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A Filosofia e Ética

Por:   •  6/5/2020  •  Resenha  •  899 Palavras (4 Páginas)  •  191 Visualizações

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Administração Pública

Filosofia e Ética

Atividade Aula 3

3. Seria possível ou pertinente hoje manter a distinção entre a opinião (doxa) e a ciência (episteme)? Em que termos ela se colocaria?

A distinção entre opnião e ciência é mais pertinente do que nunca. De fato, o embaçamento entre estas categorias causas pelo subjetivismo contemporâneo pode ser apontado, com certo grau de precisão, como causadora de grandes e infrutiféros debates. É importante lembrar que a filosofia de Platão e Aristóteles surge em grande medida para combater o discurso sofista e suas técnicas meramentes discursivas, construídas para vencer debates sem estabelecer nenhum tipo de conhecimento. Quando falamos em doxa estamos nos rementendo a opnião construída pelo indivíduo em sua vivência e experiência de vida, logo está opnião é algo de foro privado e basicamente atrelada a pessoa. Os critérios de julgamente da opnião são privados e por isso só servem de base para a própria pessoa. Quando falamos de ciência, espiteme, baseada no logos, na razão, estamos falando de um tipo de saber baseado em premissas compartilhadas por todos aqueles que fazem uso da razão. Assim, uma hipótese baseada na ciência pode ser comprovada, testada, refutada, corrigida e debatida, pois está no campo da razão. É sobre a episteme que a pólis, a cidade, a vida pública deve ser pautada. A opnião deve ser reservada para assuntos privados ou particulares, ou para escolhas indivíduais, como gosto, sabores e outras preferências. Contudo, a atual inversão desta lógica, no qual opnião ganha o estatuto de verdade, “é verdade pois assim eu acredito”, esvazia a capacidade proporcionada pela razão e nos remete a uma subjetivação/individualização da verdade baseada em última instância no personalismo. Retomamos então os erros induzidos pelos sofistas: um discurso baseado em falácias e performances oratórias. Quando lemos sobre grupos de anti-vacinação, terraplanistas ou criacionistas podemos entender através destes exemplos a importância do uso da razão e da ciência na vida pública e vemos os males causados pela opnião tida como verdade.

4. Quais as alterações mais visíveis, para você, no sentido do termo substância desde o modo como é definido por Aristóteles até o modo como é compreendido hoje pelo senso comum?

Hoje nosso conceito de substância deriva basicamente da interpretação cartesiana sobre o conceito aristótelico. Contudo, já imbuído pelo espírito científico de sua época, Descartes afastou o conceito de substância de sua concepção original e o colocou mais perto do saber científico atual. Nossa referência para substância vem diretamente da Química, Física e Biologia. Assim, quando falamos de substância pensamos em elementos químicos, simples ou compostos. Nesse sentido, a substância é basicamente algo material formado por átomos. Para Aristóteles o conceito de substância está ligado, primeiramente, a compreensão do que seja o ser e o ente. Ao definir a formação do ente como composta por máteria e forma, o filósofo diz que o resultado desta junção é a substância. Veja que nesta definição a substância é o substrato sobre o qual a máteria se constitui e ganha forma, não sendo, portanto, a máteria em si. Seguindo este pensamento, Aristóteles nos remete a duas possíveis formação da substância: simples ou compostas. A substância simples seria Deus e a composta todos os demais seres. Como diz o texto “a substância é o indivíduo uno em si mesmo e separado dos demais”.  Acrescenta-se a está substância uma série de categorias que irão compor o ente. O texto utiliza a categoria acidente, mas poderíamos falar também de gênero, espécie, propriedade e diferença. A Árvore de Porfírio talvez seja a mais famosa forma de tentar organizar está parte da Metafísica aristótelica. Concluimos então que existe um enorme abismo entre nossa concepção atual de substância e a concepção aristótelica do termo. Nosso entendimento está diretamente ligado aquilo que Aristóteles chamaria de Física, enquanto em sua obra o conceito de substância aparace na Metafísica.

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