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A Estrutura e Processos Organizacionais

Por:   •  25/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.208 Palavras (9 Páginas)  •  368 Visualizações

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Atividade individual

Matriz de análise

Disciplina: Estrutura e Processos Organizacionais

Módulo: 5

Aluno: Rafael Eiji Nakamura

Turma: Pós ADM 11

Tarefa: Atividade Individual

Introdução

A globalização tem se intensificado cada vez mais nas últimas décadas, vive-se a era do conhecimento exponencial, ou seja, a relação – do indivíduo ou da organização – com o mundo é muito influenciada por constantes mudanças que acontecem a todo momento. No caso das organizações, este cenário representa instabilidades no mercado e incertezas, uma vez que tais processos de globalização provocam a necessidade de se pensar em outras maneiras de organizar e estruturar. Pode-se citar como exemplos, a exigência dos consumidores cada vez maior, o aumento da concorrência devido ao surgimento de novos modelos de negócios, decaimento do ciclo de vida dos produtos, o avanço da tecnologia, a questão das mudanças sociais e ambientais, entre outras. Dessa forma, a mudança e a constante necessidade de adaptação se tornam um processo vital para a manutenção da competitividade bem como a sobrevivência da organização (BLB BRASIL, acesso em 22 setembro 2017). Segundo Bruno-Faria (apud SANTOS, 2014, p. 7), mudança organizacional é “toda alteração, planejada ou não, ocorrida na organização, decorrente de fatores internos e/ou externos à mesma que traz algum impacto nos resultados e/ou nas relações entre as pessoas no trabalho”. Na atual situação do mercado, cada vez mais concorrido, é preciso que tais mudanças sejam planejadas e antecipadas, tendo a organização maiores chances de obter resultados satisfatórios no ambiente competitivo. O Senhor Arthur é dono de uma livraria física, um negócio tradicional e de renome em um ótimo ponto da cidade e com uma segmentação específica em romances nacionais. Percebeu-se uma queda de movimento em sua loja devido ao aumento das compras de modo virtual. Além disso, há um concorrente, do mesmo segmento, já envolvido com este mercado virtual. Este é um exemplo de como a globalização interfere nas organizações. O Senhor Arthur deve decidir entre adaptar-se ao novo mercado (promovendo mudanças em sua organização) ou manter sua atual estrutura.

Desenvolvimento

Uma estrutura organizacional, segundo Stoner (apud TEIXEIRA, 2014, p. 14) consiste na “forma pela qual as atividades de uma organização são dividas, organizadas e coordenadas”. Para a definição da estrutura organizacional, bem como sua administração devem ser consideradas fatores como: o tamanho, a tecnologia utilizada, o negócio ou área de atuação e os desafios que o ambiente competitivo impõe (ROBBINS, 2011). No que diz respeito ao ambiente, a globalização tem se intensificado cada vez mais, causando grandes mudanças no cenário do mercado. Um exemplo é o avanço da tecnologia que permite às organizações novas formas de gerir e vender seus produtos e serviços que, por consequência, buscam por diferenciais competitivos para se destacar da concorrência. Dessa forma, tanto as estruturas quanto os processos organizacionais devem ser revistos constantemente. Por serem considerados sistemas abertos, as organizações se relacionam de forma dinâmica com ambiente do qual fazem parte (TEIXEIRA, 2014). Hall (2004, p. 10) reafirma tal relação ao dizer que “[...] é preciso reconhecer, logo de saída, que existe um relacionamento recíproco entre as organizações e seus ambientes [...]”.

Por meio da Teoria dos Sistemas e a Teoria Contingencial é possível perceber o impacto do ambiente nas organizações. Na Teoria dos Sistemas, a organização é vista como um sistema unificado, aberto e direcionado de partes inter-relacionadas. Nela, percebe-se a organização como um todo, que faz parte de um sistema maior, o ambiente externo. Considerada como a “Teoria das Teorias”, por meio dela, depreende-se a relação contínua que a organização tem com o ambiente na qual está inserida. Elas necessitam de insumos e seus bens/serviços produzidos também são observados no ambiente. Por isso, deve-se levar em consideração os vários elementos (agências reguladoras, fornecedores, acionistas, consumidores, etc.) que representam e que fazem parte do sistema de tal organização, para que se alcance os objetivos organizacionais. A Teoria Contingencial, está diretamente relacionada com a Teoria dos Sistemas uma vez que é analisada tanto as ações dos subsistemas da organização com o que existe dentro deles, como também, a relação do ambiente externo com a organização. Dessa forma, o enfoque contingencial diz respeito a intensa relação do ambiente interno da organização com o ambiente externo, onde as decisões, deliberações internas tanto das estratégias quanto da estrutura são consequências do que ocorre fora delas (SOBRAL; PECI, 2008). Segundo Woodward (apud TEIXEIRA, 2014), pode-se distinguir o ambiente externo em ambiente geral e ambiente tarefa, conforme a Figura 1.

