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Atitude filosofica

Por:   •  13/9/2015  •  Monografia  •  1.862 Palavras (8 Páginas)  •  186 Visualizações

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ATITUDE FILOSÓFICA   e   ATITUDE CRÍTICA*

**Prof. Ms. Eurico de Souza

Para  conhecermos as noções  de Atitude Filosófica  e   a Atitude Crítica, vamos ter como ponto de partida a seguinte questão:

Considerando a história da filosofia, seu papel no surgimento do conhecimento científico, haveria alguma orientação mínima do saber filosófico que indicasse procedimentos básicos que poderíamos efetivar no nosso dia-a-dia que nos possibilitasse “errar menos”?  E obviamente, errando,  haveria oriêntações para termos os meios iniciais com vistas a corrigir o erro?  Com outras palavras:  há alguma orientação básica da filosofia que nos colocasse no caminho inicial de uma visão crítica?

Observando um texto da professora e filósofa Marilena Chauí, compreendemos que é  possível encontrar  algumas orientações da filosofia, que, em nosso cotidiano,  nos coloque no caminho da visão crítica.  Este conteúdo a autora apresenta por meio de atitudes que devemos ter em nosso agir,  atitudes estas que ela denomina de  Atitude Filosófica e Atitude Crítica.  Que atitudes seriam estas?

Primeiramente, Chauí nos lembra corretamente que os diferentes filósofos elaboram suas obras respondendo questões que eles se colocavam a si mesmo, e questões apontadas por outros. As obras filosóficas são tentativas de respostas a  muitas perguntas que os filósofos se colocam.  Levando em conta nossa questão inicial, isto é, se há alguns procedimentos que possamos efetivar no dia-a-dia que nos indique o inicio do caminho da visão crítica, claramente a filosofia pode indicar.  Portanto, vamos a eles.

Atitude Filosófica – Face Negativa.   O caminho que nos possibilita o objetivo acima, como vemos,  são situações nas quais temos que ter um certa atitude. Para melhor conhecer e compreender os fatos,  três atitudes de negação devemos ter. Devemos então, diante de um fato observado, um acontecimento vivenciado, uma opinião, uma notícia, uma mensagem, ou ideia recebida, efetivar o procedimento de negação, ou seja, não aceita-lo. É em decorrência disto que esta fase da atitude filosófica se denomina Face Negativa, pois com ela efetivamos atos de negação. Que situações são estas que devemos não aceita-las? Vamos  às três situações, e assim verificar a três atitudes exigidas.

  1. Não ao Senso Comum.  Chauí nos alerta que diante de um acontecimento vivenciado, uma opinião, uma notícia, uma mensagem, ou ideia recebida, temos que, negar tudo que em torno dele for ideias do senso comum. Se buscamos compreender melhor estes fatos, temos que se afastar das ideias do senso comum sobre tais fatos, acontecimentos, etc. O que há de errado com a ideia de Senso Comum, que nos obriga a se afastar, ou negá-la? Se buscamos a definição de Conhecimento  do  Senso Comum ( ou Senso  Comum ), encontraremos suas características que são: Ideias sem sustentação cientifica; ideias que as pessoas justificam que aceitam porque “ouviram dizer”, porque “a maioria acredita, então eu também concordo”; ideias sem uma organização sistemática; ideias superficiais, e muito baseadas na experiência pessoal.  Bem fica claro que a filosofia recomenda se afastar do senso comum pois este facilmente leva o sujeito pensante ao engano, ao erro, ao falso.
  2. Não aos Preconceitos. Esta  atitude parte de uma simples constatação que indica a própria fragilidade significativa da palavra. Preconceito é ter conceito de algo antes de conhecê-lo. Certamente algum filósofo perguntaria: como é possível ter conceito de algo antes de conhecê-lo?  O correto seria começar conceituar, pensar e refletir sobre um objeto após ter contato com ele. Logo devemos, sobre um acontecimento vivenciado, uma opinião, uma notícia, uma mensagem, ou ideia recebida, negar tudo que em torno dela for preconceito. E porque negá-lo? Porque  o preconceito pode também levar o sujeito pensante ao engano, ao erro, ao falso.
  3. Não aos Pré-julgamentos. Esta  atitude de se afastar dos pré-julgamentos, parte da mesma estrutura da questão anterior:  como julgar algo que não conhece, perguntaria com dúvida o filósofo! O risco fácil é aquele que julga cair em erro.  Assim devemos também, diante de  um acontecimento vivenciado, uma opinião, uma notícia, uma mensagem, ou ideia recebida, negar tudo que em torno seja julgamento antecipado.

Portanto as atitudes assinaladas são de negação dos valores, ideias recebidas em nosso dia-a-dia pois em reflexão filosófica a ideia de verdade de um fato não é algo simples. Toda situação é algo complexo, e por isso aceitá-la rapidamente sem reflexão é arriscado.  Estas atitudes de negação é como resistência  a aceitar facilmente e superficialmente fatos, ideias e mensagens recebidas.

