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A Escola Empreendedora

Por:   •  1/7/2019  •  Resenha  •  1.775 Palavras (8 Páginas)  •  169 Visualizações

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Dentre as escolas de descrição, que procuram entender o processo de formação de

estratégia simultaneamente ao seu desdobramento, está a escola empreendedora. Essa, ao

contrário da escola de design, além de centralizar o processo de formação da estratégia em

uma única pessoa, também salienta estados e processos como a intuição, julgamento e

experiência. Desse modo, ela considera estratégia como uma visão.

O principal ponto da escola empreendedora é a relação entre estratégia e visão. Esta é

uma representação mental daquela, expressa na cabeça do líder, na forma de inspiração e

senso de direcionamento. A visão não é um plano pronto, mas uma perspectiva, o que permite

a sua flexibilidade. A fim de esclarecer esse pensamento da escola empreendedora, os autores

apresentam uma metáfora da visão estratégica que o líder deve ter. É senso comum afirmar

que o ver estratégico é ver à frente, mas poucos consideram importante o ver atrás. Contudo,

é conhecendo a história do organização que o líder conseguirá ver a frente. Muitos

consideram essa visão como o ver de cima, ou seja, consideram os estrategistas como

helicópteros que saem de onde estão para ver o quadro como um todo. Como o título do livro

já indica, é apresentada uma comparação com o mundo natural e, assim, contradizem a visão

de cima: um helicóptero, ao sobrevoar uma floresta, a enxerga como um extenso tapete verde,

mas quando alguém caminha por uma, percebe que ela não se parece com um tapete. Esses

são os estrategistas que não conhecem de fato as organizações em que trabalham, pois ficam

apenas em suas salas e não saem para caminhar entre as dependências a fim de entender seu

funcionamento. Além disso, os estrategistas precisam ver embaixo, isto implica em cavar

para encontrar o diamante.

Entretanto, para ser um estrategista não basta apenas ver à frente, atrás, de cima e de

baixo, é necessário ter criatividade. Ele deve pensar diferente das outras pessoas e, para isso,

ele precisa ter uma visão lateral. Existem hoje muitas idéias criativas e para que o

pensamento estratégico realce, o líder deve ver além. Esta é diferente da via visão à frente,

pois ela não apenas prevê o futuro, ela o constrói. A última visão intrínseca a um estrategista

é o ver através, pois ele precisa enxergar a possibilidade de execução e colocá-la em prática.

De certo modo, a escola empreendedora parte da Economia. Ainda que limitada a

decidir quais as quantidades a produzir e a que preços, a figura do empreendedor é

proeminente na teoria econômica neoclássica. Joseph Schumpeter destacou essa

proeminência ao postular que as tentativas, e não a maximização de lucros, explicavam o

comportamento corporativo. Para esse economista, o processo de destruição criativa mantém

o capitalismo, sob a direção do empreendedor. A ideia de negócio, em mão desse grupo,

torna-se poderosa e lucrativa. Essa contribuição dos empreendedores pode parecer instável ao

se considerar apenas as partes tangíveis da empresa. Cole, outro economista, captou espírito

empreendedor como um “golpe ousado”, mencionando quatro tipos de empreendedores: o

inventor calculista, o inovador inspirativo, o promotor superotimista e o construtor de um

empreendedorismo forte. Ainda assim, a corrente principal da Economia não seguiu essa

abordagem. Como Knight, a maioria dos economistas considerou o espírito empreendedor

como um risco pesado e manuseio da incerteza, algo alheio à Economia.

A área gerencial, então, desenvolveu a escola empreendedora a partir do pressuposto

que a liderança personalizada embasada na visão estratégica é essencial para o sucesso

organizacional. O “espírito empreendedor” se distancia da visão tradicional do líder da

organização a fim de promover uma liderança personalizada, pró-ativa e determinada.

A personalidade empreendedora torna-se alvo de estudos, analisando o caminho

percorrido por grandes empreendedores até a concretização de seu empreendimento. Dentre

suas conclusões, uma que vale ressaltar é que esses indivíduos têm como características o

pragmatismo e a dureza, uma vez que a constante cobrança de realizações é prejudicial.

Outras características do “espírito empreendedor” são a independência, a necessidade de

controlar as situações, a aptidão por arriscar de certa forma e um pouco de dificuldade de

lidar com superiores. Segundo McClelland, o empreendedor não é “jogador” nem

“espectador”, e sim um “calculista”. Entretanto, opiniões de autores divergem e o papel do

empreendedor é comparado ao do administrador. Ao invés de preservar recursos e reagir de

maneira defensiva ao ambiente - como os administradores-, os empreendedores estão

“constantemente sintonizados com as mudanças ambientais que possam sugerir uma

oportunidade favorável”, sendo ágeis em sua perseguição. Assim, o perfil estabelecido

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