Figura 1 - O ambiente geral e o ambiente tarefa e a relação com o conhecimento

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Fonte: Sobral e Peci (apud FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, 2017)

Ao analisar o caso da livraria física do Senhor Arthur, percebe-se que os impactos causados pelas variáveis tecnológicas (avanço da internet), variáveis culturais, clientes (mudança no hábito de compra) e os concorrentes são os grandes indicadores de que a melhor opção seria a adaptação ao atual cenário por meio de mudanças em sua estrutura organizacional. A criação do comércio eletrônico, o consumidor (que busca praticidade e comodidade) e a existência de concorrentes que já atuam nas compras virtuais, mostram a importância de se pensar em novas estratégias. Muitos leitores preferem realizar as compras por meio virtual ao invés de irem à livraria física. Entretanto, existem ainda aqueles consumidores que gostam e preferem frequentar a loja física para ver de perto e analisar o livro que desejam comprar, o que significa que o Senhor Arthur não precisa fechar ou desistir da loja física por completo. O ideal seria abrir um e-commerce (site da sua loja na internet) para a venda de seus produtos. Dessa forma, sua organização demonstra estar atenta às mudanças recorrentes ao processo de globalização, adaptando-se as exigências do mercado competitivo. Ao criar o e-commerce Seu Arthur poderia, além de recuperar as vendas perdidas nos últimos tempos, ampliar o número de clientes, considerando que uma pesquisa divulgada pela Google mostrou que o comércio eletrônico deverá crescer em média 12,4% ao ano, fazendo com sua participação no faturamento do varejo dobre até 2021 (GLOBO.COM, acesso em 23 setembro 2017). Em suma, o Senhor Arthur poderia manter tanto a loja física quanto o e-commerce.

Uma outra ideia seria aplicar, em sua livraria física, práticas para torná-la mais enxuta e eficiente por meio de métodos como o downsizing e reengenharia. O downsizing, que significa “achatamento”, tem o objetivo de eliminar processos burocráticos e correntes hierárquicas desnecessárias, logo, se potencializa as atividades da organização. Tal processo atua, principalmente, na área de recursos humanos (TEIXEIRA, 2014). Uma característica, considerada inclusive como ponto negativo, é a demissão de colaboradores, mas talvez seja necessário visto a diminuição do movimento na livraria física. Com a possível criação do e-commerce tal metodologia poderia ajudar na análise da viabilidade de terceirização (entrega dos livros, por exemplo), aumentar a eficiência das operações tanto na loja física quanto nas vendas pelo site. De uma forma geral, seria possível recuperar a competitividade perante seus concorrentes.

A reengenharia, por sua vez, objetiva “reinventar” a organização por meio da reformulação das atividades da empresa, tornando-a mais competitiva no mercado. Ao contrário do downsizing, não há necessariamente eliminação de postos de trabalho (TEIXEIRA, 2014). Para Sobral e Peci (2008, p. 149) trata-se de uma “[...] estratégia caracterizada pelo mapeamento dos processos produtivos de forma a identificar redundâncias e desperdícios e, assim, aumentar a eficiência operacional”. A situação da livraria do Senhor Arthur é bem propícia a este método considerando que costuma ser aplicada em caso de a organização ainda não estar em crise, mas que deseja evitar prováveis problemas futuros. É característico da reengenharia a reestruturação de um processo, cargo ou função específica. Tal fato pode ser de grande utilidade tendo em vista a criação do e-commerce e a diminuição no movimento da loja física, pois os colaboradores que não tiverem mais funções na livraria podem ser transferidos para um cargo ou processo no site da loja, por exemplo. Portanto, o principal conselho é adaptar-se às mudanças impostas pelo ambiente externo, trabalhando, também, o ambiente interno da organização.

Um caso semelhante ao do Senhor Arthur, guardadas as proporções, é a da Livraria Saraiva. No ano de 2000 a empresa iniciou a venda por meio da internet ao implantar a Saraiva.com.br. Com cerca de 1,7 milhões de clientes ativos (dados de 2010), é considerada uma das maiores empresas de comércio eletrônico do país. Mais recentemente, em 2010, a empresa lançou uma plataforma para a venda de livros digitais (e-books), chamado Saraiva Digital Reader (PEDROSO, 2012). Percebe-se que a Saraiva está atenta aos impactos da globalização e a necessidade de adaptação da empresa.