Entretanto, em nosso cotidiano, não podemos somente  negar. É preciso, ao negar, propor algo alternativo. Algo mais chato é fazermos atividades com colegas e haver aquele que indica sempre que tudo está errado, que não vai dar certo, porém quando se pergunta sobre as alternativas, ele fica perdido, não consegue sugerir  novas propostas.  Desse modo, devemos pensar, ao negar  algo, ao não aceitá-lo, o que propor como alternativa.  Isto nos leva  à outra   face da atitude filosófica.

Atitude Filosófica -  Face  Positiva

No inicio de desse texto, apontamos que as obras dos filosófos resultaram de muitas perguntas que eles faziam  a si mesmos, e a face positiva da atitude filosófica por ser propositiva,  indica que,  diante de um acontecimento vivenciado, uma opinião, uma notícia, uma mensagem, ou ideia recebida, a maneira pela qual podemos melhor compreendê-los é fazermos sobre  eles  um conjunto de perguntas. E é interessante perceber que estas peguntas fazem parte do cotidiano, não são perguntas desconhecidas,  mas como foram perguntas banalizadas, perdemos ou nunca conhecemos sua real significação, o que elas literalmente expressam.  Que perguntas são estas?

  1. O que é?  A filosofia recomenda que, se queremos realmente compreender, conhecer com consistência um acontecimento vivenciado, uma opinião, uma notícia, uma mensagem, ou ideia recebida, devemos fazer para nós mesmos a pergunta o que é este fato, esta noticia, etc. A pergunta  “ O que é? “  tem um significado especial. Ela guarda em si uma interrogação  profundamente relevante. Quando perguntamos “ O que é?”, o que queremos saber exatamente? Estamos buscando nesta pergunta a Essência da questão observada. A pergunta  “O que é?” pretende conhecer a Essência de algo, e devido a isto que tal pergunta tem como resposta sempre a definição de algo. Um exemplo:  quando lemos algum livro de Introdução à Administração, ou à Enfermagem, ou introdução a qualquer área do conhecimento, temos no capitulo inicial a seguinte questão “ O que é administração?”, e em seguida vem a resposta com a definição desta área do conhecimento, escrita em poucas linhas com suas características e finalidades.  E devemos lembrar que a essência de algo é aquilo que é principal, portanto é aquilo que não é secundário. Portanto, a pergunta “O que é?” busca no fato, numa ideia num acontecimento, aquilo que é essencial, fundamental.
  2. Por que é? Esta pergunta, também muito conhecida em nosso dia-a-dia, e ao ser muito usada, foi banalizada, e devido a isto esquecemos o seu sentido fundamental, esquecemos o que ela significa. O que buscamos com a pergunta “ Por que é?” Buscamos a Causa, ou a Origem de algo. Veja, quando perguntamos por que aconteceu aquele acidente, estamo querendo compreender  quais os fatos anteriores que criaram as condições para que tal acidente acontecesse. Portanto, a pergunta “ Por que é?” busca sobre o fato, a noticia, ideia, sabem qual é sua origem, qual a sua causa.
  3. Como é? Sempre esta pergunta visa entender  como algo se formou, como ele se estruturou em um percurso que teve começo, meio e fim.  A rigor, a pergunta   “Como é  isto?” busca saber sobre o fato observado, qual é sua Estrutura, ou Processo. Um exemplo: um colega no trabalho apresenta uma ideia sobre um produto novo, mas você não compreendeu bem o que ele quis dizer.  Logo você pergunta  “ Como é esta sua ideia realmente, esclareça?” Assim seu colega retoma a questão desde o inicio, aparesenta os vínculos entre uma ideia e outra, detalhando o percurso de toda produção, até chegar na ideia do produto final.  Ora, o que ele apresentou?  A estrutura, ou processo de todo o percurso  que gerou o produto.  Portanto, a pergunta  “Como é?” busca sobre o fato, a noticia, ideia, sabem qual é sua estrutura, qual é o processou que o gerou. 

Outras considerações  sobre a Atitude Filosófica

Ao atentarmos para a face negativa da atitude filosófica outra questão surge: por que a filosofia recomenda afastarmos das ideias do senso comum, preconceitos e pré-julgamentos? Porque em nossa vidas – se bem lembramos – todas a vezes que em nossa decisões e avaliações nos aproximamos do  senso comum, preconceitos e pré-julgamentos, facilcamente caímos no erro, na ilusão, e no falso, pensando estar diante da verdade. Usar desses meios de compreensão do mundo é se arriscar facilmente a não compreendê-lo realmente, é se expor facilmente ao erro, ao falso e à ilusão.

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