGIAS NA INICIAÇÃO DE CARGAS EXPLOSIVAS, fala que:

 “são substancias químicas que quando convenientemente iniciadas, provocam uma rápida reação e subsequente passagem ao estado gasoso. Esta reação é acompanhada de uma elevação brusca de temperatura, originando um aumento considerável de volume, que é acompanhado de uma forte produção de energia expansiva, energia esta que é a razão de toda destruição provocada pela explosão.” (GOMES, 200?)

O Grupamento de Operações com Produtos Perigosos (GOPP) dos CBMERJ, elaborou um manual devido a necessidade dos CBM do Rio de Janeiro em padronizar procedimentos acerca de produtos controlados, entre eles o objeto deste trabalho. Este mesmo manual define explosivos como “substancias capazes de rapidamente se transformarem em gases, produzindo calor intenso e pressões elevada” observando os variados conceitos de autores distintos, todos remetem a uma só ideia de que o resultado final dos EXPLOSIVOS produzirá sempre “calor e pressão”.

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