Nos dias de hoje é essencial adaptar-se às novas tecnologias e aos novos tempos, uma vez que a principal meta da atual gestão é se tornar uma organização mais eficiente e eficaz, na busca de produtos e serviços cada vez melhores e, assim, atingir os objetivos organizacionais. É uma questão de sobrevivência para as empresas (TEIXEIRA, 2014). Robbins (2011, p. 565) reforça a necessidade de estar atento a mudanças ao dizer que “nenhuma empresa está em uma situação particularmente estável hoje em dia. Mesmo aquelas tradicionalmente estáveis, como as que ocupam uma fatia de mercado dominante em sua área, devem mudar, muitas vezes radicalmente [...]”.

Todos estão sujeitos a mudanças, é algo inevitável, porém, como qualquer mudança, muitas dificuldades e empecilhos serão encontrados pelo caminho (TEIXEIRA, 2014). A mudança, em quase todas as situações da vida, significa algo difícil, custoso e a que temos uma tendência natural de resistência. Muitas vezes, o ser humano vê a mudança como ameaça. Segundo autores, no qual realizaram estudos, apesar de 80% dos entrevistados acreditarem que para acompanhar o mercado eram necessárias mudanças organizacionais, 63% confirmaram resistir a elas (ROBBINS, 2011). As fontes mais comuns que geram a resistência a mudanças podem ser dividas em individuais e organizacionais, conforme a Figura 2.

Figura 2 - Fatores individuais e organizacionais

[pic 3]

Fonte: Robbins (apud TEIXEIRA, 2014)

Outro fator importante é a relação da mudança organizacional com a cultura de uma empresa. É muito comum a cultura servir como barreira no processo de mudança, se torna algo mais complicado quando se tenta implementar uma mudança que afete a cultura da organização. No caso onde existe uma cultura que aceite de forma mais fácil às mudanças, ou seja, aberta a novas perspectivas, é mais provável que tais empresas ocupem – competitivamente e estrategicamente – melhores posições. Dentro desse campo, duas abordagens básicas são consideradas: o estímulo à cultura de inovação e o desenvolvimento de uma organização que aprende. A primeira diz respeito a estimular a criatividade e inovação, por meio da cultura aberta, onde as pessoas podem criar e errar; cria-se, dessa forma, vínculos de confiança entre os colaboradores. A segunda abordagem está relacionada a opção em ter uma organização inteligente, onde se desenvolve a capacidade de mudança e adaptação contínua (TEIXEIRA, 2014). Apesar da resistência às mudanças estar muito presente, existem formas de combatê-las, como, por exemplo, as oito táticas organizacionais de Robbins (algumas mais indicadas que outras): comunicação e educação, participação, apoio e comprometimento, desenvolvimento de relações positivas, implementação de mudanças de forma justa, manipulação e cooptação, seleção de pessoas que aceitem mudanças e, também, a coerção (ROBBINS, 2011). Além disso, existem os chamados agentes de mudança, que são pessoas que funcionam como facilitadores (pontos focais). Essas pessoas são responsáveis por gerenciar a mudança, de forma transparente. É interessante que tais agentes se encontrem tanto no nível estratégico como em níveis mais táticos da organização (TEIXEIRA, 2014).

Considerações finais

Portanto, percebe-se a necessidade de uma remodelagem nas estruturas e processos organizacionais da livraria do Senhor Arthur. Com a intensificação da globalização deve-se mudar o modo de pensar e estruturar a organização. Adaptar e criar mudanças que aumentem a eficiência e eficácia da empresa são essenciais para aumentar a competitividade no atual mercado. É preciso atender as novas demandas, no caso, o aumento da venda por meio virtual, oferecendo um bom serviço com produtos de qualidade. Sempre haverá resistência por alguma das partes envolvidas no que diz respeito às mudanças, entretanto, existem hoje, uma gama de conhecimento disponível em gestão que podem preparar as organizações nesse sentido.

Referências bibliográficas

BLB BRASIL ESCOLA DE NEGÓCIOS (São Paulo) (Org.). 8 fatores que garantem uma mudança organizacional de sucesso. 2016. Disponível em: . Acesso em: 21 set. 2017.

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS (Brasil). Estrutura e Processos Organizacionais. 2017. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2017.

GLOBO.COM. Vendas pela internet devem dobrar até 2021, diz pesquisa do Google. 2016. Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2017.

HALL, Richard H.. Organizações: Estruturas, processos e resultados. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. 322 p. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2017.

PEDROSO, Marcelo Caldeira. SARAIVA: RUMO AO MUNDO DIGITAL. 2012. Disponível em: . Acesso em: 23 set. 2017.

ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento organizacional: Teoria e prática no contexto brasileiro. 14. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. 633 p. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2017.

SANTOS, Marcel de Souza e Silva. GESTÃO DA MUDANÇA ORGANIZACIONAL: UMA REVISÃO TEÓRICA. 2014. 94 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Gestão Empresarial, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2014. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2017.

SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: Teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. 399 p. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2017.

TEIXEIRA, Ana Christina Celano. Estrutura e Processos Organizacionais. 2014. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2017.

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