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DO FORDISMO AO TRABALHO FLEXÍVEL

Por:   •  11/2/2017  •  Seminário  •  1.994 Palavras (8 Páginas)  •  320 Visualizações

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DO FORDISMO AO TRABALHO FLEXÍVEL

1 INTRODUÇÃO

Percebe-se que com a globalização tudo vai mudando constantemente e de forma rápida, mas algumas características podem remanescer e se manter atuais dentro do contexto tanto social como nas relações de trabalho. O Fordismo, uma maneira de administrar iniciada por Henry Ford no início do século XX, ainda tem algumas de suas características sendo utilizadas nas atuais técnicas de administração, o controle do tempo, a necessidade de alta liquidez do produto são algumas características que foram analisadas por Ford e que ainda se mostram importantes.

Essas constantes mudanças no âmbito das relações administrativas são, necessárias, pelo fato de tudo ter que se adaptar ao momento, contexto e situação, mas também causam certos problemas em relação aos trabalhadores, que também devem se adaptar às necessidades das empresas, mas nem sempre conseguem se adequar a tempo, o que acaba aumentando o número de desempregados e os tornando inaptos para trabalhar em diversas empresas e setores, o que aumenta os índices de trabalhos informais.

Durante o texto serão abordadas diversas questões em relação ao fordismo na atualidade, as relações de trabalho com o homem e suas expectativas, desejos e decepções, além de questões relacionadas à cultura organizacional.

Por fim será apresentada a importância desses assuntos para a formação do profissional de administração.

2 DESENVOLVIMENTO

O fordismo surgiu porque seu criador, Henry Ford, inovou em sua indústria de automóveis, com a linha de montagem, fazendo com que os empregados não necessitassem de muita capacidade intelectual, pois eles ficavam em apenas uma área fazendo um trabalho específico, como se fosse uma engrenagem, parte de um sistema maior, sem a necessidade de pensar. Isso, na época foi uma grande revolução porque reduzia o ciclo de montagem e finalização do produto, não necessitava de operadores muito capacitados e permitia redução de custos e preços.

Apesar de muita coisa ter mudado com o passar dos tempos, algumas características dessa abordagem administrativa ainda podem ser observadas atualmente. Três grandes características do fordismo são muito marcantes e que ainda podem ser vistas: princípio da economicidade, diminuição do estoque de matéria-prima e maior rapidez e liquidez; princípio da intensificação, diminuição no ciclo de finalização dos produtos; e, princípio da produtividade, onde há grande especialização do operador em uma única tarefa tornando o trabalho mecânico e, preferencialmente rápido.

Na atualidade, acredita-se que há um modelo de administração mais “flexível”, onde esses princípios e regras não são utilizados, não existe tamanha especialização, os trabalhadores são multifuncionais, com mais liberdade, um trabalho não tão monótono e produtos menos homogêneos, mas de acordo com Alves Filho et al. (1992) “É praticamente impossível visualizar, em qualquer setor, uma planta em que o modelo flexível tenha sido totalmente introduzido.”, não só pela dificuldade de se mudar totalmente uma abordagem administrativa, mas também porque os métodos se mostram lucrativos e de fácil implementação.

Esses princípios ainda são observados, talvez não de forma tão clara, mas presentes em diversos setores, principalmente no informal, no texto “Da rotina à flexibilidade: análise das características do fordismo fora da indústria” (FRAGA; 2005) o autor mostra como é possível perceber essas características no setor informal da economia, mostrando uma observação feita com os vendedores de balas e doces em semáforos de uma cidade do Brasil. Nessa observação ele constatou as características semelhantes de controle do tempo, um trabalho rotineiro e bem especializado sem grande necessidade de capacitação, rapidez na execução, um ciclo veloz de finalização.

Percebe-se que não só na indústria os conceitos antigos de Ford podem ser usados, e que, apesar de muito tempo ter se passado, ainda são úteis e estão presentes em diversos setores da economia. Além dos vendedores no semáforo é possível verificar essas atitudes e semelhanças com os vendedores dentro de ônibus da linha urbana e metropolitana, vendedores ambulantes, além de outras trabalhadores informais onde o mais importante não é o contato com o cliente, e sim a rapidez na finalização do negócio para que se possa abordar outra pessoa e assim obter um lucro maior.

Apesar dessa abordagem se mostrar lucrativa, tanto na época de Ford, como nos dias atuais, os trabalhadores, em sua maioria não se mostram satisfeitos com seus resultados, não em relação ao dinheiro. Mas, no século XX o homem era considerado mais focado no dinheiro, considerava-se suficiente quando se tinha um emprego e ganhava-se um salário, além de que, se era oferecido bonificações por horas extras, não se importavam com o bem-estar e trabalhavam cada vez mais, também lembrando que não haviam leis trabalhistas para impedir isso.

Pensando nos homem moderno, apenas o dinheiro não é satisfatório, também na leitura do texto de Fraga, ele constata que os trabalhadores informais dos semáforos não conseguiram um emprego melhor, ou então não estão qualificados suficientemente para conseguir um outro trabalho e, que a atual situação deles não lhes é agradável, não satisfaz suas necessidades psicológicas e de auto realização. Pelo fato de que hoje em dia a satisfação pessoal tem grande importância para o ser humano, uma melhor condição de trabalho acaba por deixar cada empregado mais realizado.

As necessidades das pessoas mudaram, não existe mais a satisfação apenas em ter um salário razoável e conseguir o próprio sustento, além das necessidades fisiológicas, que são imprescindíveis, como comer, beber, respirar, segurança, existem as necessidades de sociabilizar, de ser reconhecimento, sentir-se feliz, de estar realizado profissionalmente e pessoalmente, essas são as novas expectativas almejadas pelos homens e mulheres que estão no mercado de trabalho.

Um dos grandes exemplos do consumo em massa são as redes de fast-food, principalmente o MC Donald’s como exemplo fundamental disso. Dentro dessa rede pode-se observar que grande parte dos funcionários é jovem em seus primeiros empregos e possivelmente de forma temporária. Pode-se observar características do fordismo dentro da empresa, onde os funcionários trabalham como se em uma linha de montagem e com controle rigoroso do tempo, os trabalhadores são de idade variada e ficam todos em um mesmo espaço, o que significa que para o ambiente organizacional

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