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AÇÕES DE RSC NUM AMBIENTE GLOBALIZADO CONSEGUEM RESOLVER PROBLEMAS SOCIAIS?

Por:   •  18/4/2017  •  Ensaio  •  2.329 Palavras (10 Páginas)  •  256 Visualizações

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AÇÕES DE RSC NUM AMBIENTE GLOBALIZADO CONSEGUEM RESOLVER PROBLEMAS SOCIAIS?

As organizações contemporâneas estão sendo impulsionadas, mais do que nunca, a não permanecerem focadas somente no âmbito econômico, mas analisarem o mundo global a qual estão inseridas e “mergulharem” de forma precisa nos aspectos essências para sustentabilidade tanto da própria instituição, quanto da sociedade. Em relação a este assunto, reforça-se a ideia de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), com intuito de amenizar os problemas que afetam à sociedade, tais como, desigualdade e pobreza.

Compreende-se por RSC, o desdobramento do papel das empresas, além do foco econômico e de suas atribuições conforme a lei (CARROLL, 1979). Num ambiente latino-americano, a RSC está relacionada ao comprometimento das organizações com a sociedade, em virtude de estarem assumindo - substituindo o Estado - o papel de ator principal do desenvolvimento econômico (IANNI, 1995).

A abordagem sobre Responsabilidade Social Corporativa não é um assunto recente, pois há décadas este assunto é abordado e tem se intensificado nas academias e no meio empresarial. E esta intensificação, por parte, foi devida aos acontecimentos, tais como, o “naufrágio” da base econômica americana, o crescimento econômico das empresas enquanto a situação social permanecia inerte, que trouxe à tona os debates sobre qual seria e como estaria sendo implementado o papel das organizações frente à sociedade.

Adotando uma perspectiva diferenciada, as agências de desenvolvimento apoiam às iniciativas privadas e acreditam que tais ações podem gerar resultados positivos. Para corroborar com a afirmação anterior, o Departamento para o Desenvolvimento Internacional dos Estados (DFID), do Reino Unido menciona que “de acordo com as responsabilidades de práticas sociais, o crescimento generalizado do setor privado, poderá ser mais inclusivo e equitativo na redução da pobreza”. Além de apoiar às iniciativas privadas, as agências de desenvolvimento também atuam na implementação dessas ações, como o Banco Mundial que exerce as práticas de RSC por meio do Instituto Banco Mundial.

Abordagem histórica do RSC

Devido à globalização econômica, o qual abrange vários setores, o Estado deixa de ser o ente soberano, abstendo-se do papel de provedor, resultando em mudança de postura, que de agente ativo, passa a ser agente passivo no mercado, visando captar capital estrangeiro, até mesmo, por meio de redução de impostos, abertura de mercado para exportação e importação de produtos com intuito de beneficiar a economia nacional.

Com os avanços tecnológicos e a abertura do mercado, grandes empresas norte-americanas se solidificaram, mas também passaram a se preocupar com a demanda das poderosas organizações. Com isso, as corporações norte-americanas passaram a enfatizar a Responsabilidade Social Corporativa com intuito de demonstrar que elas poderiam ser independentes, sem intervenção direta dos governos e sindicatos, mas paralelo a isto, almejavam um sistema de regulação que protegesse as empresas nacionais.

A crise econômica da década de 1930 resultou em alto índice das taxas de desemprego, redução intensiva do PIB em grande parte das nações, assim como no setor industrial, abalando toda a estrutura econômica. Durante este período, houve a queda do volume mundial do comércio, atinente retração por parte das potências mundiais e a criação de blocos econômicos. Diante deste contexto, surgiu à necessidade de ser criado o New Deal (novo acordo) – que foi o conjunto de normas elaboradas pelo governo, pautadas no pensamento de John Keynes, objetivando assegurar o emprego do trabalhador - a fim de o Estado tomar medidas de contenção da crise e estabilidade da economia.

Outro fator que culminou para isto foi à assinatura em 24 de março de 1948 em Havana da Carta da Organização Internacional do Comércio com intuito de promover ações dirigidas ao investimento estrangeiro, padrões de estabelecimento de emprego e o controle das práticas comerciais. Contudo, a assinatura desta carta foi mera ilusão, pois os EUA nunca validaram estas ações, contribuindo para o estado de inércia das medidas que seriam tomadas.

O terceiro momento que estimulou a regulamentação das atividades empresariais ocorreu entre as décadas de 60 e 70, onde foi marcado por inúmeras situações que colocavam em cheque a reputação das organizações americanas. Prova disto foi o envolvimento de uma organização americana na tentativa de desmantelar o governo de Salvador Allende que havia sido eleito de modo democrático, além dos casos eminentes de corrupção no Congresso dos EUA.

Em meio ao desenvolvimento que ocorrera neste período, houve uma intensificação relacionada à tentativa de regulamentar as atividades dos investidores estrangeiros. Está questão foi por muitas vezes exposta pela ONU, com intuito de fixar normas que pudessem controlar as ações de Companhias Transnacionais (TNCs), haja vista, supor que tais normas pudessem trazer segurança às empresas menores que não estavam aptas para concorrer neste mercado competitivo.

Já em 1980, o Estado assume uma postura de “acompanhante”, afastando-se diretamente no que tange a sua intervenção aos países desenvolvidos e aos que estão em processo de desenvolvimento. De certa forma, trouxe uma autonomia maior as Transnacionais que pautam suas ações em benefícios próprios, ou seja, arbitragem regulatória. Neste período, iniciou-se uma mutação de interesses por parte dos países que passaram a disputar as instalações das TNCs em seus territórios com o intuito de captar o Investimento Direto Estrangeiro (IDE). A grande totalidade dos Investimentos Direto Estrangeiros (IDE) nas décadas de 70 e 80 concentrava-se nos países desenvolvidos. Entretanto, os países em desenvolvimento apresentavam uma participação nestes investimentos, mas não era considerada significativa quando comparada aos desenvolvidos.

No decorrer dos anos, este cenário foi sendo alterado, tanto que o investimento no exterior de países em desenvolvimento passou de US$ 53 bilhões em 1992-1998 para US$ 85 bilhões em 1999-2004, segundo Goldstein y Hernandez (2007).

Em 1990 a Responsabilidade Social passou a ser implementada por grande parte das organizações, justamente por ter sido intensificado neste momento como um quesito de competitividade, haja vista, a pressão exercida pelas ONG´s (Organizações Não Governamentais) e a sociedade em si, que de certa forma, passou a ter conhecimento e valorizar empresas com tais práticas sociais. Neste mesmo período, as Agências de Desenvolvimento passaram também

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