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Cooperativas de crédito: o futuro da instituição de financeira cooperativa

Por:   •  14/2/2019  •  Artigo  •  11.980 Palavras (48 Páginas)  •  475 Visualizações

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R E V:  1 9 DE JULHO DE 20 1 2

R O B E R T  C .  P O Z E N

G R A C E  H O U

Cooperativas de crédito: o futuro da instituição de financeira cooperativa

Enquanto o analista de pesquisa Brian Shiller deixava a audiência do Comitê de bancos do Senado (Senate Banking Committee) no dia 17 de junho de 2011, ele analisou os testemunhos que ouvira naquela manhã sobre os empréstimos comerciais realizados pelas cooperativas de crédito. Debbie Matz, presidente da Administração nacional de cooperativas de crédito (National Credit Union Administration), testemunhou que, permitir que as cooperativas de crédito aumentem os empréstimos comerciais, o qual está atualmente limitado ao menor valor de 1,75 vezes o patrimônio líquido ou 12,25% do total de ativos, ajudaria as pequenas empresas ainda em dificuldade para obterem acesso ao capital no rastro da crise financeira. Por outro lado, Stephen Wilson, presidente da American Bankers Association, havia argumentado que o aumento deste limite seria mais um passo no sentido de transformar efetivamente as cooperativas de crédito em bancos isentos de impostos.i

No dia anterior, o Senador Mark Udall (D-Colorado) apresentou um projeto de lei que pretendia criar postos de trabalho, aumentar o limite de empréstimos comerciais para 27,5% do total de ativos das cooperativas de crédito bem capitalizado. Mas o senador Tim Johnson (D- Dakota do Sul), Presidente do Comitê de Bancos do Senado, queria ouvir uma ampla gama de pontos de vista sobre o assunto antes de tomar uma decisão.ii Como um analista de pesquisa da CC Research, uma organização sem fins lucrativos dedicada às questões de cooperativas de crédito, Shiller precisou escrever a própria avaliação do projeto de lei.

Shiller sabia que as decisões políticas sobre as cooperativas de crédito foram além de apenas o limite de empréstimos comerciais. Os bancos constataram cada vez mais um subconjunto grande e crescente de cooperativas de crédito como concorrentes, com uma vantagem regulamentar injusta. Mas as cooperativas de crédito reiteraram que a estrutura cooperativa sem fins lucrativos permitiu que elas trabalhassem com os associados melhor do que os bancos, particularmente os associados de baixa renda.

Definição de uma cooperativa de crédito

As cooperativas de crédito são instituições financeiras depositárias, distintas dos bancos, uma vez que apresentam quatro características específicas. Em primeiro lugar, as cooperativas de crédito são entidades sem fins lucrativos que constituem capitais ou patrimônios líquidos por meio de lucros retidos. Elas não podem emitir capital social. Os lucros são devolvidos aos associados sob a forma de dividendos, taxas maiores que a da poupança, ou taxas mais baixas em empréstimos ou outros produtos e serviços.iii

Em segundo lugar, as cooperativas de crédito são cooperativas de propriedade e operadas por associados que elegem, em grande parte, os administradores voluntários não remunerados e conselheiros da associação.

O professor sênior Robert C. Pozen e Grace Hou (MBA 2012) prepararam este caso. Este foi desenvolvido a partir de fontes publicadas. Brian Shiller é um personagem fictício. Os casos HBS são desenvolvidos exclusivamente como base para a discussão em sala. Os casos não têm a intenção de servir como endossos, fontes de dados primários, ou ilustrações de gestão eficaz ou ineficaz.[pic 2]

Copyright © 2012 presidente e membros do colegiado da Harvard College. Para solicitar cópias ou permissão para reproduzir os materiais, ligue para +1-800-545-7685, escreva para a Harvard Business School Publishing, Boston, MA 02163, ou acesse www.hbsp.harvard.edu/educators. Esta publicação não pode ser digitalizada, fotocopiada, ou de outra forma reproduzida, publicada ou transmitida, sem a permissão da Harvard Business School.


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A votação é realizada com um voto por associado, independentemente do tamanho dos saldos dos empréstimos ou poupanças deste. Dada a estrutura cooperativa, os associados fazem depósitos em uma "conta de ações" quando eles colocam as poupanças em uma cooperativa de crédito.iv

Em terceiro lugar, as cooperativas de crédito estão sujeitas a área de requisitos de adesão, a qual limita a adesão para que as pessoas compartilharem determinadas circunstâncias. Uma cooperativa de crédito de elo único comum tem um campo de adesão que compreende um grupo com um elo comum de ocupação ou associação, tal como todos sendo funcionários do mesmo empregador. Um contrato de elo múltiplo comum compreende mais de um grupo, com cada grupo com um elo comum de ocupação ou associação. Em uma cooperativa de crédito de comunidade credenciada, a associação é constituída por pessoas ou organizações dentro de uma “comunidade local, vizinhança, ou distrito rural bem definido.”v

Em quarto lugar, as cooperativas de crédito estão isentas de imposto de renda federal. A Lei de acesso à adesão da cooperativa de crédito (Credit Union Membership Access Act) de 1998 estabelece: "As cooperativas de crédito, ao contrário de outros participantes no mercado de serviços financeiros, estão isentas da maioria dos impostos estaduais e federais, porque elas são: (1) de propriedade do associado (2), operadas democraticamente, (3) não têm fins lucrativos, (4) geralmente gerida por diretorias voluntárias de conselheiros, e (5) têm a missão específica de atender às necessidades de crédito e poupanças dos consumidores, especialmente pessoas de meios modestos"vi, as cooperativas de crédito reivindicaram servir a um propósito social, aderindo ao mantra "pessoas ajudando as pessoas", incluindo indivíduos de meios modestos.

Evolução das organizações dentro do sistema de cooperativas de crédito

As cooperativas de crédito mais conhecidas são as cooperativas de crédito de varejo (CCs de varejo) - também chamadas de cooperativas de crédito do consumidor ou de pessoas físicas, que fornecem serviços financeiros a pessoas físicas. Com o tempo, novas formas de organização surgiram dentro do sistema de cooperativa de crédito, incluindo as cooperativas de crédito corporativas (CCs corporativas) e organizações de serviços de cooperativa de crédito (OSCCs).

As cooperativas de crédito de varejo expandem os campos de filiação

A primeira cooperativa de crédito foi criada nos EUA em 1909, em New Hampshire. A Associação de crédito cooperativo de Santa Maria (St. Mary’s Cooperative Credit Association) foi formada como uma solução para os trabalhadores imigrantes rejeitados pelos bancos existentes. Naquele momento, os bancos comerciais se concentravam na concessão de empréstimos comerciais e as instituições de poupança focavam em empréstimos hipotecários. As cooperativas de crédito eram as provedoras de baixo custo de empréstimos não garantidos e de pequeno valor ao consumidor para as despesas da casa, como o pagamento de uma conta médica ou a compra de bens de consumo duráveis.

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