Atividade Final - Gestão da Comunicação e Crises

ATIVIDADE FINAL

Imagine a seguinte atividade fictícia.

GESTÃO DE CRISE

Ao acordar hoje, você ligou o seu smartphone e se deparou com uma mensagem de WhatsApp de um colega avisando que um protesto com mais de 5 mil pessoas está sendo realizado em uma estação militar, pois um vídeo, no qual supostamente instrutores estão agredindo soldados, durante um curso, enquanto afirmam, em voz alta, que é uma “ação pedagógica”, viralizou nas redes sociais e foi parar na grande imprensa.

Para complicar a situação, sem antes te consultar, o sargento Henrique assumiu uma postura de porta-voz da Aeronáutica e divulgou uma nota para as principais empresas jornalísticas afirmando que “a corporação está acima de qualquer discussão da sociedade sobre conduta ética, mas que o caso será apurado e, com certeza, os instrutores serão punidos”. Diante dos contatos feitos por jornalistas com pedidos de entrevista, Henrique se resumiu a responder que a corporação não tem interesse nenhum em se manifestar novamente”. Com a postura do sargento, a proporção do caso aumentou. Basta ligar os canais de notícias na TV a cabo para assistir professores e especialistas interpretando o caso, trazendo novos ângulos.

Você é o responsável pela comunicação organizacional e precisa estabelecer um plano de gestão de crise.

1. Qual é o seu plano (liste as etapas principais)? (3,0 pontos)

Considerando que não havia um plano de gerenciamento de crises para ocorrências desta natureza, e a velocidade da propagação de fatos e boatos, potencializada pelos recursos de comunicação da mídia e das redes digitais, as primeiras ações deverão ser respostas rápidas, para uma crise já potencialmente instalada. Assim, não havia planejamento e treinamento para a prática das ações preventivas voltadas a gestão de crises.

Forni (2019) afirma que crise seria uma situação que reúne três aspectos, quais sejam a ameaça grave, grande incerteza e urgência para as ações. Dessa forma, buscamos identificar elementos presentes em cada aspecto, no contexto da situação:

Ameaça grave: Abalo da imagem institucional da Força Aérea Brasileira, Forças Armadas e do Ministério da Defesa, e consequente prejuízo à reputação perante a opinião pública. A Sociedade pode adotar uma visão de que a Instituição não é séria, que seus instrutores são imaturos e seus comandantes não se preocupam com a formação de seus militares.

Nota: A importância de uma boa imagem institucional das Forças Armadas e da positividade da opinião pública reside em aspectos relevantes para o bem estar da sociedade em geral. A opinião pública exerce grande influência em decisões políticas, as quais incluem demandas de segurança pública, com envolvimento das Forças Armadas. Imagem negativa para as forças de um país podem fazer a diferença nos rumos de comportamentos, índices criminais e até podem contribuir para ocorrência de guerras ou situações caóticas (VISACRO, 2009);

Grande incerteza: Não há como precisar, neste caso, o tempo que deve levar entre divulgação de dados e efeito no público, bem como o potencial dos danos. Em nosso caso, o primeiro contato com a informação sobre o protesto ocorreu por meio de aplicativo de mensagens instantâneas no smartphone. Com isso, é recomendável a constatação dos fatos e dos envolvidos, antes de definir o plano e executar ações da gestão da crise; e

Urgência para as ações: A propagação dos dados extremamente rápida e potencialmente nociva, pelas mídias e redes digitais, implicam ações urgentes para evitar danos maiores e para otimizar chances de reversão.

De acordo com os elementos identificados, consideramos que se trata de uma crise. Seu plano de gestão será constituído das etapas básicas seguintes:

a) Comunicação com a maior autoridade da Organização

Inicialmente, esse contato visa a cientificar a autoridade (Comandante) a que se subordina e a demonstrar que a chefia da Comunicação Social da Organização está ciente da crise instalada. Cita-se que haverá contato frequente com toda e qualquer atualização sobre a evolução das informações e ações a serem adotadas, visando a evitar que o Comando seja surpreendido com abordagens da imprensa, sem estar ciente das atualizações;

b) Divulgação de nota oficial

A primeira ação a produzir efeitos rápidos, mormente pelo fato de a imprensa e redes digitais estarem ávidas por declarações, seria uma divulgação de nota oficial, o mais breve possível. A nota oficial, assinada pelo Comandante da Organização, deverá ser no sentido de que, em primeiro lugar, o Comando da Unidade Militar assume a responsabilidade por iniciar uma rigorosa apuração dos fatos que estão sendo veiculados pelas mídias. Após, a mensagem pode acrescentar que, caso se comprovem fatos contrários aos valores cultuados pela Unidade, tudo será trabalhado de acordo com a ética, moral e regulamentos vigentes.

Por fim, a nota deve conter informação de que os pronunciamentos ocorrerão por meio da Chefia do Setor de Comunicação Social da Unidade, além de seus substitutos (nomes a serem divulgados), os quais poderão conceder entrevistas ao longo do processo, tão logo se obtenha resultados nos processos de apuração que ora se iniciam. Sobral (2020) destaca que a comunicação imediata e oficial reduz a aceitação, pela sociedade, de versões inverídicas veiculadas por outras fontes e decorrentes críticas e suposições.

c) Designação da Comissão de Crise

Além da Chefia da Comunicação Social da Unidade e do envolvimento de seus integrantes, serão designados para a Comissão de Crise a Chefia do Setor de Assessoria Jurídica, a Chefias do Setor Pedagógico, do Setor de Instrução e Doutrina Militar da Unidade, a Chefia do Setor de Segurança e Defesa da Unidade e a Chefia do Setor de Tecnologia da Informação e Proteção de Redes e Dados.

A constituição da Comissão de Crise e suas funções básicas podem ser inseridas num modelo de gerenciamento de projeto (Canvas) ou de plano de ação (5W2H), por meio do qual se visualize de forma mais simples os objetivos, as ações a serem praticadas, suas razões, os responsáveis para cada fragmento