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A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo e Toyotismo.

Por:   •  17/9/2023  •  Resenha  •  1.395 Palavras (6 Páginas)  •  61 Visualizações

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RESENHA

PINTO, Geraldo Augusto. A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo e Toyotismo. 3.ed. São Paulo: Expressão Popular, 2013. 87p.

Geraldo Augusto Pinto é Bacharel em Sociologia e Ciência Política, mestre e doutor em Sociologia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com ênfase em Sociologia do Trabalho. Em suas obras, destacam-se as temáticas relacionadas à reestruturação produtiva, com ênfase na questão do trabalho.

No livro “A organização do trabalho no século 20: taylorismo, fordismo e Toyotismo”, não é diferente. O autor buscou analisar, sempre dentro de um contexto histórico, a origem e a evolução dos principais sistemas de organização do trabalho utilizados ao longo do século XX. Neste contexto, Pinto estruturou sua obra em nove capítulos que, seguindo uma ordem cronológica, evidenciam as principais alterações observadas na organização do trabalho no cenário capitalista industrial e como essas mudanças afetavam os trabalhadores.

Inicialmente, destaca-se que a capacidade de trabalho do ser humano é um dos fatores que o distingue dos demais seres vivos, uma vez que a possibilidade de lidar com ferramentas e a experiência acerca das propriedades da natureza com o fim de auxiliar no desenvolvimento cerebral são imprescindíveis para essa diferenciação.

Por todas essas questões, o trabalho passou a ser uma realidade na vida humana, mantendo-se até os dias atuais como o alicerce de subsistência do indivíduo, considerando que, por meio dele, é possível adquirir condições e, assim, conseguir o sustento necessário para si e para outrem.

Não apenas por isso, mas, segundo Dejours (2004, p. 18), a tese da centralidade do trabalho defende que este possui um papel fundamental na formação dos espaços públicos e da própria democracia, tendo em vista que o ato de trabalhar não se resume a somente produzir. Pelo contrário, trabalhar significa viver junto, respeitando uns aos outros e contribuindo para um bem comum.

Além disso, o autor cita Lancman (2004, p. 29) ao dispor que o trabalho não consistente apenas na venda da força humana para fins remuneratórios. Com o trabalho, há, ainda, uma remuneração social que integra o sujeito a um grupo, ligando-os através de um sentimento de pertencimento por possuírem, juntos, os mesmos direitos.

Diante disso, pela importância do trabalho nas relações sociais, destaca-se a sua organização ao longo dos anos, especialmente com as três grandes fases de transformação. Inicialmente vista como meio de produção capitalista destinada a observar os interesses de classes, “a organização do trabalho foi elevada à categoria de matéria do conhecimento a ser conquistada com base na luta política e econômica explícita entre o empresariado e os trabalhadores”, segundo dispõe Geraldo Augusto Pinto.

Assim, enquanto os trabalhadores utilizavam a força do trabalho como meio de garantir a sua sobrevivência, os empresários serviriam como uma espécie de meio de controle social, objetivando manter, cada vez mais, um sistema de acumulação de capital. Nesse cenário, o planejamento e a coordenação dos meios de produção eram de responsabilidade dos detentores do poder, ao passo que os trabalhadores tinham como opção apenas aprender acerca dos processos para, então, coloca-los em prática.

Conforme menciona Pinto, houve uma separação evidente entre a administração dos meios produtivos – realizada pelos empregadores – e a execução propriamente dita, consistente na transformação, pelos trabalhadores, da matéria-prima em objetos ou mercadorias prontas para serem vendidas. No entanto, apesar dessa forma de trabalho, a industrialização foi consolidada apenas no final do século XIX, de modo que houve um aumento no capital e nos bens do empresariado, fazendo com que este aumentasse ainda mais a produção.

Consequentemente, com o advento da industrialização, aumentou-se a capacidade e a diversidade de produção, além de ter proporcionado o desenvolvimento dos meios de transporte e de comunicação, facilitando ainda mais a organização do trabalho – apesar de as condições desse trabalho, à época, serem péssimas e insalubres, suficientes para levarem os trabalhadores a contrair diversos tipos de doenças e até leva-los à morte.

Mais tarde, com a evolução das técnicas produtivas e o desenvolvimento científico, já era possível se falar em um avanço nas atividades realizadas de forma mecânica. Dessa forma, o trabalho exclusivamente braçal foi sendo substituído, aos poucos, pelo trabalho das máquinas, o que possibilitou o controle da organização do trabalho pelos administradores ou empregadores.

O Sistema de Taylor, tratado no terceiro capítulo da obra, o autor traz os fundamentos básicos do taylorismo, onde acontece a divisão técnica do trabalho humano. Cada função foi subdividida até chegar a uma operação simples, sem necessidade de grande experiência acumulada, exatamente aquilo que Marx chama de “Alienação”.

Tem-se então a administração científica de Taylor, que realizava a divisão do trabalho, priorizando a especialização das atividades. Desse modo, cada trabalhador ficava responsável apenas por aquela função, padronizando os métodos de produção, de modo que esse tipo de organização do trabalho diminui o conhecimento do sujeito em outras áreas, uma vez que acaba ficando

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